Site icon nutriNews Brasil, Informações nutrição animal

Alimentação das aves pet deve ser baseada em ração

Na maioria das vezes, as aves pet são alimentadas com mix de sementes pouco nutritivas e que apresentam alto teor de gordura, podendo gerar complicações hepáticas e renais e reduzir a expectativa de vida das aves pela metade

A alimentação é um dos fatores mais importantes para a qualidade de vida de uma ave pet. No entanto, o manejo inadequado pode passar despercebido em muitos lares brasileiros. Embora as aves pet estejam se popularizando cada vez mais, ainda há muita desinformação sobre as melhores práticas para promover a saúde delas.

Um exemplo disso é a calopsita, ave doméstica dócil que pode desenvolver várias doenças em decorrência da dieta inadequada. De acordo com a médica veterinária Karoline Lelis, que tem experiência em atendimento de aves, na maioria das vezes as calopsitas são alimentadas todos os dias basicamente com mix de sementes, contendo painço, aveia, sementes de girassol, entre outras. Essa rotina reduz consideravelmente a expectativa de vida do animal.

“A calopsita pode chegar a 30 anos, só que, com alimentação errada, vemos calopsitas que não chegam nem aos 10 anos de vida em cativeiro, por conta do excesso de gordura”, alerta a médica veterinária.

Isso ocorre porque as sementes apresentam alto teor de gordura e poucos nutrientes. Dessa forma, a alimentação inadequada desencadeia complicações no fígado e doenças renais, entre outros problemas.

 

“A alimentação errada pode trazer vários tipos de deficiência, pode deixar o empenamento ruim, trazer um problema de fígado, de colesterol. As aves podem esconder muito os sintomas, aparentemente podem parecer que estão bem, mas alguns órgãos já podem estar sofrendo com esse tipo de alimentação”, diz Karoline Lelis.

Outro perigo muito comum, segundo Karoline, é a oferta de alimentação humana para as aves, como pães e biscoitos. Esse é um erro grave porque o sódio, o açúcar e outros ingredientes contidos nos produtos para humanos são altamente tóxicos para as aves. “No longo prazo, isso vai fazer com que a ave realmente tenha problemas sérios, principalmente de desnutrição, e isso não significa uma ave magra. Desnutrição significa faltarem nutrientes adequados para ela sobreviver. Muitas vezes, a ave vai estar gordinha, mas ela está desnutrida”, explica a médica veterinária.

 

Qual é a alimentação correta para aves pet?

A dieta das aves pet deve ser composta por ração extrusada indicada para cada espécie e, de preferência, o tutor deve optar por uma ração sem uso de corante. “Se ela tiver uma coloração natural, a ração não vai ter aditivos que podem com o tempo fazer mal à saúde das aves”, explicou Karoline durante entrevista ao Psitacast, podcast especializado em saúde de aves.

A dieta deve ser baseada em ração extrusada, complementada diariamente com verduras e legumes, especialmente por folhosas, como couve, espinafre e almeirão, além da oferta de algumas frutas, porém em menor quantidade. Há alimentos proibidos como alface, que provoca diarreia em calopsitas, e abacate – fruta tóxica para a ave, podendo levar a calopsita ao óbito.

Em último lugar e com menor frequência, é permitida ocasionalmente a oferta de mix de sementes para as aves.

 

“Todas as sementes vão ter um teor elevado de gordura, então elas devem ser sempre oferecidas como petisco, como coadjuvantes na alimentação, e não como uma base alimentar”, explica a especialista. Segundo Karoline, as sementes podem ser oferecidas uma vez por semana ou até a cada 15 dias, recomendação que vai variar a depender da rotina de atividades do animal.

Outra recomendação é adquirir sempre produtos embalados, em detrimento de rações e sementes a granel, para reduzir o risco de contaminação com microrganismos e micotoxinas que podem prejudicar a saúde da ave. Todas essas orientações sobre alimentação também podem ser aplicadas na rotina de outros psitaciformes, como agapornis, periquitos, papagaios, ring neck, entre outras espécies de aves pet.

Comedouros e bebedouros

É fundamental escolher comedouros e bebedouros com tamanho indicado para a espécie escolhida, para que a ave tenha uma postura adequada ao se alimentar e evitar que ela defeque sobre esses objetos, contaminando alimentos e água. Em relação ao material, a opção mais recomendada é o comedouro/bebedouro de porcelana. “Eu só gosto dos comedores de porcelana, são mais fáceis de limpar, então não ficam aquelas placas de sujeira acumulada como nos de alumínio e de plástico. E o principal é que os de porcelana não vão virar objeto de destruição. Apesar de ser mais caro, é muito melhor para a sua ave”, opina Bruna Barbosa, que atualmente é uma das responsáveis pela área de internação da Safari, uma empresa de São Paulo que presta serviços veterinários para hospitais e zoológicos.

 

Fonte: Darlene Santiago – Psitacast

Exit mobile version