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Ácido Butírico: alternativa nutricional aos antibióticos na nutrição de frango

Escrito por: Bárbara Fernanda da Silva Barbosa - Mestre em Ciência e Tecnologia Animal da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp). , Valquíria Cação Cruz-Polycarpo - Atualmente é Professora Associada da Faculdade de Ciências Agrárias e Tecnológicas da UNESP - Câmpus de Dracena, ministrando as disciplinas de Nutrição Animal, Nutrição e Alimentação de Não Ruminantes, Processamento de Rações, Formulação de Rações, Avicultura e Metodologia da Pesquisa. Possui graduação em Zootecnia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (1999), Mestrado em Nutrição e Produção Animal pela UNESP (2002), Doutorado em Nutrição e Alimentação Animal pela UNESP (2005) e Pós-Doutorado pelo Centro de Isótopos Estáveis/Instituto de Biociências, UNESP - Botucatu. Livre Docente em 2018.

Ácido Butírico: uma estratégia nutricional em alternativa aos antibióticos na nutrição de frangos de corte

A preocupação com a segurança alimentar, assim como o impacto de resíduos químicos dos alimentos na saúde humana tem aumentado gradativamente nos últimos anos fazendo com que a indústria de produção animal busque soluções significativas e sofra grandes transformações.

Somado a isso, devido à restrição dos antibióticos em 2006 pela União Européia, houve a necessidade de se buscar alternativas que possam substituí-los (Widiastuti et al., 2019).

O ácido butírico é um dos aditivos zootécnicos mais utilizados nas dietas para frangos de corte, estando envolvido no:

desenvolvimento dos tecidos da parede intestinal;

modulação da microbiota intestinal;

além de contribuir com a melhora da imunidade (Dauksiene et al., 2021).

 

Segundo Sengupta et al. (2006), o ácido butírico tem efeito direto na proliferação, maturação e diferenciação das células da mucosa, porque pode influenciar a expressão gênica e a síntese proteica, além do crescimento das alturas das vilosidades, fazendo com que haja aumento da superfície de absorção no intestino delgado e a otimização da utilização dos nutrientes.

Trata-se de um dos aditivos alimentares mais eficazes a serem utilizados na nutrição animal já que promove melhora da saúde intestinal resultando na absorção de mais nutrientes por todo o trato gastrintestinal, sendo utilizado como fonte de energia para os enterócitos, células absortivas presentes no intestino. Além disso, diminui os efeitos das perdas causadas por estresse ou doenças que acometem os animais (Imran et al., 2018; Balta et al., 2021).

Os ácidos graxos de cadeia curta, como o ácido butírico, são rapidamente absorvidos e metabolizados pelas células da mucosa.

Desse modo, quando as aves ingerem a dieta, sua absorção e metabolização inicia-se na mucosa do papo podendo continuar ao decorrer de todo trato gastrintestinal, limitando a quantidade de ácido butírico que chega ao intestino delgado, restringindo seu uso prático na produção animal (Kaczmarek et al., 2016).

A técnica do microencapsulamento foi desenvolvida para melhorar a proteção, a biodisponibilidade e a liberação controlada do ácido no organismo do animal.

Pois, grande parte do ácido fornecido é dissociado e absorvido antes mesmo de chegar ao intestino, prejudicando a eficácia deste ao longo do trato gastrintestinal que tem valores de pH mais alcalino.

Com a finalidade de promover a liberação lenta e contínua do ácido ao longo do trato digestório foi desenvolvida a técnica do microencapsulamento na qual pequenas partículas ou gotículas são cercadas por uma película constituída de carboidratos, celuloses, lipídios ou proteínas, formando pequenas cápsulas esféricas de parede uniforme (Jyothi Sri et al., 2012).

Resultando assim, na liberação lenta, após a ingestão pela ave, de modo que o ácido atinja o trato intestinal e os cecos sem ter sido dissociado nos órgãos anteriores sendo melhor absorvido

(Van Immerseel et al., 2003). 

 

O butirato de sódio (BS) é um ácido graxo de cadeia curta formado após o ácido butírico ser quelatado pelo mineral sódio (Na+2), e sua fórmula molecular é C₄H₇O₂Na. Por ser mais estável, possuir odor menos intenso, e proporcionar efeitos positivos no desempenho e na integridade intestinal, é o mais utilizado em dietas para frangos de corte (Jiang et al., 2015; Lan et al., 2020).

Levando em consideração a multifuncionalidade e alta eficiência, o butirato de sódio é uma estratégia para melhorar a produção e saúde avícola (Miao et al., 2021).

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