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Micotoxinas e Micotoxicoses em Silagens e Insumos para alimentação de bovinos 2

Escrito por: Luiz Antonio Moura Keller - Médico Veterinário, Professor Adjunto de Toxicologia Veterinária na Universidade Federal Fluminense (UFF). Doutorado em Ciências Veterinárias pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Brasil(2013) Coordenador Convênio MARCA/MERCOSUL da Universidade Federal Fluminense , Brasil

Micotoxinas e Micotoxicoses

Fungos e micotoxinas podem interferir negativamente no processo produtivo, causando perdas diretas e indiretas em diferentes segmentos das cadeias de produção. Atuando de maneira silenciosa, as micotoxinas podem afetar não apenas a saúde dos rebanhos, mas também afetar a viabilidade econômica da produção se forem negligenciadas.

Manejo integrado e gestão são armas que o produtor pode estabelecer a fim de conhecer os pontos críticos diretamente na sua propriedade.

GESTÃO E PONTOS CRÍTICOS DE CONTROLE PARA OBTENÇÃO DE UMA BOA ENSILAGEM E CONTROLE DE MICOTOXINAS

 

Sempre é perguntado: “Qual o nível seguro de ingestão de micotoxinas, para que não haja qualquer prejuízo aos meus animais?”

Essa é a primeira pergunta que muitos produtores fazem quando o assunto micotoxinas é abordado. Sendo em uma resposta direta a recomendação sempre é de ZERO, ou seja, não existem níveis aceitáveis que não causem prejuízos ao processo de desenvolvimento dos animais ou riscos à saúde pública.

No entanto, essa afirmação é utópica e difícil de ser atingida, pois sabemos que estamos lidando com questões intrínsecas ao processo, mas muitos fatores extrínsecos sem qualquer tipo de controle ou potencial gestão.

Sendo o primeiro já difícil de controlar em sua totalidade, mas fatores extrínsecos são muito complexos de monitorar, que dirá controlar.

Mas hoje a ciência tem avançado na tentativa de determinar níveis de micotoxinas que, se presentes na dieta dos animais, não causem prejuízo significativo. Essa determinação é complexa, uma vez que vários fatores estão envolvidos nos danos que as micotoxinas podem causar.

Por isso, o controle integrado é a melhor arma para o produtor garantir minimização de efeitos deletérios e ocorrência de fungos e micotoxinas.

Adoção de boas práticas de ensilamento certamente contribuirá para a prevenção da contaminação fúngica e diminuição da produção de micotoxinas, e ademais garantindo qualidade nutricional ao alimento conservado.

Estas práticas são ações que vão desde o campo, até o fornecimento da silagem para os animais, justamente tentando cobrir todas as possibilidades de produção da toxina pelos fungos ao longo da cadeia de aproveitamento.

Alguns fatores são importantes de serem controlados, estes destacam-se pela bibliografia como sendo os principais pontos críticos de controle a serem monitorados:

Por último, a utilização de inoculante adequados que produza metabolitos que auxiliem no processo de estabilização do silo.

O teor de umidade no momento da ensilagem merece destaque, pois, teores de umidade acima de 80% irão proporcionar condições inadequadas ao processo de conservação.

Devido aos grandes teores de água à perda de compostos nitrogenados, açúcares solúveis, ácidos orgânicos e sais minerais, gerando perdas de nutrientes de forma geral, como também ocorrerá fermentações oriundas de microrganismos indesejáveis.

Lembrar que os teores de matéria seca recomendados ao bom andamento do processo de ensilamento são cerca de 25% a 45%.


Valores muito superiores a 40% irão desencadear problemas que vão desde a compactação e perdas nutricionais, complementando com potencial ambiente para o crescimento fúngico (Keller et al., 2013).

Por final, ao processo de monitoramento integrado, após considerar pontos críticos relevantes que tem significativo impacto econômico, a utilização de aditivos alimentares de origem biológica pode ser considerada.

Estes produtos tem condição de garantir um incremento na qualidade do ensilado, além de oferecer incremento produtivo na criação, promover a sanidade dos animais e bem como oferecer uma alternativa sustentável e economicamente viável.

Muitos produtos ainda precisam de otimização, bem como adaptação nas condições de cada localidade onde poderão ser aplicados, mas certamente a utilização de inoculantes com potencial probiótico (leveduras e bactérias), bem como substâncias com potencial prebiótico ou estabilizantes que não só irão garantir a qualidade do silo, como também favorecer o desenvolvimento de uma microbiota desejável são recomendados.

Atualmente, os microrganismos mais amplamente utilizados em alimentos para animais de produção são as leveduras, principalmente Saccharomyces cerevisiae e bactérias ácido láticas (BAL).

Desta forma o desenvolvimento de produtos, para introdução de probióticos se torna promissor, principalmente por serem considerados organismos grau GRAS (Generally Recognized As Safe) garantem uma microbiota saudável, estável e com manutenção de suas atividades biológicas ao longo do período de aproveitamento do silo.

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