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Micotoxinas na ração de pets

Escrito por: Lucélia Hauptli - Professora Adjunta da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) no Centro de Ciências Agrárias (CCA) nas áreas de Suinocultura, Nutrição de monogástricos e Nutrição de cães e gatos. Zootecnista formada pela Universidade Federal de Santa Maria (2003). Possui Doutorado em Zootecnia (Nutrição e Produção Animal) pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (2009) e Mestrado em Zootecnia pela Universidade Federal de Santa Maria (2005). , Priscila Moraes - Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural

Micotoxinas na ração de pets

O que são micotoxinas?

As micotoxinas são metabólitos secundários que ocorrem naturalmente em condições adversas nos fungos pluricelulares ou filamentosos, também conhecidos como bolores ou mofos. A palavra micotoxina é derivada das palavras gregas “myke” que significa fungo e “tóxico” que significa toxina. Estas substâncias podem se desenvolver em diferentes produtos alimentícios e em rações.
Os ingredientes mais afetados são grãos e cereais durante diferentes estágios, incluindo pré-colheita, colheita e armazenamento (Gaspar et al., 2019).
As micotoxinas representam um risco para a cadeia de abastecimento de rações, com impacto na saúde animal, no comércio de rações e, consequentemente, na economia. Recentemente, cerca de 100.000 fungos foram identificados, entre esses mais de 500 micotoxinas foram relatadas como potencialmente toxigênicas, as principais micotoxinas que impactam a saúde humana e animal são aflatoxinas, fumonisinas, tricotecenos, ocratoxinas e zearalenona.
Como características principais das micotoxinas destaca-se que são moléculas tóxicas, pequenas, muito estáveis e extremamente difíceis de remover ou erradicar (Haque et al., 2020). Na Tabela 1, é apresentado um resumo das micotoxinas, fungos de origem e os alimentos onde ocorrem de forma mais comum.

De modo geral as micotoxinas podem apresentar efeitos agudos ou crônicos no organismo do animal que consumir alimentos com a presença destas. A toxicidade aguda é a que prejudica as funções hepáticas ou renais, levando o animal à óbito, e é resultado de um consumo de toxina moderado a alto na ração ou alimento.
Por outro lado, a toxicidade crônica pode resultar no consumo de quantidade moderada a baixa de toxinas, acarretando em perda de peso e redução no consumo alimentar ou até mesmo não apresentar sintomas aparentes no animal afetado. No entanto, o consumo frequente de baixa quantidade de toxinas pode tornar o animal suscetível a várias doenças infecciosas, especialmente infecções bacterianas secundárias, pela supressão do sistema imunológico (Eshetu et al., 2016).
A contaminação por múltiplas micotoxinas é um tópico de grande preocupação, pois as amostras contaminadas ainda podem exercer efeitos adversos em animais devido a interações aditivas/sinérgicas das micotoxinas (Haque et al., 2020).

Aflatoxinas

As aflatoxinas são produzidas por algumas cepas de fungos do gênero Aspergillus, principalmente das espécies A. flavus e A. parasiticus, os quais se desenvolvem naturalmente em produtos alimentícios, milho, trigo, arroz, sorgo, leite e laticínios, ovos e carnes.
Existem quatro afl atoxinas principais que são motivo de preocupação em alimentos para animais de companhia descritas pela ordem de toxicidade:
aflatoxina (AFB1)
aflatoxina G1 (AFG1)
aflatoxina B2 (AFB2)
aflatoxina G2 (AFG2)
Alimentos com grande quantidade de carboidratos e lipídios são mais suscetíveis à contaminação por aflatoxina, porque as enzimas produzidas pelos fungos podem hidrolisar essas substâncias (Gallo et al., 2016). Uma vez formadas, as aflatoxinas são relativamente estáveis e resistentes ao calor e, portanto, não são eliminadas pelo processamento térmico utilizado na produção de alimentos para pets.
O primeiro caso relatado foi em 1952, nos Estados Unidos, com o uso de uma ração contaminada por fungos que causou uma doença hepática em cães, denominada “hepatite X”. É importante ressaltar que as aflotoxinas são:
hepatotóxicas
imunodepressoras
nefrotóxicas
carcinogênicas
anticoagulantes

Alguns casos clínicos são registrados na literatura
Em cães a aflatoxicose aguda ocorre quando estes são alimentados com quantidades acima de 1mg/kg de aflatoxina B1 na ração (Newberne et al., 1966).
Os primeiros sintomas após a ingestão do alimento contaminado é o vômito seguido por anorexia, perda de peso, sede excessiva, poliúria (micção excessiva) podendo levar o animal a morte.
O principal órgão afetado é o fígado levando a um aumento das enzimas séricas, indicando lesão de hepatócito e extravasamento de alanina aminotransferase, aspartato aminotransferase, e lactato desidrogenase.
O consumo de uma forma crônica, em alimentos contendo concentrações de 50 a 300 μg/kg (0,05 – 0,3 mg/kg) de aflatoxinas por 6 a 8 semanas, provocou uma resposta crônica, causando a anorexia, letargia, icterícia, coagulação intravascular disseminada e morte, sendo os mesmos sinais causados nas formas subagudas de cães alimentados com cerca de 500 – 100 μg/kg (0,5 a 1 mg de aflatoxina/kg) por 2 a 3 semanas (Newnan et al., 2007).

Fumonisina

As fumonisinas são produzidas principalmente por fungos do gênero Fusarium verticillioides e Fusarium proliferatum. As fumonisinas mais prevalentes são do grupo B, com destaque para a fumonisina B1 (FB1) e a fumonisina B2 (FB2). É encontrada principalmente no milho e em seus subprodutos.
As fumonisinas são mal absorvidas no intestino e podem ser inativadas pela microbiota intestinal. Uma vez que entram na circulação sanguínea, as fumonisinas danificam principalmente o rim e o fígado. Os efeitos clínicos das fumonisinas variam entre as espécies animais, mas a maioria das investigações toxicológicas não abordam animais de companhia.

Tricotecenos

Os tricotecenos são uma família de micotoxinas dos fungos Fusarium, comumente encontrados no milho, trigo, cevada e aveia em todo o mundo. Dentre os 180 compostos, o desoxinivalenol (DON) também conhecido como vomitoxina e a Toxina T-2 são os membros de maior ocorrência.
A desoxinivalenol (DON) contamina as plantações de cereais, afetando mais comumente o trigo, milho e cevada. A sua a prevalência dependente das condições climáticas, incluindo precipitação e temperatura. Assim como outras toxinas, ela exibe estabilidade em temperaturas de até 120-180°C. Experimentalmente, cães que receberam acima de 4,5 mg/kg de DON na ração apresentaram recusa do alimento, já gatos demostraram ser menos sensíveis, refugando a ração quando a concentração foi acima de 7,7 mg/kg de DON na ração (Hughes et al., 1999).
Os sinais clínicos envolvem:
Anorexia, irritação cutânea, diarreia e hemorragias
Quando há uma contaminação aguda os sintomas de rejeição de ração e vômitos resultaram no nome comum de “vomitoxina”. Assim como a aflatoxina, o DON causa inibição da síntese de proteínas e por isso são imunossupressores, predispondo os animais a outras doenças infecciosas (Puschner, 2002).
De acordo com estudos toxicológicos, o T-2 representa o composto mais tóxico entre os tricotecenos. Os gatos parecem ser particularmente suscetíveis às toxinas T2, devido à sua incapacidade de excretá-las. Os principais sintomas de toxicidade descritos em gatos foram vômitos, diarreia, anorexia, ataxia das patas traseiras e secreção dos olhos (Montes et al., 2020).

Ocratoxinas

Essas toxinas são produzidas pelo Aspergillus sp. e Penicillium sp. A ocratoxina mais importante e mais tóxica encontrada naturalmente nos alimentos é a ocratoxina A. Esta variedade A foi isolada de cereais como o milho, aveia, trigo e cevada e por ter estreita ligação com proteinas plasmáticas também pode ser encontrada em produtos de origem animal (Leung et al., 2006).
Outra preocupação em relação a essa toxina é a capacidade do fungo produzi-la em rações acabadas e mal armazenadas, incluindo ambientes como a casa onde reside o cão ou gato.

Em um estudo onde foi administrada por via oral, 0,2 a 0,3 mg/kg de ocratioxna A para cães, cerca de 20 minutos após o consumo, os cães tornaram-se agitados com a respiração ofegante, prostrados e apresentaram vômitos.

Zearalenona

Também conhecida como micotoxina F2, é um metabólito estrogênico potente produzido pelo fungo Fusarium, principalmente F. graminearum, F. culmorum, F. equiseti e espécies do gênero Gibberella sp.
Pode ocorrer na cevada, aveia, arroz de trigo, sorgo, gergelim, soja, produtos à base de cereais.
O principal sintoma da zearalenona são:
alterações no trato reprodutor
como redução da fertilidade
aumento de absorção de embriões, redução do tamanho de ninhada, alterações dos níveis séricos de progesterona e estradiol
e alterações no peso da adrenal, tireóide e hipófise.
Não foram encontrados estudos de intoxicação em gatos, mas cães são considerados particularmente sensíveis a essa micotoxina estrogênica (EFSA, 2017). Com uma dose de 25 μg/kg por peso vivo em cadelas adultas, a Zearalenona pode produzir lesões no miométrio e endométrio (Montes et al. 2020).

Micotoxinas Tremogênicas

Existem mais de 20 micotoxinas classificadas como tremogênicas, dentre elas a penitrem A e roquefortina C estão amplamente associados a efeitos negativos para animais de companhia. São produzidas pelos fungos Penicillium, Aspergillus, e Claviceps.
Os principais sintomas para os cães e gatos que consomem alimentos com a presença destas micotoxinas são fraqueza, tremores musculares, irritabilidade, rigidez, hiperatividade, febre, ataxia, convulsões e morte.
A ocorrência dessas toxinas contrasta com as aflatoxinas, ocratoxina A e o tricotecenos, pois raramente são encontradas em ingredientes de rações, mas geralmente são produzidas durante a deterioração dos alimentos. A exposição oral a 0,175 mg de penitrem A/kg de peso corporal mostrou induzir tremores musculares em cães (Hocking et al., 1988).

Prevalência das micotoxinas em ração pet

[registrados]
Atualmente, problemas com micotoxicoses, que é a denominação da intoxicação causada pelas toxinas, têm se tornando uma discussão mais abrangente, não apenas dentro da produção industrial de rações, onde ela já é amplamente conhecida, mas tem sido uma discussão pública por afetar também os alimentos destinados aos animais de companhia.
Um alerta na indústria de alimentação pet foi emitido em janeiro deste ano, quando o FDA publicou a confirmação de 210 cães doentes e 110 mortos após a ingestão de certos alimentos fabricados pela Midwestern Pet Foods nos Estados Unidos. Fato que levou a um recall de lotes específicos em 10 de suas marcas de alimentos para animais de companhia depois que eles foram considerados a fonte do problema (FDA, 2021).
As micotoxinas sempre foram um grande problema em fábricas de rações, embora as fábricas estejam cada vez mais modernas, atendam os pré-requisitos de boas práticas de fabricação de ração e mantenham rigorosas ações para manter qualidade e segurança tanto das matérias-primas como do produto acabados. São vários os fatores que podem desenvolver um quadro de contaminação por micotoxinas. Este é um problema mundial e altamente relacionado a condições climáticas.
Segundo Haque et al. (2020) as aflatoxinas prevalecem principalmente nas regiões temperadas e tropicais, onde ocorrem temperaturas médias mais altas (acima de 20ºC) e alta pluviosidade, ou seja, com calor associado a alta umidade. Assim como ocorre em algumas regiões da América do Norte e do Sul, e no Sul da Ásia e África. Nestas localidades, é necessário ficar atento, principalmente a ingredientes como:
milho
amendoim
caroço de algodão
nozes
trigo
arroz
As ocratoxinas prevalecem principalmente nas regiões temperadas, como os Bálcãs, o norte da Europa e o Canadá; nessas regiões, as safras afetadas incluem cevada, milho, trigo, aveia, nozes, feijão seco e subprodutos animais.
As micotoxinas de Fusarium prevalecem em regiões temperadas da Europa, Estados Unidos, Canadá, Rússia, Japão, China, Brasil e Argentina, sendo os principais alimentos contaminados milho, cevada, trigo, aveia e soja (Haque et al., 2020).
No entanto, cabe ressaltar que manter o padrão de qualidade dos ingredientes que entram na fábrica de ração é fundamental. Problemas no processamento de grãos, erro de amostragem, entrada de ingrediente contaminado na fábrica, métodos analíticos não precisos, e condições de armazenamento podem representar desafios para o fabricante de rações ao tentar detectar micotoxinas com precisão.
A contaminação em algum nível é quase inevitável, pois grãos e seus subprodutos são suscetíveis a fungos e nunca de uma forma padrão, visto que a contaminação nos grãos colhidos é heterogênea e, entre grãos contaminados, o nível de contaminação pode variar muito. A natureza heterogênea da contaminação por micotoxinas em grãos apresenta problemas de amostragem que afetam diretamente a quantificação correta do lote e as decisões subsequentes (Atungulu et al., 2018; Haque et al., 2020).
Os primeiros surtos relacionados com alimentos para animais pets tem seus primeiros registros 1952 (Devegowda e Castaldo, 2000). Os agentes de doenças associadas a esses surtos iniciais não eram claros no momento em que ocorreram. Investigações intensivas subsequentes revelaram que os fungos estão por trás da ocorrência de micotoxicoses. Como demonstrado na Tabela 2, há ocorrência de micotoxinas em diferentes países.
Nem sempre estes surtos estão relacionados com a indústria de rações, e podem estar associados a uma dieta alternativa. Outra questão, está relacionada com o diagnóstico, quando a micotoxicose é aguda a sua percepção é fácil de relatar. No entanto, em casos de doenças crônicas, como fibrose hepática e renal, e infecções resultantes de imunossupressão que podem ser causadas por micotoxinas, muitas vezes esta opção não é investigada.


Como gerenciar micotoxinas nos alimentos para pet

Em primeiro lugar, a fábrica de ração precisa estar ciente que impossível melhorar a qualidade de um produto armazenado, então a qualidade da matéria-prima que entra é fundamental para garantir a qualidade do
produto final.
Alguns métodos têm sido estudados para prevenir micotoxicoses, dentre elas as técnicas de processamento e o uso de agentes sequestrantes de micotoxinas.

Nutricionalmente é possível fazer a inserção
de aditivos nutricionais com o papel de agentes sequestrantes para prevenir a absorção de micotoxinas no intestino dos pets (Diaz e Smith, 2005).
Dentre eles os minerais de silicato e aluminossilicato de cálcio e sódio hidratado, que compreendem a maior classe de agentes sequestrantes de micotoxinas e incluem as subclasses de filossilicato (argilas minerais como a bentonita) e tectossilicato (zeólitas). As bentonitas são amplamente utilizadas porque possuem um alto grau de capacidade de troca iônica e são principalmente eficazes contra aflatoxina.
Os polímeros de glucomananos extraídos da parede celular de levedura têm um uso prático e consolidado na indústria de alimentos para animais de companhia. Os glucomananos têm uma alta capacidade de adsorção para diferentes micotoxinas; isso, juntamente com as baixas taxas de inclusão, pode tornar esses compostos atraentes para prevenir micotoxicoses na indústria de alimentos pets (Atungulu et al., 2018).

Priscila Moraes e Lucélia Hauptli
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Departamento de Zootecnia e Desenvolvimento Rural

 

Referências
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