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Enzimas exógenas em alimentos para cães e gatos: o que sabemos até agora?

Escrito por: Gabriel Faria Estivallet Pacheco - Professor do curso de Zootecnia do Instituto Federal Farroupilha Campus Alegrete. Alegrete –RS, Brasil Zootecnista, graduado pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, 2011), mestre (2013) e doutor (2018) em produção animal, com ênfase em nutrição de animais de companhia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Enzimas exógenas em alimentos para cães e gatos: o que sabemos até agora?


O Brasil é um dos maiores produtores de grãos e de proteína de origem animal do mundo. O beneficiamento destes produtos para consumo humano gera consigo uma infinidade de coprodutos que podem ser incorporados nas formulações de alimentos para animais de companhia.
Embora possuam valor nutricional e energético satisfatório para contribuir com os requerimentos nutricionais de cães e gatos, muitos destes coprodutos possuem fatores antinutricionais que interferem negativamente no aproveitamento dos nutrientes pelos animais. Assim, torna-se necessário o emprego de tecnologias capazes de reduzir estes efeitos e que possibilitem o melhor aproveitamento dos nutrientes pelos animais e a redução dos custos de produção.

A eficiência do uso de enzimas exógenas em rações para aves e suínos já está bem consolidada. Entretanto, para animais de companhia os estudos ainda estão em fase inicial e os dados disponíveis na literatura são contraditórios.

Assim, este artigo aborda as principais características, funções e modo de ação das enzimas exógenas com potencial de uso na alimentação de cães e gatos, bem como, fornece informações sobre os estudos mais recentes realizados com cães e gatos.

FUNÇÕES DAS ENZIMAS

A estrutura molecular das enzimas é bastante frágil e para que possam ser utilizadas eficientemente em alimentos para animais de companhia é importante que elas resistam a adversidades como:
Processo de extrusão
Variações de pH no organismo
Ação proteolítica do trato digestório
Diversos tipos de processamento aos quais as matérias-primas são submetidas para sua produção

COMO AS ENZIMAS TRABALHAM?

Em condições biológicas normais, as reações não catalisadas tendem a ser lentas e por este motivo, sem as enzimas, o processo de digestão dos alimentos, a contração muscular e tantos outros processos seriam biologicamente inviáveis (Nelson & Cox, 2006).
As enzimas fornecem um ambiente específico dentro do qual uma reação pode ocorrer mais rapidamente, sem que as próprias enzimas sofram qualquer alteração no processo (Figura 1). A formação do complexo enzima-substrato é fundamental para ação enzimática, tendo em vista que as enzimas são substrato dependentes.

As enzimas comerciais produzidas e usadas na alimentação animal, geralmente, são procedentes de bactérias do gênero Bacillus sp. ou fungos do gênero Aspergillus sp. ou Trichoderma sp. (Fireman & Fireman, 1998; Yin et al., 2001).
Embora a suplementação com enzimas exógenas em alimentos para animais de produção, especialmente aves e suínos, seja uma prática rotineira e visa auxiliar os processos digestivos. Em cães e gatos, os estudos com enzimas estão em fase inicial.
A variabilidade das metodologias empregadas para avaliar seus efeitos sobre a disponibilidade dos nutrientes tem dificultado a comparação dos resultados.

ESTUDOS COM ENZIMAS EM CÃES E GATOS

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