Benefícios nutricionais do sistema de bioflocos para a produção de juvenis de tilápia
A aquicultura é uma importante atividade que gera renda e proteína animal de alta qualidade. Em 2018, a produção aquícola mundial foi de 82,1 milhões de toneladas, um crescimento de 6,82% em comparação a 2016 (Food & Agriculture Organization – FAO, 2020).
A tilápia é a principal espécie produzida, somente em 2020 mais da metade da produção brasileira foi desta espécie, com 486,15 mil toneladas (60,6% do total) (Figura 3). Este crescimento consolidou o Brasil como o 4º maior produtor mundial, atrás apenas da China, Indonésia e Egito (Peixe BR 2021).
Cultivos multifásicos, por sua vez, possibilitam melhor controle da produção, promovendo maior sobrevivência e uniformidade dos lotes, podendo-se ampliar o número de ciclos anuais de cultivo.
No entanto, a disponibilidade de juvenis de boa qualidade para iniciar o processo de engorda é um gargalo na produção de tilápias em sistemas multifásicos. |
Uma opção para o setor ganhar escala, controle e previsibilidade seriam cultivos na fase de berçário em ambientes fechados, intensivos e controlados como os sistemas de recirculação de água (‘RAS’ na sua sigla em inglês), bioflocos ou híbridos (BioRAS).
Essa produção escalonada de juvenis nestes sistemas já ocorre em outras industrias aquícolas como a do salmão e do camarão marinho Litopenaeus vannamei. Na tilapicultura, a adoção dessas novas tecnologias ainda é tímida e pesquisas vem sendo desenvolvidas visando aprimorar esses sistemas e alavancar ainda mais a produção de tilápias.
Como mencionado anteriormente, o sistema de bioflocos (BFT) é um exemplo dessas novas tecnologias (Figura 4). Entre os benefícios desse sistema no cultivo de juvenis de tilápias, destacamos:
Este último ponto é extremamente importante na atual situação da tilapicultura que cada vez mais vem sofrendo pela presença de bacterioses como Streptococcus spp. e Aeromonas spp.
Conceitualmente, o BFT consiste em um sistema com mínima troca de água e o fomento do crescimento de microrganismos específicos. Para isso, há necessidade de manipular a relação carbono/nitrogênio (C/N) da água, através da adição de uma fonte externa de carbono em momentos pertinentes durante o ciclo, e fornecer aeração e movimentação constante da água.
ASPECTOS NUTRICIONAIS DO SISTEMA DE BIOFLOCOS |
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