Este conhecimento sobre processos fermentativos e as diferentes frações obtidas faz parte da construção da Aleris e sua política de transparência e informação oferecida para que a cadeia produtiva realize a utilização correta na alimentação animal.
Esta produção traz vantagens para vários outros segmentos, inclusive o mercado de proteína animal, visto que são gerados alguns subprodutos de interesse na alimentação animal como os grãos de destilaria secos (DDG), grãos de destilaria com solúveis (DDGS), leveduras e frações fermentadas de cereais.
Embora todos ingredientes sejam originados do processo de produção de etanol usando cereais como substrato, existem diferenças importantes na composição e características desses produtos que devem ser consideradas para correta aplicação na nutrição animal.
DDG E DDGS
Os DDG e DDGS são coprodutos da produção de etanol a partir do milho ou outros cereais como sorgo e trigo e apresentam, por muitas vezes, características bastante variáveis, influenciadas principalmente pelo ingrediente utilizado (tipo de cereal e processamento, variedade, qualidade e condições ambientais) e pelas condições do processamento e meio de fermentação (temperatura, tempo de cozimento, destilação e desidratação) (BELYEA et a., 2010). |
Além do mais, estes subprodutos são normalmente gerados durante o processo de fermentação, assim, as reservas nutricionais do meio são exauridas para a produção máxima de etanol, que é a finalidade a que se destina, sendo mais uma causa de variação entre diferentes locais de produção.
No Brasil, por não ser tão utilizado como nos Estados Unidos, o número de pesquisas com coprodutos aqui produzidos é limitada e não há ainda uma legislação que controle possíveis
riscos relacionados à segurança alimentar, justamente pela falta de padronização e controle de processo.
LEVEDURAS E FRAÇÕES FERMENTADAS DE CEREAIS
As leveduras e frações fermentadas de cereais (GOLDSAC – marca comercial da Aleris), diferentemente dos DDGS, passam por um processo de padronização e uniformidade das etapas
produtivas, onde o objetivo final é obter um produto rico em leveduras juntamente com nutrientes provenientes de diferentes frações fermentadas dos cereais utilizados como substratos no processo fermentativo.
Na tabela abaixo são apresentadas as principais características nutricionais do GOLDSAC e suas vantagens de uso.
Além da composição nutricional, o plano de amostragem e controle de qualidade aplicado pela Aleris, fazem do GOLDSAC uma excelente opção de ingrediente proteico e energético com alto valor biológico e biodisponibilidade para ser utilizado na nutrição de animais não ruminantes.
POEDEIRAS
O experimento foi desenvolvido em parceria com a Universidade Federal da Paraíba (UFPB), campus Areia e os resultados médios do período experimental podem ser observados na Tabela 1.
A inclusão do GOLDSAC (4kg/t) proporcionou de forma significativa (P<0,05) uma melhor deposição de massa de ovo (58 gramas/ave/dia, em média) e maior peso da gema (17,6 gramas, em média).
CULTURA DE LEVEDURA
A cultura de levedura é constituída pela levedura junto ao meio onde ela se desenvolveu durante mais de 24h e exprimiu o máximo de sua atividade fermentativa e geração de compostos (metabólitos), passando por secagem controlada que preserva tanto as leveduras (agora inativas) como os metabólitos. A real cultura de levedura só é possível ser obtida por processo em que não haja separação da levedura de seu meio de cultura e metabólitos produzidos.
A real cultura de levedura só é possível ser obtida por processo em que não haja separação da levedura de seu meio de cultura e metabólitos produzidos. |
No caso de etanol de cana-de-açúcar, por exemplo, não se consegue a cultura de levedura, pois a fermentação dura apenas 7h e a levedura se separa do meio de fermentação e metabólitos durante o processo de centrifugação, necessário para maior eficiência de destilação do etanol de cana.
Na produção do CULTRON (marca comercial da Aleris), uma cultura de levedura pura, sem misturas com qualquer diluente, existe uma etapa adicional no seu processo de fabricação, onde a levedura e seu meio nutritivo, separados após a produção de etanol vindo do milho, passam por um sistema de cultivo com o objetivo de concentrar e enriquecer o meio de cultura com metabólitos resultantes do metabolismo de aminoácidos, ácidos graxos, carboidratos, além da biossíntese de terpenóides produzidos pelas próprias leveduras (ALVES et al., 2015).
De fato, já foram identificados mais de 500 metabólitos celulares no meio de cultivo da levedura Saccharomyces cerevisiae, distribuído em 14 diferentes famílias químicas e que ajudam a explicar a interação da complexa matriz intra e extra celular das leveduras (MARTINS et al., 2016).
Uma das explicações é que a atividade metabólica da levedura viva está relacionada com o substrato presente no meio de fermentação ruminal que é variável, pois depende do tipo de ingrediente utilizado na dieta. Dawson (2002) sugere que o substrato no qual a levedura viva fermenta é que define a sua atividade metabólica e, consequentemente, é parte integrante do processo básico que pode levar ou não a uma resposta benéfica no animal ou mesmo a grandes variações nos resultados observados.
Ao contrário, a cultura de levedura é produzida em ambiente controlado e com as mesmas concentrações e tipos de substratos, o que garante uma padronização no perfil de metabólitos produzidos durante a fase de fermentação.
BOVINOS CONFINADOS
Para a digestibilidade da matéria seca (MS) foi observado um aumento de 2,3% para os animais que foram suplementados com o CULTRON em relação àqueles do grupo Controle.
Desta forma, estes resultados podem embasar o maior ganho de peso diário observado no grupo de animais do tratamento com o CULTRON (1,7 kg/dia), um aumento de 18,4% em relação ao grupo Controle (1,4kg/dia).
Esta melhor capacidade de transformação da MS ingerida em ganho de peso foi capaz de otimizar a conversão alimentar destes animais em 12%. |
Ao abate, os animais suplementados com o CULTRON apresentaram 18% a mais de ganho médio de carcaça (1,12 kg/dia x 0,945 kg/dia, para CULTRON e Controle, respectivamente) (p-value. 0,0521).
De forma consistente, o trabalho comprovou a atuação positiva do CULTRON não somente na obtenção de carcaças melhor acabadas, mas com maior grau de homogeneidade e distribuição de gordura subcutânea (Tabela 2), o que pode evitar desclassificações de carcaças e penalizações dos frigoríficos junto aos produtores.
Com os resultados apresentados neste estudo é possível inferir, de forma prática, que se o peso ao abate fosse de 500 kg, os animais que receberam o CULTRON atingiriam este peso, em média, 14 dias antes dos animais do grupo Controle, logo, isto pode significar uma economia média de 130 kg de matéria seca ingerida. Para ter acesso na íntegra ao trabalho completo, por favor, solicite ao departamento técnico da Aleris Animal Nutrition.
REFERÊNCIAS
Entre em contato com o departamento técnico da Aleris Animal Nutrition e solicite a literatura citada neste artigo.
Desmistificando as leveduras – Parte I
Desmistificando as leveduras – Parede celular e Nucleotídeos Parte II
Por: Departamento Técnico Aleris Nutrition