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2020: ano marcado por adversidades e pela resistência do setor de nutrição

O ano de 2020 foi pautado por muitas incertezas. Do lado da demanda, a pandemia de coronavírus resultou em mudanças bruscas no comportamento do consumidor. Do lado da oferta, o clima prejudicou a atividade, devido às irregularidades das chuvas e às secas extremas, especialmente no sul do país. Esses dois fatores, combinados, proporcionaram um ano de desequilíbrios entre a oferta e a demanda e de elevação substancial dos preços no campo e, consequentemente, para a produção de alimentação animal.
Mas, apesar do cenário bastante adverso provocado pela COVID-19, é fato que a produção de alimentos para animais resistiu bem ao “evento imprevisível” e assegurou o necessário suprimento da cadeia produtiva e exportadora da proteína animal brasileira. 
 
Vamos aos números! De acordo com dados do Sindicato Nacional de Alimentação Animal (Sindirações), o produtor de frangos de corte demandou 25,6 milhões de toneladas de rações de janeiro a setembro, um avanço de quase 4%, marca alinhada àquela prevista ainda antes da pandemia, ou seja, ancorada na percepção do consumo doméstico crescente e na continuidade da necessidade chinesa por proteína animal.

É fato que a destinação recorde da carne suína brasileira para a China e o concomitante incremento do consumo doméstico impulsionado pelo auxílio emergencial dinamizaram a cadeia produtiva que demandou, até final do terceiro trimestre, 13,2 milhões de toneladas de rações para suínos, quando comparado ao mesmo período do ano passado. Muito embora o benefício do governo foi reduzido pela metade, o bom ritmo nos embarques ao exterior no final do ano, permite uma estimativa que pode ultrapassar 18,6 milhões de toneladas e avançar 5%.

No caso dos bovinos de corte, até o final do terceiro trimestre, a produção de raçõese concentrados alcançou 4,4 milhões de toneladas, incremento de 6,3%, estimulada pelos bons preços pagos pelo terminado e, principalmente, alavancada pelo desempenho exportador. Apesar do cenário prejudicar a rentabilidade dos repositores e criadores, resultado da grande valorização do bezerro e dos preços dos concentrados e sal mineral e dos bezerros, respectivamente, a piora das pastagens exigiu a complementação com milho, farelo de soja e algodão, DDGS, etc. Durante 2020 é provável apurar a produção de 5,5 milhões de toneladas, um avanço de 6%, segundo relatórios do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Já o plantel de bovinos leiteiros demandou 4,7 milhões de toneladas durante os primeiros nove meses do ano, um avanço da ordem de 4,9% quando comparado ao mesmo período do ano passado. Nesse ano, a cadeia produtiva do leite foi e continua modulada por diferentes fatores que influenciam sua produtividade, dentre eles, o encarecimento da alimentação dos animais por conta do forte aumento do preço do milho, farelo de soja e dos insumos importados. Mesmo assim, ainda é possível estimar seu crescimento de 4,5% e contabilização de 6,5 milhões de toneladas durante o exercício de 2020.
 
A combinação de tantos fatores que levou ao estratosférico custo dos principais insumos ainda manteve o ritmo ajustado da cadeia produtiva brasileira durante o ano. Portanto, que venha 2021 com seus desafios na produção de alimentação animal, porque o brasileiro já provou, nesse ano atípico, que sabe contornar as mais complexas adversidades no setor!
Tenham uma ótima leitura.
E até 2021!
Equipe nutriNews Brasil

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