A Brachyspira hyodysenteriae, é uma espiroqueta infecta o ceco e o cólon de suínos em crescimento e causa doença caracterizada por diarreia mucohemorrágica, desidratação, redução do apetite e rápida perda de peso.
Em geral, parece que fibras de fermentação lenta e insolúveis, como as encontradas em grãos secos de destilaria de milho com solúveis (DDGS) encurtam o tempo de início das infecções e aumentam a incidência de doença; e que fibras altamente fermentáveis e solúveis podem aumentar ou diminuir a incidência de doenças dependendo do tipo específico de fibra e da composição da dieta básica.
Para o estudo, os pesquisadores utilizaram 39 machos castrados (29.4 ± 4.0 kg de peso vivo) com resultado negativo para B. hyodysenteriae e B. hampsonii. Os suínos foram divididos em três tratamentos:
1) fibra de fermentação lenta: dieta com 20% DDGS, 0% polpa de beterraba ou amido resistente
2) fibra de fermentação média: 10% DDGS, 5% polpa de beterraba, 5% amido resistente
3) fibra altamente fermentável: 0% DDGS, 10% polpa de beterraba, 10% amido resistente
Após 14 dias do inicio dos tratamentos dietéticos os animais foram submetidos a um desafio com B. hyodysenteriae.
Observações clínicas, diagnósticos e desempenho de crescimento |
Os pesquisadores pontuaram que foi necessário realizar tratamento antimicrobiano para 4 suínos devido à gravidade da doença, sendo que os quatro animais pertenciam ao grupo alimentado com dieta contendo fibra de fermentação lenta. Além disso, um suíno do tratamento que recebeu fibra fermentação média na dieta morreu de disenteria aguda grave no 10 dpi.
O número médio de dias que os suínos levaram para desenvolver disenteria suína clínica (fezes soltas contendo sangue e muco) diferiu entre os tratamentos. Suínos do tratamento de fibras de fermentação lenta levaram em média 9 dias, já os animais do tratamento fibras de fermentação média levaram em média 20 dias para desenvolver suínos clínicos disenteria.
Também houve diferença na duração da disenteria clínica, que foi de 6 dias para porcos LFF, 2 para porcos MFF e 0 para porcos HFF devido ao alto número de porcos sem doença clínica.
Em relação ao desempenho, do dia 1 aos 42 houve diferença no ganho de peso médio diário entre os tratamentos, sendo que os suínos do grupo de fibras de lenta fermentação apresentaram o menor ganho de peso, e os suínos do grupo fibras de alta fermentação tiveram o maior ganho de peso. O mesmo padrão se repetiu na avaliação do consumo de ração.
Os autores concluíram que alimentar suínos com dietas mais altamente fermentáveis forneceu proteção quase completa contra disenteria suína após desafio experimental com B. hyodysenteriae. Além disso, essas dietas foram capazes de manter as taxas de crescimento e eficiência alimentar em relação a suínos desafiados com B. hyodysenteriae alimentados com dietas com baixa fermentabilidade. |
As informações desse texto foram retiradas do artigo intitulado “Highly Fermentable Fiber Alters Fecal Microbiota and Mitigates Swine Dysentery Induced by Brachyspira hyodysenteriae” com autoria de: