Freitas explica que esse aumento nas importações é esperado, mesmo com o movimento interno da China para recompor os planteis suínos, reduzidos quase pela metade devido a surtos de Peste Suína Africana.
Desde o início deste ano, houve um aumento de 3,5% no número de cabeças de suínos na China. Pode parecer uma porcentagem pequena, mas em tempo de pandemia, o dado se mostra ainda mais positivo”, disse.
O aumento nas importações se ampara no consumo da proteína favorita dos chineses que segue firme, mesmo em tempo do coronavírus e no pós-pandemia, enquanto as pessoas ainda estiverem inseguras para sair de casa e preferirem a carne suína para cozinhar em casa. Ele cita também a questão da segurança alimentar, questão primordial para o governo do país, e a necessidade de manter os estoques estatais abastecidos.
De acordo com o especialista, o governo também planeja incentivos para aumentar o consumo fora de casa, que é de cortes com maior valor agregado, agora que a China vive o “novo normal”, com ações como a ampliação do período de final de semana, por exemplo.
Com a projeção do aumento nas importações, há também a expectativa de que 2020 seja um ano com mais habilitações de plantas processadoras aptas a exportar para a China. Entretanto, segundo Freitas, o Brasil pode não estar neste cenário, tanto por falas da ministra da Agricultura Tereza Cristina sinalizando que este ano não deve haver mais habilitações quanto a incertezas sobre o coronavírus.
As habilitações devem acontecer principalmente em países que se recuperarem primeiro do coronavírus, e como o Brasil ainda está atravessando esta doença, acredito que a China ainda deva ter desconfianças sobre o país”.
RECUPERAÇÃO NOS PLANTEIS
Após um ano de 2019 com crises relacionadas à Peste Suína Africana (PSA) na China, com planteis reduzidos quase pela metade, Freitas afirma que há incentivos governamentais para que os fazendeiros recuperem os rebanhos.
Esse incentivo para a profissionalização do suinocultor e investimento na estrutura das propriedades vem também como uma forma de prevenir e controlar doenças como a PSA.
Atualmente, apesar de ainda haver alguns casos da doença sendo detectados na China, Freitas considera que a questão está “praticamente controlada”, já que a fiscalização é muito mais rígida, com a eliminação de animais quando há a mínima suspeita de contaminação, proibição do transporte de suínos vivos entre províncias e mais efetividade na comunicação de casos confirmados.
Por Letícia Guimarães| Notícias Agrícolas