Normalmente, um aumento no conteúdo energético da dieta diminui proporcionalmente o consumo de ração, pois as poedeiras tendem a ajustar o consumo de ração para satisfazer suas necessidades energéticas.
No entanto, quando a dieta é diluída excessivamente, as galinhas podem não conseguir manter o consumo de ração para atender às suas necessidades de produção de ovos. Entretanto, dietas altamente concentradas de energia são caras e podem reduzir a eficiência alimentar para produção de ovos, pois parte da energia ingerida é direcionada para a deposição de gordura e ganho de peso.
Outro ponto que deve ser considerado nesse balanço é que dietas de alta energia geralmente contêm mais ácido linoleico e gordura suplementar do que as dietas de baixa energia, resultando frequentemente em um aumento no tamanho do ovo.
No estudo foram utilizadas um total de 648 galinhas Lohmann Brown Classic, dividas em grupos, e alojadas em gaiolas enriquecidas (120×63 cm e 45 cm de altura).
Foram testadas 8 dietas experimentais arranjadas em fatorial 2 × 4, com 2 concentrações de energia (2.680 vs. 2.780 kcal energia metabolizável aparente/kg) e 4 níveis de lisina (0,68, 0,72, 0,76 e 0,80%). Todos os outros aminoácidos essenciais foram formulados de acordo com o conceito de proteína ideal (FEDNA 2018).
Produção e Qualidade de Ovos
A idade afetou todas as características de produção e qualidade de ovos estudadas, exceto mortalidade e proporção dos componentes dos ovos, mas nenhuma interação entre a idade das galinhas e a dieta foi detectada.
Concentração de energia da dieta
A maioria das diferenças observadas foi detectada após o 3º período do ciclo de postura para o peso do ovo e ingestão energética, e após o 5º período para conversão alimentar. O conteúdo energético da dieta não afetou a incidência de ovos sujos, quebrados ou sem casca, ou a proporção de gema, albumina e casca dos ovos.
Conteúdo de lisina digestível
No entanto, o peso dos ovos e a produção de massa de ovo aumentaram conforme o nível de lisina aumentou.
A dieta não afetou nenhuma das características de qualidade do ovo estudadas, exceto a porcentagem de ovos sem casca que diminuiu com o aumento do nível de lisina. A proporção dos componentes do ovo, medida apenas nos últimos 2 períodos experimentais, não foi afetada pelo conteúdo de lisina da dieta.
Os autores concluíram que, um aumento no conteúdo energético da dieta de 2.680 para 2.780 kcal de energia metabolizável aparente/kg não afetou a produção de ovos, mas aumentou o peso dos ovos, provavelmente devido ao maior nível de gordura suplementar das dietas de alta energia. Galinhas vermelhas não requerem mais do que 744 mg de lisina por dia (correspondendo a 0,68% de lisina na dieta) para otimizar a produção de ovos. No entanto, quando o objetivo é maximizar o peso do ovo (e a produção de massa de ovo), as galinhas poedeiras vermelhas devem consumir pelo menos 843 mg lisina por dia. Os dados confirmam que as necessidades de lisina digestível de poedeiras dependem dos critérios de resposta estudados, sendo pelo menos 100 mg/d maior para maximizar o peso dos ovos do que para otimizar o número de ovos produzidos. |
As informações desse texto foram retiradas do artigo intitulado “Influence of the energy and digestible lysine contents of the diet on performance and egg quality traits of brown-egg laying hens from 19 to 59 weeks of age” com autoria de:
R. Scappaticcio12; J. Garcia1; G. Fondevila2; A. F. de Juan2; L. Cámara2; G. G. Mateos2
- 1Camar Agroalimentaria S.L., Toledo, Spain
- 2Departamento de Producción Agraria, Universidad Politécnica de Madrid, 28040 Madrid, Spain