A crise hídrica, que se agrava em todo o País, é motivo de grande preocupação para os produtores rurais paulistas. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp) avalia que, caso medidas não sejam tomadas, haverá impactos negativos na economia e no segmento rural, com a possibilidade de quebra de safras e alta no preço de alimentos.
Na parte elétrica, o recente reajuste nos valores das bandeiras tarifárias vai provocar o encarecimento da energia elétrica. Nesse sentido, o reajuste para a bandeira vermelha – patamar 2 passou de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100 kWh consumidos, um aumento de 52%.
“Os reajustes batem na cadeia produtiva e se estendem ao consumidor, que é quem compra carne no açougue e o arroz e feijão no mercado, e fica com a conta final. A crise hídrica deve ser observada com atenção pelas autoridades e medidas deverão ser tomadas, como a revisão das altas taxas de energia, por exemplo, para não causar o encarecimento dos alimentos”, explica Meirelles. “Também não desejamos que se imponham medidas restritivas à irrigação, pois isso traria grande impacto na produção de hortaliças”.
- falta de abastecimento de água para a população;
- paralização na produção da aquicultura;
- interrupção ou diminuição nos volumes outorgados para a irrigação;
- restrições na navegação fluvial;
- e queda nas atividades ligadas ao lazer e turismo nos municípios onde se situam essas UHE.
Inteligência no campo |
Na contracorrente da pandemia, o campo mantém o ritmo de modernização e busca superar os obstáculos do novo normal. “A inclusão digital é muito importante para o agricultor durante a pandemia”, diz o presidente da Faesp. “Por isso, estamos nos modernizando, discutindo métodos de irrigação e ampliando a utilização de energia fotovoltaica. Defendemos o uso consciente e responsável da água e da energia, a fim de otimizar as operações agrícolas e melhor aproveitar cada cultura”, comenta.
Segundo a Faesp, com a irrigação inteligente com tubulações subterrâneas é possível aplicar água e nutrientes diretamente à raiz da planta, oferecendo maiores benefícios para o seu cultivo e acelerando o ciclo produtivo em até 40% em relação ao sequeiro, conforme estudos e experimentos no campo. Hoje com os recursos da informática, os processos podem ser automatizados e fornecem a possiblidade do gerenciamento de todos os detalhes da irrigação e da nutrirrigação de maneira prática, moderna e eficaz. Isto contribui para melhor aproveitamento dos recursos hídricos e fertilizantes, evitando desperdícios.
A tecnologia está aí para contribuir para uma agricultura mais eficiente e com custos menores, inclusive com fontes alternativas de geração de energia, como o uso da biomassa, eólicas e solar ou fotovoltaica, que passam a ser uma alternativa a mais para o produtor rural, com a vantagem de ser renovável e sustentável. Segundo dados de 2020 da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), o setor rural responde por 13,2% da potência instalada no Brasil e os investimentos nas propriedades passam de R$ 1,7 bilhão.
De acordo com a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), em 2020 a capacidade instalada de geração de energia elétrica foi de 174,7 GW, sendo que a Solar, Biomassa e a Usinas Eólicas, representaram 21% desse total.
Fonte: Assessoria de imprensa