
O evento ocorreu na terça-feira, 18 de maio, pela manhã. O presidente da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da CNA, Ricardo Manoel Arioli da Silva, na primeira parte do seminário, ressaltou a importância da transferência de conhecimento sobre a transmissão de doenças pela cigarrinha-do-milho, bem como a necessidade de proporcionar boas informações para os produtores rurais. “A CNA é um porto seguro para a busca da boa informação, assim como outras entidades”.
No vídeo, o professor fala que os programas de manejo integrado de pragas, incluindo a cigarrinha-do-milho, são os mais eficientes e sustentáveis para o controle de pragas. Ele citou também os fatores favoráveis aos problemas com a cigarrinha: “Primeiro, locais e épocas secas e quentes. Então, na segunda safra do milho, conhecida como safrinha e, também, no Cerrado e na região Sul, é onde nós temos as condições mais propícias para termos problemas”. O segundo fator citado foi a adubação inadequada: “Se nós realizamos a adubação inadequada, a planta se torna mais suscetível a esta praga”. E em terceiro ele citou o cultivo sucessivo de milho durante todo o ano, somado à existência de plantas doentes, sobretudo o milho tiguera.
Ações de mitigação para danos no campo |
O pesquisador da Embrapa Milho e Sorgo, Luciano Viana Cota, apresentou a palestra “Da pesquisa para o campo: o que já pode ser implementado de melhoria”.
Ele explicou os dois tipos de enfezamentos: o enfezamento-pálido e o enfezamento-vermelho. “Nos dois casos nós estamos trabalhando com uma classe de patógenos denominados molicutes. Os molicutes são bactérias que se adaptaram a infectar o floema das plantas de milho. Esta infecção impede o desenvolvimento normal da planta de milho por inibir a translocação de fotoassimilados”.
Segundo Cota, os enfezamentos já ocorrem nas lavouras de milho no Brasil há 30 anos, em fases de surtos epidêmicos. O primeiro foi observado em meados da década de 90. Outro surto ocorreu em meados de 2006 e 2007, e este último, iniciado em 2014 até os dias de hoje. Historicamente, o enfezamento ocorria no Brasil Central, em Minas Gerais, Goiás, Norte de São Paulo e Oeste da Bahia. No entanto, nas duas últimas safras, foram detectadas ocorrências na região Sul do Brasil.
Conhecimento e boas práticas |
A empresa organizou um e-book para disseminar conhecimentos e boas práticas para o produtor rural. A publicação digital “Guia de boas práticas para o manejo do enfezamento e da cigarrinha-do-milho” reúne informações colecionadas de diversas publicações e materiais educativos desenvolvidos pelos associados da CropLife e seus parceiros, incluindo a Embrapa.
O diretor Carlos Goulart, do Departamento de Sanidade Vegetal e Insumos Agrícolas do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, comentou as ações governamentais tomadas para redução dos danos causados no campo. Ele ressaltou que é importante para o produtor rural ter acesso às informações de manejo e de controle da cigarrinha e dos enfezamentos. “O Ministério criou um plano para monitorar a praga nos diferentes estados, para saber qual é o mapa de ocorrência de cigarrinhas e o mapa de ocorrência de enfezamentos”, disse Gourlart.