Avaliação de ácidos orgânicos associados a mananoligossacarídeos em leitões
Avaliação de ácidos orgânicos associados a mananoligossacarídeos em leitões na fase de creche
INTRODUÇÃO
Vários aditivos alternativos aos antimicrobianos promotores de crescimento (APC) têm sido avaliados (1) na fase de creche, pois é onde os desafios da retirada dos APC são mais evidentes (2), destacando-se entre os principais alternativos os prebióticos e ácidos orgânicos (3).
O objetivo deste trabalho foi avaliar o uso de um blend de ácidos orgânicos e mananoligossacarídeos (MOS) frente a uma dieta com APC em leitões na fase de creche.
MATERIAIS E MÉTODOS
A avaliação foi realizada no Setor de Suínos do Departamento de Zootecnia da Universidade Federal de Santa Maria, RS, Brasil. Foram utilizados 72 leitões machos de genética comercial, desmamados aos 21 dias, com peso médio de 6,8 kg, distribuídos em um delineamento de blocos ao acaso, com oito repetições de três animais cada.
Foram utilizados três tratamentos:
Tratamento 1 (T1): Dieta controle; Tratamento 2 (T2): Dieta com APC; e Tratamento 3 (T3): Dieta sem APC + blend de ácidos orgânicos + MOS.
O período de avaliação foi de 42 dias, com as seguintes variáveis analisadas:
Consumo médio de ração (kg dia-1): total fornecido, na semana, menos as perdas;
Ganho médio de peso (kg dia-1): os animais foram pesados no final de cada semana sem jejum;
Conversão alimentar: calculadas a partir das variáveis anteriores;
Frequência de diarreia: avaliação diária e individual (11 horas);
Análise estatística: os dados obtidos foram submetidos à análise de variância incluindo no modelo os efeitos do tratamento e do bloco.
As diferenças entre as médias foram calculadas pelo teste de Tukey com 5% de significância. O escore diário de fezes foi analisado pelo teste Qui-Quadrado e as comparações de médias foram realizadas pelo teste de Fischer com 5% de significância. As análises estatísticas foram realizadas através do pacote estatístico Minitab (Minitab, 2007).
RESULTADOS
Os resultados de desempenho zootécnico são apresentados na tabela 1.
Tabela 1. Valores médios do desempenho de leitões submetidos aos tratamentos experimentais. 1Desvio padrão residual; 2Probabilidade; letras diferentes na mesma coluna diferem pelo Teste de Tukey (P<0,05)
Houve diferença estatística em relação ao consumo médio diário de ração (CDR) entre os tratamentos, no entanto, o maior consumo no tratamento 2 (APC) não refletiu em melhor desempenho. Os leitões tratados com o blend de ácidos orgânicos + MOS (T3) tiveram o melhor ganho de peso diário (GPD) entre os tratamentos (P<0,05).
Também houve diferença estatística na variável conversão alimentar entre os tratamentos, onde os animais tratados com o blend de ácidos orgânicos tiveram resultado superior aos demais tratamentos (P<0,05).
Nos gráficos 1 e 2 são apresentados os resultados referentes à ocorrência de diarreia e consistência das fezes durante todo o período de avaliação.
O grupo controle apresentou diferença significativa na ocorrência de diarreia nos dias 12 e 14 de avaliação.
Gráfico 1. Frequência de fezes normais em leitões alimentados com dietas com diferentes aditivos (Letras diferentes no mesmo dia diferem pelo teste de Fischer – P<0,05).
Gráfico 2. Frequência de fezes líquidas em leitões alimentados com dietas com diferentes aditivos (Letras diferentes no mesmo dia diferem pelo teste de Fischer – P<0,05).
CONCLUSÕES
Com base nos resultados deste trabalho pode-se concluir que o uso de blend de ácidos orgânicos + MOS é uma alternativa promissora aos antimicrobianos promotores de crescimento utilizados na suinocultura.