Área de soja de MT deve aumentar 33,18% em dez anos com avanço em áreas de pastagens
Segundo o IMEA, nos próximos dez anos os aumentos da produtividade também serão um importante impulsionador para a produção do Estado
A área plantada com soja em Mato Grosso, principal Estado produtor brasileiro, deverá atingir 16.62 milhões de hectares em 2033/34, aumento de 33,18% em relação a da safra 2023/24, com a conversão de áreas de pastagens em lavouras, estimou nesta quarta-feira o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA), em seu estudo que elabora projeções para dez anos.
Isso corresponderá a uma taxa média de aumento anual de 2,91% na área de soja de Mato Grosso, um ritmo menor que o registrado nos últimos dez anos, que teve uma taxa média de 3,99% ao ano.
“Essa desaceleração é atribuída ao tamanho significativo da área já ocupada pela cultura no Estado, uma vez que, para manter o ritmo de aumento dos anos anteriores, seria necessário continuar com uma expansão (em valores absolutos) superior aos últimos anos”, informou no estudo o IMEA.
Segundo o IMEA, nos próximos dez anos os aumentos da produtividade também serão um importante impulsionador para a produção do Estado.
- A expectativa é de que em 2033/34, a produtividade média atinja 64,71 sacas/hectare, o que corresponde a um aumento de 24,06% em relação a da safra 2023/24, que foi impactada pela seca.
Com a estimativa de aumento das áreas plantadas em Mato Grosso e a estimativa de aumento na produtividade, projeta-se que a produção de soja do Estado passe das 39.05 milhões de toneladas na safra 2023/24, para 64.52 milhões de toneladas na 2033/34. Para a safra que está sendo plantada (2024/25), que não considera intempéries climáticas como a do ciclo anterior, a produção está estimada pelo IMEA em 44.04 milhões de toneladas.
O Estado, que se fosse um país seria o quarto produtor mundial de soja, atrás do Brasil, EUA e Argentina, deve ampliar a sua produção agrícola principalmente com a conversão de áreas de pastagens em lavouras.
“Vale ressaltar que o aumento na área agrícola previsto nesse material deve ocorrer sobre pastagens, evitando a abertura de novas áreas, o que reforça o Estado de Mato Grosso como líder na produção agropecuária, equilibrando crescimento econômico com responsabilidade ambiental”, indicou.
Segundo o IMEA, até 2034, cerca de 15.62 milhões de hectares de pastagens plantadas em Mato Grosso estarão aptas para serem convertidas para agricultura, impulsionando a produção agrícola.
Mesmo com essa redução da área de pastagens, a produção de carne bovina no Estado, também o maior produtor de gado do Brasil, é projetada para crescer, totalizando 1.90 milhão de toneladas em 2034, aumento de cerca de 7% em relação a projeção para este ano, devido a investimentos em tecnologia e genética animal, que proporcionam ganho de produtividade.
Milho
Com base nas estimativas do IMEA para os próximos dez anos, é esperado que a área do milho plantado na segunda safra no Estado, seja de 10.90 milhões de hectares na safra 2033/34, aumento de 60,20% em relação à safra passada, com um crescimento anual de 4,83%.
“É importante salientar que o aumento da área destinada ao plantio de milho está ligado ao incremento na participação sobre a área de soja”, indicou o estudo. “Esse crescimento é impulsionado pela crescente demanda por milho para exportação e consumo interno, puxado principalmente pelas indústrias de etanol.”
Em relação à produtividade de milho em Mato Grosso, é estimado para os próximos dez anos um aumento de 6,37% na produtividade do cereal no Estado, em relação a safra 2023/24, para 122,95 sacas/hectare, no mesmo comparativo.
Com o aumento da área e produtividade, a produção do cereal em Mato Grosso deverá totalizar 80.38 milhões de toneladas na safra 2033/34, representando um aumento de 70,40% em relação à safra 2023/24.
O IMEA advertiu ainda que para garantir que as projeções para Mato Grosso se concretizem, é fundamental intensificar os investimentos no setor logístico, no desenvolvimento genético das culturas e na tecnificação do setor agropecuário.
O IMEA indicou que projetos como a Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (FICO) são fundamentais para expandir a capacidade portuária e reduzir custos de transporte, enquanto a Ferrovia Autorizada de Transporte Olacyr de Moraes (FATO) “promete conectar Cuiabá a Lucas do Rio Verde até 2028, fortalecendo Mato Grosso como hub logístico estratégico no Brasil”.
Fonte: SNA (adaptado)