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Cria brasileira é competitiva na média mundial, porém produtividade limita

Apesar de não competir diretamente com outros países, a etapa da cria em sistemas de produção pecuários é a responsável por determinar a quantidade e a qualidade dos animais que serão abatidos, seja para consumo nacional e/ou destinados à exportação. Desta forma, os sistemas de produção de cria vigentes nos países são determinantes em sua capacidade produtiva nos mercados nacional e internacional.
Nesse sentido, dados do Agri Benchmark permitem fazer uma comparação de resultados técnicos e econômicos, uma vez que são baseados em propriedades modais. Os valores são referentes aos resultados econômicos de 2018 (divulgados em 2019), padronizados em dólar norte-americano. No caso dos dados brasileiros, as informações são baseadas no levantamento realizado pelo projeto Campo Futuro da CNA, em parceria com o Cepea.
Ao se avaliar o peso médio na desmama destes animais, as propriedades brasileiras ava- liadas apresentam números abaixo da média mundial, com 170 kg, contra média de 210 kg para sistemas a pasto. Porém, ao considerar a produtividade destes sistemas a pasto em termos de kg de bezerro desmamados/ha (Gráfico 1), as propriedades brasileiras apresentam desempenho superior ao observado em importantes players do mercado internacional, como os Estados Unidos e a Austrália.
Gráfico 1 – Produtividade da cria a pasto, em animais e peso desmamados por hectare, em países avaliados pelo Agri Benchmark (2019). 


Fontes: Agri Benchmark (2019) / Projeto Campo Futuro CNA Elaboração: Cepea-Esalq/USP/CNA.

Em termos de receita gerada pelos sistemas de cria, a média observada para sistemas a pasto foi de US$ 226,45/100kg PV para os bezerros desmamados. Comparativamente, a média obtida nos sistemas brasileiros amostrados foi de US$ 174,20, décimo lugar no ranking dos países avaliados (Tabela 1).
Uma análise dos custos por área mostra que as despesas operacionais brasileiras são propor- cionais à média dos sistemas amostrados. No entanto, sua relativa baixa remuneração pelos animais desmamados limita suas margens, que ficam abaixo de outros países com custos semelhantes como a Argentina. Dados do projeto Campo Futuro apontam que, em outubro/19, a margem líquida da cria brasileira foi de R$ 132,04/ha, ou de US$ 32,33/ha (considerando-se a média mensal do dólar a R$ 4,08).
Nota-se que a baixa produtividade de sistemas de produção de cria ocorre em diversos países. Frente à crescente demanda por proteína animal, motivada pelo aumento populacional e elevação da renda per capita em países em desenvolvimento, há uma oportunidade de mercado para o Brasil, com potencial de crescimento produtivo graças a seu clima favorável e extensão territorial.
Tabela 1 – Índices econômicos de propriedades de cria a pasto em países avaliados pelo Agri Benchmark em 2019.

Fontes: Agri Benchmark (2019) / Projeto Campo Futuro CNA | Elaboração: Cepea-Esalq/USP/CNA.

CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil)

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