O excesso de aminoácidos digestíveis e as perdas obrigatórias relacionadas ao metabolismo são catabolisados e excretadas como úrico ácido.
As proteínas não digeridas, bem como as perdas endógenas de proteínas urinárias e fecais, também são excretadas.
Como consequência, a excreção e retenção de N dependem da:
- qualidade das matérias-primas consumidas (digestibilidade da proteína)
- equilíbrio de aminoácidos da dieta
- diferença entre as necessidades de aminoácidos das aves e seu suprimento
Assim, melhorar a eficiência da retenção de proteínas requer um conhecimento das necessidades dos animais e composições de matérias-primas. Quando este não é o caso, como costuma acontecer na prática, são tomadas margens de segurança que aumentam as perdas e reduzem a eficácia de produção.
A redução do teor de proteína das dietas pode ser alcançada adicionando aminoácidos para uso em rações, como L-lisina, DL-metionina, L-triptofano, ou análogos de aminoácidos, como ácido hidroxil metiltio butanóico, para atingir um perfil ótimo de aminoácidos digestíveis (Mack et al., 1999).
Meda et al. (2011) calcularam que a redução de 10 g/kg na PB da dieta em poedeiras e frangos de corte resultou em 10% de redução na excreção de N. No entanto, as aves parecem ser mais sensíveis do que os suínos a uma redução na proteína dietética. Por exemplo, Leclercq (1996) observou que uma redução de 10 g PB/kg de alimento reduziu significativamente a excreção de N, mas aumento da taxa de conversão alimentar em 0,021 kg/kg. Aftab et al. (2008) concluíram que acima de 10% de redução de PB (em comparação com as recomendações do NRC), o desempenho dos frangos pode ser reduzido.
A eficiência da retenção de proteínas nas aves também é afetada pelo tipo de produção (Corpen, 2003). A menor eficiência é observada para poedeiras (28%) e a maior (54%) para frangos de corte convencionais. A eficiência de perus é intermediária (46%). A menor eficiência para retenção de proteína é geralmente encontrada em sistemas orgânicos de produção de aves, principalmente porque aminoácidos manufaturados industrialmente não podem ser usados.
Para ler o primeiro artigo da série, “Estratégias nutricionais para produção sustentável de suínos“, clique aqui! |
As informações contidas neste texto foram retiradas do livro “Poultry and pig nutrition – Challenges of the 21st century”
HENDRIKS, Wouter H.; VERSTEGEN, Martin WA; BABINSZKY, László (Ed.). Poultry and pig nutrition: Challenges of the 21st century. Wageningen Academic Publishers, 2019.