O Mercado de ração animal e as perspectivas para 2022
Entrevista com Ariovaldo Zani CEO do Sindirações
Nesta entrevista, Ariovaldo Zani fala com muita propriedade sobre o mercado de rações, e explica de forma muito didática e realista as oscilações e a dinâmica de preço dos principais insumos para alimentação animal e os efeitos do COVID para a indústria de rações
.
Dados do Sindirações demonstram que o setor de produção de ração animal continua crescendo, e registrou um avanço de 5,2% no primeiro semestre do ano comparado a 2020.
Quais as perspectivas para o próximo ano? |
Os preços dos principais grãos, milho e soja, atravessaram um período com preço bastante inflacionado em nível global, por uma série de fatores, inclusive climáticos. No Brasil, esse problema se acentuou por questões cambiais, desvalorização do real frente ao dólar, o que tornou o custo desses insumos praticamente proibitivo.
Desde outubro estamos passando por um momento de certo alívio no custo, no entanto, o patamar de preços em que se posicionaram o milho e o farelo de soja continua atrapalhando bastante a vida do produtor. Isso porque ele tem dificuldade de repassar este aumento ao consumidor, que também está em dificuldade por conta do desemprego, perda de renda e uma série de fatores.
Quando eu falo em acentuamento das dificuldades no primeiro semestre de 2022, me refiro à escassez de insumos importados, como:
Aditivos
Vitaminas
Aminoácidos
E outras especialidades de química fina utilizadas na alimentação animal, cujos fornecedores se concentram nos Estados Unidos, Europa e, principalmente, na China e Índia.
Globalmente, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aponta para um crescimento econômico menor em 2022. Os consumidores brasileiros continuarão enfrentando dificuldades econômicas, cenário que ainda pode ser agravado pelo advento das eleições presidenciais.
No mercado internacional, estamos acompanhando algumas dificuldades como :
- O embargo à carne bovina pela China,
- A recomposição, ainda que incipiente, do plantel suíno chinês.
Portanto, é esperado que haja sim um crescimento no próximo ano, porém, menor do que o alçando neste ano de 2021.
Desde 2018 quando o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China (Ministry of Agriculture and Rural Affairs – MARA) confirmou o primeiro caso de Peste Suína Africana (PSA) na província de Liaoning, a China tenta combater a PSA. De acordo com o MARA, em 2021 já foram confirmados 11 casos em 8 províncias, sendo o último em 9 de novembro.
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