- Nitratos e fosfatos provenientes de dejetos de suínos e aves contribuem para a eutrofização da água. Além disso, as reservas mundiais de fosfatos minerais são limitadas e devem ser preservadas.
- O acúmulo de Cu e Zn nos solos pode impor um risco de toxicidade de médio ou longo prazo às plantas e aos microrganismos do solo e aumento do risco de sua transferência para os ecossistemas aquáticos.
- A emissão de amônia (NH3) dos dejetos está envolvido na acidificação e eutrofização, com efeitos prejudiciais reconhecidos no solo e biodiversidade. A amônia também contribui para a emissão de pequenas partículas para o ar, com possíveis efeitos prejudiciais à saúde humana e animal.
- Embora menor do que em ruminantes, a criação de animais monogástricos também contribui para as emissões diretas de gases de efeito estufa, e emissões de CH4 e óxido nitroso (N2O) de dejetos e cama.
Nas últimas décadas, diferentes formas de reduzir o impacto ambiental da produção de suínos e aves têm sido investigadas. A abordagem nutricional tem recebido grande atenção de pesquisadores e tomadores de decisões legislativas.
As principais estratégias investigadas são:
- melhoria da eficiência do uso de nutrientes para reduzir a excreção e as emissões dos animais;
- modificação das propriedades químicas dos excrementos para reduzir as emissões gasosas e a produção de odores dos dejetos;
- melhor adaptação dos dejetos ao seu uso futuro para produção de energia ou como fertilizantes em diferentes estratégias de valorização com ou sem tratamento.
Para complementar a leitura, a nutriNews publicou em sua edição um artigo falando sobre: “Como as tecnologias nutricionais na produção de suínos afetam o custo logístico da distribuição dos dejetos?“ O artigo está bem completo e inclui custos de transporte e distribuição dos dejetos em lavoura, para ler o artigo na íntegra, clique aqui! |
Dentre as estratégias utilizadas para produção sustentável, tem-se o uso eficiente de proteínas. A eficiência da utilização das proteínas pelos suínos depende da composição da dieta e do estado fisiológico ou do estágio de crescimento dos animais.
Com dietas convencionais, esta última fração é frequentemente a mais importante. A eficiência média de retenção de N é mais baixa em porcas (20-30%), intermediária em suínos em crescimento (30-40%) e mais alta em leitões desmamados (45-55%) (Dourmad et al., 1999a).
Duas abordagens nutricionais complementares podem ser utilizadas para melhorar a eficiência da utilização de proteínas em suínos e, consequentemente, reduzir a excreção de nitrogênio.
Em porcas, a excreção de N é reduzida em 20 a 25% quando diferentes dietas são alocadas para a gestação e para a lactação, em vez de uma única dieta. Melhorias adicionais podem ser alcançadas com o uso de alimentação em duas ou múltiplas fases durante a prenhez. Isso requer uma avaliação precisa dos requisitos, que pode ser obtido usando ferramentas de modelagem.
Dourmad et al. (2014) calcularam que estratégias de alimentação de duas e várias fases durante a gestação resultaram em redução de 10 e 14% na ingestão de proteínas, redução de 15 e 20% na excreção de N ao longo de todo o ciclo reprodutivo e redução de 6 e 8% no custo de alimentação, respectivamente.
Em suínos de engorda, a alimentação por fases também é uma maneira eficiente de melhorar a eficiência da proteína. Uma redução adicional de 5 a 12% na excreção de N pode ser alcançada aumentando o número de dietas usadas durante o período de engorda ou com alimentação em grupo multifásica semanal ou diária (Bourdon et al., 1997; Pomar et al., 2014).
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