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Bem-estar dos bovinos leiteiros: importância da nutrição adequada

Bem-estar dos bovinos leiteirosPor todos os ângulos que empresas, produtores e profissionais da área olhem a questão, propiciar o bem-estar dos bovinos leiteiros traz somente benefícios para todos os envolvidos. 
É bom para os clientes, que consomem um produto de melhor qualidade nutricional e ética. É bom para empresas e produtores, que constroem uma ótima reputação. E é muito bom para os animais.
Quando os bovinos leiteiros são bem tratados, alimentados adequadamente e o manejo é realizado da maneira correta e calma, levam uma vida saudável e livre de estresse que causa sofrimentos.
Sem desconforto e bem cuidados, os animais conseguem desenvolver seu comportamento natural e atingem a condição física ideal – peso moderado, com boa condição corporal e pelagem.
As consequências positivas de se promover o bem-estar dos bovinos leiteiros são rapidamente percebidas em diversas frentes: a produção de leite aumenta, a doenças e mortalidade dos animais diminui e a qualidade do produto final é nitidamente aprimorada, isso só para citar alguns benefícios.
Logicamente, a promoção do bem-estar animal não pode ser feita de qualquer maneira. Cada espécie e cada tipo de criação exige cuidados específicos para atender as necessidades particulares dos animais. 

Boas práticas de produção envolvem práticas adequadas demanejo, transporte, saúde, ambiente, gerenciamento da fazenda e, ainda, alimentação.

A nutrição adequada


 
Todos os bovinos leiteiros precisam ter acesso a uma dieta saudável e a uma quantidade de alimentos adequada à idade, à fase produtiva e que ainda leva em consideração o clima e a estação do ano. Alimentos contendo proteínas de mamíferos ou aves são terminantemente proibidos, exceto leite e derivados.
De acordo com às normas de bem-estar dos bovinos:

As novilhas, por exemplo, precisam ter suas exigências específicas de alimentação atendidas para assegurar um bom desempenho quando vacas.
Além de água limpa sempre à disposição desde as primeiras semanas de vida (necessária na produção de qualquer espécie animal), assim que nascem eles precisam receber uma quantidade mínima de colostro da mãe, de outra vaca e ainda uma dose de colostro adequadamente descongelado.
Bezerros machos devem receber também colostro nos primeiros dias de vida. O colostro garante que os animais recém nascidos adquiram anticorpos que atuam na defesa do organismo contra doenças. O desmame é gradual e não deve ocorrer nunca antes das 5 semanas de idade.
Enquanto as vacas leiteiras adultas precisam se alimentar principalmente da pastagem e de forrageiras de qualidade, as bezerras com mais de 30 dias requerem uma alimentação rica em fibras para estimular a ruminação.
Para reduzir o estresse pelo calor no verão, uma das melhores alternativas é adaptar a dieta de acordo com as necessidades nutricionais dos bovinos leiteiros nesta época do ano.
O mesmo ocorre durante o inverno, quando as pastagens são prejudicadas pelo frio: para que a alimentação dos bovinos não seja afetada, o plantio de espécies forrageiras serve como ótima opção de suplementação. Um planejamento forrageiro é essencial para prevenir imprevistos com a nutrição dos animais.

O comedouro ideal

O comedouro dos bovinos leiteiros também precisa atender às necessidades específicas de acesso e espaço que estes animais exigem.
É um local que precisa preferencialmente ter sombra, ser de fácil acesso e ser mantido sempre limpo e livre de alimentos envelhecidos ou mofados. Ainda mais importante, ele precisa oferecer espaço para que todos os bovinos se alimentem ao mesmo tempo.
Assim, o comedouro ideal dos bovinos leiteiros requer um mínimo de 61 cm de espaço por vaca ou novilha. No caso das vacas prenhes ou frescas (com até 21 dias de lactação), é preciso dispor de 76,2 cm de espaço para cada uma delas se alimentar no comedouro.

Água fresca e potável sempre


Fornecer acesso a uma fonte de água potável e fresca todos os dias é primordial em qualquer produção animal. Assegurar que a água esteja livre de contaminantes é importante para manter a sanidade dos animais e a qualidade do produto final quando esta mesma água é usada na higiene das instalações e equipamentos.
A disponibilidade de água é essencial para o bem-estar dos animais, sendo esta a primeira das Cinco Liberdades (Livre de fome e sede).
No caso de vacas na fase de lactação, o acesso a um volume adequado de água é ainda mais crítico: uma vaca  precisa consumir, em média, quatro litros de água por quilo de peso todos os dias – e boa parte destes animais pesa entre 500 kg e uma tonelada.
O rebanho inteiro de bovinos leiteiros precisa ter acesso livre e diário a uma fonte de água fresca e potável  nos pastos e nos currais e análises regulares de água, pelo menos uma vez ao ano, são importantes e indicam a necessidade de práticas de desinfecção quando aplicáveis.
Os bebedouros devem ser limpos com frequência e regulados de forma a prevenir que a água escorra em excesso, evitando que a área de descanso dos animais seja molhada.
Na fazenda, deve haver alternativas para fornecimento de água em caso de emergências como seca por exemplo ou falha no equipamento principal.
Quando os bovinos estão no pasto, é preciso certificar-se de que não precisam percorrer grandes distâncias para chegar até a fonte de água, e que tenham acesso a áreas de sombra, sejam elas naturais ou artificiais. Se for empregada uma fonte natural de água (o que não é recomendado), é necessário evitar o risco de transmissão de doenças e contaminação do meio.
Estes são apenas alguns dos requisitos e exigências que precisam ser seguidas para assegurar o bem-estar dos bovinos leiteiros. Exigências que, quando são cumpridas, conferem a empresas e produtores de bovinos leiteiros a vantagem de incluírem nos rótulos dos seus produtos, o selo de bem-estar animal Certified Humane.
 

Por: Certified Humane Brasil

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