Aumento dos fretes pressiona países importadores de grãos
A guerra na Ucrânia pressionará ainda mais os países importadores de grãos da África e da Ásia, já que um número reduzido de navios para entrega de cargas aumenta o custo do frete. A informação é do chefe da Câmara Internacional de Navegação.
As tarifas de frete a granel estão aumentando, na medida em que armadores e afretadores precificam o fato de que os navios ficarão presos por períodos mais longos.
Os fluxos comerciais de grãos estão passando por mudanças significativas, disse Poulsson, e a distância que os navios terão de percorrer para levar remessas das Américas para os clientes é maior que as viagens partindo do Mar Negro.
Alternativas
Alternativas estão surgindo, com produtores nas Américas enviando cargas para clientes na África e no sudeste Asiático, alguns pela primeira vez em anos.
A China está aumentando as compras de milho dos EUA, enquanto o Brasil está exportando trigo para países como Turquia, África do Sul e Sudão.
Custos dos alimentos
Um índice das Nações Unidas de preços dos alimentos já está em nível recorde, e o impacto é sentido mais nos países pobres, onde os mantimentos representam uma grande parte dos orçamentos dos consumidores.
O Baltic Dry Index, referência amplamente acompanhada para as tarifas de frete a granel, oscilou bruscamente no último ano, atingindo a máxima de 13 anos em outubro devido à escassez de produção de matérias-primas, e depois despencou quando as restrições da China à poluição das fábricas enfraqueceram a demanda por minério de ferro. O indicador registra alta de 65% desde sua mínima em janeiro.
Além da situação na Ucrânia, as taxas de frete também estão sendo afetadas pelos esforços da China para combater a propagação da Covid-19. Centenas de navios a granel estão enfrentando atrasos na costa da China, com lockdowns em cidades como Xangai.