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Como o El Niño pode afetar a produção de grãos no Brasil

Escrito por: Felippe Reis - Zootecnista pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) no ano de 2013, foi analista de mercado na Scot Consultoria e e atualmente é Crop analyst na EarthDaily Agro, divisão de análise agrícola da EarthDaily Analytics.
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Opinião do Especialista – Felippe Reis

Crop analyst na EarthDaily Agro

No Centro-Oeste, o fenômeno El Niño trouxe para a safra 2023/24 ano mais quente e seco dos últimos 30 anos, as altas temperaturas registradas durante o ciclo da soja é característico do El Niño.

As condições climáticas adversas reduziram o potencial produtivo das lavouras e a produção está estimada abaixo de 150 milhões de toneladas. No entanto, o aumento de área destinada à soja irá mitigar os efeitos climáticos.

Para o milho o El Niño deve ter um impacto menor, tendo em vista que o fenômeno vem perdendo força desde o fim de 2023 e a produção do cereal se concentra na segunda safra, quando cerca de 75% do milho é produzido.

Apesar disso, os efeitos do El Niño sobre a safra de verão devem ser levados em conta. O fenômeno resultou em fortes chuvas no Sul do país, o que prejudicou o início do ciclo do milho.

A produção de milho de verão no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, devem apresentar uma quebra de safra variando de 4% a 8%, a depender da região.

Para o milho de segunda safra o El Niño não deve causar impactos significativos e as condições climáticas estarão associadas à outros fatores.

Há possibilidade de registrarmos o fenômeno La Niña ativo, porém isso está previsto para o início do segundo semestre, quando boa parte do milho de segunda safra já estará colhida, principalmente neste ano, cujo plantio está adiantado.

 

Apesar dos desafios climáticos enfrentado pelo Brasil durante a produção de soja e milho a Argentina deve produzir um bom volume destes grãos em 2024, o que colaborará para que não haja uma alta exacerbada dos preços.

Nosso país vizinho deve produzir mais de 53,5 MT de soja e mais de 56 MT de milho, aumento de 114% e 61%, respectivamente. Ainda não podemos descartar novas alterações nas estimativas, já que a Argentina possui um ciclo um pouco diferente do Brasil.

Ainda é muito cedo para cravar uma produção mundial de soja acima ou perto dos 400 MT, mas a princípio consideramos que a produção da oleaginosa deve ser maior do que em 2023.

Figura 1. Precipitação acumulada e soma das temperaturas.

Fonte: EarthDaily Agro

Figura 2. Precipitação acumulada no Sul do Brasil.

Fonte: EarthDaily Agro

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