Fundamentos da nutrição para peixes
A produção nacional aquícola apresenta grande importância no fornecimento de proteína animal de excelente valor biológico para o consumidor e, dentro desse setor, o destaque encontra-se na piscicultura, mais precisamente na produção de tilápia.
Tal espécie é o carro chefe da atividade e, dentre todas as características favoráveis à sua criação, seu filé é um elemento nobre que possui coloração clara, sabor suave e ausência de espinhas em “Y”, o que facilita sua ingestão. Isso faz com que o público tenha versatilidade no momento de seu preparo, sendo então possível a elaboração de diversas receitas para seu consumo.
No entanto, apesar desses predicados ressaltados anteriormente, existem várias etapas e processos até que esse animal chegue à mesa da população e um dos elos fundamentais é constituído pela nutrição e alimentação dos peixes nas propriedades.
É importante ressaltar que no ambiente natural, esses organismos aquáticos são capazes de buscar seu alimento, seja ele qual for, nos horários e locais desejados, o que, em cativeiro, se torna impossível.
Pois bem, então como fazer para que o peixe confinado receba de maneira correta todos os nutrientes que necessita seja para seu desempenho produtivo ou reprodutivo e manutenção?
Bom, primeiramente o importante é identificar quais são esses nutrientes e como eles podem ser destinados de maneira eficaz ao animal em questão. É sabido que os macronutrientes mais importantes para os peixes são: [cadastrar]
A partir desse ponto, detalhes como fase de desenvolvimento dos peixes e os objetivos produtivos tornam-se determinantes pois são esses fatores que irão balizar na hora da elaboração de uma dieta. Portanto, entender sobre a exigência ou requerimento nutricional é ponto chave no balanceamento das rações pois qualquer desequilíbrio nas fórmulas pode impactar a performance dos peixes a campo.
Entretanto, a maneira usual de se referir as rações há muito tempo é baseada em seus teores de proteína bruta, aliás é ainda como a maioria dos produtores diferencia seus estoques. Todavia, com o desenvolvimento tecnológico e o aprofundamento das pesquisas, há atualmente a precisão de elaborar as dietas pautadas não em termos proteicos (de forma generalizada) mas sim em quantidades de aminoácidos (que são os monômeros formadores da proteína). |
Dessa forma, as rações passaram a ser muito mais assertivas e, o mais importante de tudo, é o reflexo que causa tanto para o desempenho produtivo dos animais quanto para a manutenção do ambiente de produção.
Em continuidade, e não menos importante, os lipídeos são substâncias fundamentais por apresentarem funções diversas nos organismos como:
Além disso, as distintas espécies de peixes possuem requerimentos em ácidos graxos essenciais diferentes entre elas, isso é causado, principalmente, pela ausência de enzimas dessaturases e elongases, capazes de elaborar cadeias carbônicas longas e com presença de ligações duplas em seus carbonos.
Entender o funcionamento fisiológico lipídico é importante para o fornecimento de elementos que deem condições para que os animais elaborem, de modo eficiente, as moléculas fundamentais para seus desenvolvimentos e, assim, utilizem os recursos disponíveis para promover tanto a lipogênese quanto a lipólise eficazmente.
O último macronutriente que perfaz as dietas dos peixes é o carboidrato. Esse é também uma fonte interessante de energia para os organismos vivos e apresenta-se como uma reserva (glicogênio) prontamente disponível em momentos de redução da glicose sérica ou mesmo nos instantes de exercícios físicos.
Por outro lado, os carboidratos são peça-chave no processamento das rações. Tal fato é caracterizado pela gelatinização do amido no momento da extrusão, o que configura em densidade reduzida do pélete – permitindo sua flutuabilidade – e melhora na digestibilidade desse ingrediente. Contudo, entender as rotas metabólicas dos carboidratos nos organismos aquáticos é essencial, porém permanece obscuro.
Espécies de diferentes hábitos alimentares apresentam distintas maneiras de lidar com os açúcares simples em seus organismos e essas vias devem ser estudadas a fim de elucidar definitivamente a importância real desse nutriente para os peixes. |
Pois bem, é praticamente improvável que o fornecimento dos macronutriente isoladamente seja suficiente para qualquer organismo em desenvolvimento.
Tal fato é reforçado pela necessidade de quebra dessas moléculas – polímeros ou não – em unidades menores, que possam ser assimiladas e então destinadas ao anabolismo.
Para tanto, isso seria impossível de se tornar realidade com a ausência das vitaminas e minerais que além de outras funções, desempenham papéis como co-enzimas e co-fatores enzimáticos, respectivamente, no metabolismo animal.
Obviamente não se encerrando assim suas colaborações para a manutenção da homeostase dos indivíduos.
A nutrição é apenas uma parte da cadeia produtiva e não deve ser levada em consideração isoladamente, lembre-se disso! |
Referências bibliográficas sob consulta.[/cadastrar]