O ciclo tardio permite o período prolongado de pastejo, suprindo o vazio outonal com forragem de alto valor nutritivo. BRS Tarumaxi é um dos destaques nas comemorações dos 49 anos da Embrapa, com celebração marcada para o dia 27 de abril, na sede da empresa em Brasília, DF.
Aliado à baixa eficiência no uso da terra no inverno, existe enorme demanda (déficit) de matérias-primas para alimentação animal em quantidade e em qualidade, que pode ser suprida com o cultivo de cereais de inverno com adaptação e desempenho agronômico superior em sistemas de integração lavoura-pecuária.
O trigo BRS Tarumaxi é o mais novo lançamento da Embrapa, indicado para a produção de forragem, com ênfase na produção de pasto. A cultivar foi adaptada a curtos períodos de calor, suportando as oscilações de temperatura que variam de 10ºC a 30ºC no outono da Região Sul.
A variação de temperaturas também ocorre nos meses de agosto e setembro, o que exigiu o melhoramento genético para que o trigo, cultivo tradicionalmente de clima temperado, pudesse estender o desenvolvimento vegetativo para oferta de pasto em quantidade e com qualidade.
Na sanidade, BRS Tarumaxi é resistente à ferrugem da folha e moderadamente resistente às manchas foliares, mosaico, germinação na espiga, debulha e ao acamamento. Moderadamente suscetível ao oídio e ao complexo de viroses transmitidas por pulgões (VNAC).
A cultivar BRS Tarumaxi é fruto do melhoramento genético no cruzamento com BRS Tarumã, primeira cultivar de trigo destinada à alimentação animal no Brasil, lançada pela Embrapa em 2002. No aprimoramento da tecnologia, BRS Tarumaxi alcançou maior capacidade de rebrote e afilhamento, permitindo de um a dois ciclos a mais de pastejo, com volume de forragem até 13% maior.
Fonte: Embrapa Trigo
De acordo com o pesquisador, a produção de pasto em período crítico resulta em aumento da renda do produtor rural, com a conversão de forragem em carne, leite ou lã.
Além da diversificação de renda e redução de riscos, a cultivar de trigo gera outros importantes benefícios aos sistemas de integração lavoura-pecuária, com destaque para:
A cultivar BRS Tarumaxi passou por cinco anos de avaliação (2017 a 2021), em 14 locais no RS e em SC. Novos locais deverão compor a rede de avaliação para estender a indicação de cultivo para outros estados.
Para a safra 2022 estão registrados no MAPA cerca de 200 hectares com campos de sementes licenciados de BRS Tarumaxi, volume suficiente para cobrir com forragem 4 mil hectares. Os produtores parceiros que comercializam BRS Tarumaxi estão disponíveis no site da Embrapa.
O plantel com 28 vacas em lactação, permaneceu cerca de 3 horas em cada piquete em pastejo tipo rotatínuo, onde os animais entraram na pastagem com as plantas próximo a 25 cm de altura e saíram do piquete com o trigo a 10 cm.
A adubação após cada pastejo foi com esterco líquido. No total, foram 16 ciclos de pastejo até o final de outubro.
A suplementação contou com 10 kg de silagem de milho/dia e 12h em pastagens de azevém, aveia e trigo. Como o trigo apresentou mais proteína bruta (teor de 14 a 15%), o produtor reduziu a necessidade de suplementação com proteína no cocho.
Fonte: Embrapa Trigo