Desempenho e nutrição de suínos em condição de desafios ambientais: estresse por calor e desafio sanitário
Em regiões de clima tropical e subtropical, os fatores climáticos merecem destaque uma vez que, nestas regiões, ocorre associação entre elevadas temperaturas e umidade relativa do ar. Quando expostos a condições de alta temperatura ambiental, suínos mantêm a homeotermia por meio de ajustes comportamentais, fisiológicos e metabólicos para diminuir a produção e/ou aumentar a dissipação de calor.
Adicionalmente, Saraiva et al. (2011) relataram que animais em crescimento e terminação criados durante o verão na região sudeste do Brasil tiveram menor taxa de crescimento quando comparados com aqueles criados durante o inverno (910 vs. 1010 g/dia). No que diz respeito ao desempenho reprodutivo, o estresse por calor tem sido associado ao:
O genótipo de suínos também é um fator de grande importância uma vez que exerce influência sobre a capacidade de adaptação dos animais ao ambiente térmico.
De fato, genótipos modernos tendem a ser mais susceptíveis ao estresse por calor devido à maior termogênese (Gaughan et al., 2009) e menor adaptabilidade a desafios ambientais.
Isso ocorre, devido a menor capacidade de mobilizar recursos fisiológicos e nutricionais para funções outras àquelas associadas ao crescimento e reprodução, tais como termorregulação e resposta imune (Rauw, 2012; Dumont et al., 2014).
Suínos respondem aos desafios sanitários por meio de ajustes neuroendócrinos e metabólicos na tentativa de restaurar a homeostase e integridade do organismo. Tais ajustes incluem:
A febre é um dos sinais clínicos mais comuns em quadros de
infecção e inflamação, e o de maior custo energético.
Outras alterações metabólicas também são observadas em condição de desafio sanitário. Em estudo com suínos que receberam sucessivas aplicações de Escherichia coli (LPS), Escribano et al. (2014) observaram:
Quando comparado ao grupo controle (sem aplicação). O que indica ativação do sistema imunológico em condição de desafio sanitário.
Mesmo a nível subclínico, cujas consequências não são visualmente observadas, Kyriazakis et al. (2008) observaram redução de 75-80% no consumo alimentar. Contudo, em uma condição de desafio mais intenso (tempo e/ou dose do patógeno), no qual sinais clínicos são observados, o consumo alimentar pode ser próximo de zero (Figura 1).
Uma vez que em condições de desafio sanitário os suínos podem se encontrar em estado anoréxico, são observadas alterações metabólicas (como lipólise do tecido adiposo e proteólise do músculo esquelético) para aumento da disponibilidade de nutrientes destinados a síntese de células imunes (Le Floc’h et al., 2004).
Sendo assim, Pastorelli et al. (2012) reportaram consistente diminuição no consumo alimentar e ganho de peso em suínos expostos e diferentes desafios sanitários. Por exemplo, foi relatada uma redução no consumo de ração de:
Dentre as estratégias para preservação da saúde e desempenho dos animais de produção submetidos a condições de desafio ambiental, crescente atenção tem sido voltada para a suplementação de aminoácidos.
Esses, são compostos orgânicos absorvidos e utilizados pelo organismo para síntese de proteínas, enzimas, hormônios, componentes estruturais, de transporte e do sistema imune. Aminoácidos atuam na:
(Liu et al., 2017; Le Floc’h et al., 2018).
Potencial uso de estratégias nutricionais para suínos em diferentes condições de desafio |
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