Segundo Marcelo Rodrigues, da Katrium, muitas pessoas nem se dão conta do quanto vários segmentos da economia estão interligados. É o caso da produção de fosfato bicálcico, que é um dos ingredientes mais importantes da nutrição animal
Apesar do perfil baixo, a indústria química participa de forma decisiva para o bom desempenho de muitos outros segmentos industriais e comerciais. Isso também é verdade quando o assunto é nutrição animal e consumo de carne.
A conexão entre o produtor de fosfato bicálcico (DCP), o fabricante de sais minerais e ração animal, e o criador de bovinos de leite e de corte, aves, suínos e outros animais de produção é determinante em muitos sentidos, inclusive na mesa do brasileiro.
Estudo desenvolvido por Henrique Mendonça para a Universidade de Brasília revela que a deficiência de fósforo é responsável pela baixa produtividade do rebanho bovino nacional, porque, além de afetar negativamente o crescimento dos animais, a ingestão inadequada de fósforo tem sido associada a:
- Diminuição da taxa de fertilidade,
- Consumo de ração,
- Produção de leite,
- Diminuição da atividade ovariana,
- Atraso na maturidade sexual e
- Baixas taxas de concepção.
“A concentração de fósforo está relacionada positivamente com parâmetros quantitativos e qualitativos do sêmen bovino, sendo necessário, por exemplo, para a adequada motilidade dos espermatozoides”.
De acordo com Marcelo Rodrigues, gerente nacional de fosfatos da Katrium Indústrias Químicas (RJ), depois do cálcio, o fósforo é o macromineral com maiores concentrações no organismo animal.
“Na realidade, ele não existe como elemento livre, pois é muito reativo, mas na forma de fosfatos. Presente na composição do ATP (adenosina trifosfato) – que se constitui na principal forma de energia química – é um mineral imprescindível para a vida animal. Em linhas gerais, o fosfato bicálcico geralmente é obtido pela reação de neutralização do ácido fosfórico de alta qualidade com uma fonte de cálcio, normalmente hidróxido de cálcio ou carbonato de cálcio. Trata-se de um processo complexo, com poucos produtores mundiais”.
Segundo o executivo, embora o Brasil tenha muitas minas de rocha fosfática, elas não são suficientes para atender à demanda interna. Portanto, a importação de produtos acabados e matérias-primas acaba se tornando obrigatória.
Já o CEO do Sindirações, Ariovaldo Zani, chama atenção para o círculo vicioso que faz com que a queda na renda do trabalhador e a baixa no consumo de proteína resulte em queda na produção de ração animal.
“Com esses impactos negativos, o resultado de 1% de expansão esperada em 2022 pelo setor de rações já será aceitável. No ano passado, movimentamos R$ 135 bilhões”.
Esse panorama mostra como quaisquer variações no poder de compra da população não impacta somente o agronegócio, mas vários outros setores da indústria brasileira.
Assessoria de Imprensa