Animal Production Forum – Otimização da nutrição animal, ferramentas que alavancam resultados
O Animal Production Forum, evento promovido pela dsm-firmenich, aconteceu dos dias 02 a 05 de outubro, em São Paulo, no hotel Hilton. A empresa reuniu nutricionistas e clientes-chave de toda a América Latina, com o objetivo de gerar atualização técnica. Foram três dias com uma programação completa e robusta sobre as principais temáticas da nutrição de monogástricos da atualidade com palestrantes renomados da academia e do setor.
Uma maneira de mensurar e visualizar o quanto as tecnologias da dsm-firmenich contribuem para uma produção animal mais sustentável, foi a instalação de um painel eletrônico no evento, uma espécie de “Impostômetro”, em que se mostrava em números a redução da emissão dos gases do efeito estufa, em tempo real, proporcionada pelo uso dos produtos da empresa. No início do evento, o impostômetro apontava 6,851,474 tn CO2 e, ao final, atingiu a marca de 6,895,937 tn CO2 de gases do efeito estufa que não foram emitidos graças às tecnologias dsm-firmenich implementadas nas fazendas.
- No primeiro dia do Fórum foi promovido um Café de Abertura, seguido de 3 palestras. À tarde, ocorreu o Simpósio de Amido, onde foram discutidos os mais diversos aspectos de um dos principais componentes das dietas para monogástricos.
A palestra de abertura do evento foi ministrada por Adolfo Fontes, que é líder global de inteligência de mercado da dsm-firmenich, e falou sobre “Preços do milho e do farelo de soja – perspectivas globais”. O especialista trouxe um panorama geral do mercado de grãos apontando incertezas, oportunidades e perspectivas.
De acordo com Adolfo “Tudo que acontece no passado nos dá ideia do que pode acontecer no futuro. Sempre que há quebra de safra, o aumento do preço acontece, o que é um incentivo para o produtor de grãos investir em novas tecnologias. Por outro lado, com a inflação há queda na demanda.”
Em seguida, o Dr. Antonio Aburto falou sobre as estratégias para substituir o milho e o farelo de soja.
“A mudança climática e o aquecimento global são temas a serem discutidos agora. Assim como o fato de a população global estar chegando a 10 bilhões de pessoas, ou seja, precisamos dobrar o número de alimentos que produzimos hoje. Isso é possível se desperdiçarmos menos e produzimos corretamente”, indicou Dr. Aburto.
Ainda complementa que a melhor forma de atingirmos essa meta é através da inovação. Além disso, o crescimento no uso de alimentos “alternativos” também foi citado como aliado.
O especialista frisa que os alimentos não tradicionais usados na nutrição animal devem ser considerados apenas como alimentos: “Não é coproduto, é ingrediente.”
Ao finalizar sua fala, Dr. Aburto frisou que o que precisa ser feito hoje é usar a maior quantidade de ingredientes possível, melhorar a qualidade das matérias-primas, usar enzimas e combinações, gerar e usar dados da melhor forma possível. E tudo isso deve ser feito com transparência, ética e sustentabilidade.
Em seguida, o Prof. Sergio Vieira, da UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, seguiu com a programação trazendo a temática “Estratégias de nutrição em desafios sanitários”. O especialista explicou detalhadamente sobre os processos inflamatórios nos animais e as consequências disto no desempenho zootécnico.
Quando ocorre alteração e danos no microbioma gastrointestinal, as consequências são:
- Redução no consumo;
- Degradação proteica tecidual;
- Redução na síntese proteica e
- Aumento nas proteínas de fase aguda.
O Professor afirma que a inflamação é constante em ambientes de criação comercial, assim como a infecção, e que essa inflamação gera redução no consumo e degradação muscular, o que aumenta a demanda de aminoácidos.
Por consequência disto, se faz necessário o controle gradual da inflamação para conduzir à expressão do potencial genético gradualmente. Esse problema é controlado através de diversos fatores como: melhor higiene nos ambientes de criação, ajuste das dietas, biosseguridade, etc.
SIMPÓSIO DE AMIDO
Iniciando o bloco de amido, o Prof. Alex Maiorka, da UFPR – Universidade Federal do Paraná, falou sobre as diferenças na utilização do milho de acordo com a área de produção e tratamentos de processamento.
Durante sua palestra, Maiorka trouxe alguns exemplos de pesquisas com milhos, que comparam diversos fatores como qualidade nutricional do grão, processamento, e a influência sobre o desempenho animal.
As comparações dos estudos foram feitas entre países que mais produzem o grão no mundo e em diferentes regiões dentro do Brasil. Nestes estudos, as características do mesmo ingrediente mudam consideravelmente de uma região para outra.
Ele pontuou também que existem fatores que afetam a utilização do milho sendo: a composição química, o processamento e a fisiologia.
Dentro da composição do grão, Maiorka destacou alguns aspectos:
- O endosperma farináceo e o endosperma vítreo estão presentes em todos os grãos, o que muda é a proporção. Por isso é importante trabalhar no grão para a hidrólise desse amido;
- Quanto menor a quantidade de amilose no milho, maior o conteúdo de proteína revestindo o grão, o que dificulta a hidrólise.
- Quanto maior a amilopectina, menor a quantidade de amido resistente, o que facilita a gelatinização do amido.
O Simpósio de Amidos teve continuidade com as palestras sobre “Variação da digestibilidade do amido entre os animais”, ministrada pelo Prof. Sebastian Kaczmarek e em seguida tratando sobre “Predição de FCR com base na qualidade do milho e no conteúdo de NSP” com o Dr. Vitor Fascina, Feed Cost Saving Management na dsm-firmenich.
O processamento adequado do grão de milho foi destacado durante todo o Simpósio, enfatizando-se a secagem para preservação do grão, o armazenamento correto para evitar a perda de qualidade e o impacto da moagem feita no tempo de passagem no trato gastrointestinal. Além disso, uma peletização bem feita aumenta o consumo em até 12% de MS.
Para finalizar o Simpósio, cientistas da dsm-firmenich realizaram a análise in vitro de amido com a Novozymes. Os testes de laboratórios qualitativos foram feitos para demonstrar visualmente o efeito de diferentes amilases sobre o amido. A enzima da dsm-firmenich foi superior na ação em comparação com as demais disponíveis no mercado.
Junto disso, a Dra. Leticia Cardoso, Gerente de Inovação e Ciência Aplicada na dsm-firmenich, falou sobre a atuação da área na América Latina. Letícia trouxe ainda dados que comprovam a seriedade nas pesquisas e nos testes que a dsm-firmenich desenvolve ao redor de todo o mundo.
A empresa realiza mais 60 pesquisas ao ano em parceria com mais de 70 universidades e centros privados na América Latina. A atividade é multidisciplinar e ocorre interação entre diversos departamentos envolvidos.
O foco é sempre em inovação e desenvolvimento de soluções locais que atendam às demandas específicas de cada região.
SEGUNDO DIA – ANIMAL NUTRITION FORUM
SIMPÓSIO DE PROTEÍNA
Entre os dias 02 e 05 de outubro, no Hotel Hilton em São Paulo, a dsm-firmenich reuniu nutricionistas e clientes-chave de toda a América Latina, com o objetivo de gerar atualização técnica, promovendo o Animal Production Forum – evento focado em enzimas para nutrição de monogástricos.
No segundo dia de evento foram realizados os Simpósios dedicados às Proteínas e ao Cálcio e Fósforo. Iniciando o dia com as proteínas, o Prof. Sergio Vieira, da UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, trouxe os requisitos de otimização de aminoácidos em aves e os desafios em LATAM.
- Vieira apresentou as respostas de frangos de corte aos aminoácidos dietéticos idealmente balanceados: o frango atual cresce mais rápido e com menor conversão alimentar, o peito cresce mais e por mais tempo, o tamanho do coração é proporcionalmente menor, isso tudo com os animais apresentando maior superfície intestinal.
Na sequência, os “Fatores antinutricionais do farelo de soja (aves e suínos) e efeito para a produção” foram abordados pela Profª. Ananda Félix, da UFPR – Universidade Federal do Paraná, que detalhou que a soja tem muita proteína e energia por unidade de área, tendo o farelo de soja 45% de proteína bruta (PB) e 30% de carboidratos, onde se encontram os fatores antinutricionais.
Na porção proteica do farelo de soja são encontrados alguns fatores alergênicos que afetam mais intensamente os leitões. Além disso, alguns fatores inibidores como Fatores Kumitz + bowman birk 6 % podem reduzir a digestibilidade da proteína.
- “O processo térmico é essencial para desnaturar as proteínas, principalmente pelas ligações de hidrogênio que são termossensíveis. Isso facilita o processo de digestão, mas expõem os aminoácidos, o que facilita reações e formação de complexos proteicos, diminuindo a digestibilidade da proteína. Isso varia com o tempo e temperatura de processamento”, explica a Profª Drª.
Seguindo com “DDG e DDGS – estratégias para reduzir custo com alimentação”, contou com a fala do Dr. Silvestre Charraga, especialista em serviços técnicos (Poultry technical manager) para aves na dsm-firmenich e vice-presidente da Associação Mexicana de Especialistas em Nutrição Animal.
“O uso de DDGS é uma real alternativa. Há informação e pesquisas sólidas, mas é necessário analisar o perfil nutricional de cada um, assim como monitorar a qualidade. O uso de enzimas específicas melhora a expressão da resposta produtiva com o DDGS. Além disso, diminui o custo das dietas”, explicou Charraga
E como última palestra do Simpósio, o Dr. Rafael Sens, gerente de Soluções de Desempenho na dsm-firmenich, trouxe o tema “Digestibilidade de aminoácidos em milho e farelo de soja e o uso de enzimas alimentares“. Em sua fala, Sens destacou que as enzimas atualmente já são consideradas ingredientes na ração, pois não se formula mais rações sem elas.
“Sendo as proteínas e aminoácidos os ingredientes mais caros da ração, a fitase, carboidrase e protease são as enzimas que mais trabalhamos”, explica Sens. “Há interação positiva e sinergia quando se suplementa fitase e protease juntas no milho e soja. Não há interações negativas: pode se usar proteases, fitases e carboidrases juntas”, finaliza ele.
Além disso, Sens relembra que o uso destas enzimas nas dietas também colabora com o aspecto sustentável da produção, uma vez que melhoram a conversão alimentar, diminuem o consumo de alimento e, consequentemente, reduzem a emissão de gases do efeito estufa.
E assim como realizado ao final do Simpósio de Amido no primeiro dia do evento, no final do Simpósio de Proteína foi realizada a Análise in vitro de proteína – Novozymes
SIMPÓSIO DE CÁLCIO E FÓSFORO
Seguindo com a programação do segundo dia do evento, o Simpósio de Cálcio de Fósforo iniciou com a palestra “Ca e P – efeito do metabolismo e da qualidade óssea em aves”, apresentada pela Profª. Jovanir Fernandez, da UFPR – Universidade Federal do Paraná.
Os ossos crescem rapidamente para adaptação ao rápido crescimento da ave, o que não gera um amadurecimento adequado, gerando ossos mais frágeis. Por sua vez, leva a problemas locomotores das aves devido ao rápido crescimento e aumento no rendimento das carcaças.
“Ca é essencial para o crescimento ósseo, coagulação sanguínea, transmissão de impulso nervoso, equilíbrio ácido-base, entre outros. O Ca está sempre relacionado com o P, o terceiro nutriente mais caro das dietas e que tem um certo impacto na poluição ambiental”, explica.
Na sequência, a Dra. Carrie Walk, Cientista na dsm-firmenich, discorreu sobre “Cálcio digestível em aves – qual o desafio em requisitos e ingredientes?”. Walk destacou sobre a inclusão de fitases nas dietas e como disso pode afetar a digestibilidade do Ca pelo organismo. Segundo ela, é importante o desenvolvimento de novos modelos para mensuração desse mineral nas dietas e no organismo do animal para melhor entender esta relação.
E como a última palestra do Simpósio, o tema “Novas enzimas alimentares: estratégias para descoberta de novas moléculas e a aplicabilidade em diferentes processos alimentares” foi abordado pela MSc. Jacqueline Sugitani Chimilovski de Souza, Gerente de Desenvolvimento de Negócios na Novozymes, que explicou como uma nova enzima é estudada.
Considerar a fisiologia animal, quais os substratos utilizados e quais as condições de peletização são os pontapés iniciais. Para selecionar as melhores enzimas para o teste in vivo é realizado o Screening in vitro. O Screening in vivo comprova a eficiência da enzima nos animais.
“Com o produto testado e eficiência comprovada, precisamos estudar a viabilidade econômica. Posteriormente o produto é adicionado à formulação para comprovar sua atividade frente aos processos e processamentos da ração”, enfatiza.
Ao encerrar o evento, Vitor Fascina, Feed Cost Saving Management na dsm-firmenich, destaca: “trabalhamos diariamente buscando inovações para levar as melhores tecnologias e estratégias para compartilhar com os parceiros e clientes da dsm-firmenich, que são vocês”.
Acesso o site da empresa e saiba mais!
Redação agriNews Brasil