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Microminerais modulam a produção, saúde e reprodução da vaca moderna

Escrito por: Pedro Ferro , Rogerio Isler -
Gerente de Negócios Ruminantes -

Microminerais são componentes essenciais na nutrição dos rebanhos leiteiros. Embora há muito tempo se saiba disso, o tema não era tratado com a devida importância por muitos nutricionistas. Com o avanço da produtividade, os microminerais deixaram de ser um ajuste fino da dieta e passaram a ser acompanhados como elementos fundamentais para garantir saúde, imunidade e o sucesso produtivo e reprodutivo dos animais.
O balanceamento da dieta com níveis adequados de microminerais é necessário para garantir o funcionamento de todos os processos bioquímicos que ocorrem no organismo animal. Os requerimentos para atender as necessidades dos animais, com exceção de cobalto e do selênio, são definidos pelo peso corporal para mantença, ganho de peso, dias de gestação, nível de produção de leite e coeficiente de absorção da fonte do mineral.

Essas definições são baseadas em estudos com animais em estado fisiológico normal, livre de doenças, em boas condições ambientais, com mínimo de estresse e com um nível mínimo de ingestão de antagonistas. Qualquer variação nessas condições interfere na necessidade mineral dos animais.
Qualquer fator causador de estresse pode comprometer a integridade do tecido epitelial, que é a primeira barreira de defesa do organismo. O aumento da permeabilidade da barreira epitelial permite a infiltração de patógenos que provocam a estimulação do sistema imunológico.
A resposta imunológica é a primeira reação do organismo na tentativa de combater o invasor, resolver o processo inflamatório e retornar à atividade normal do organismo, inclusive a produção. O sucesso da resposta imune depende da rápida comunicação entre as células do sistema de defesa do organismo.
Quanto mais rápido solucionar o problema menor será o gasto energético, menor prejuízo para o organismo e para a produção. Portanto, adequar o balanceamento de microminerais para a realidade de campo é uma das estratégias nutricionais para manter a integridade epitelial e a atividade imunológica para garantir saúde, produtividade e longevidade dos rebanhos leiteiros.
ZINCO (ZN) é um componente essencial em mais de 300 sistemas de enzimas. A ação metabólica desses sistemas inclui o metabolismo de carboidrato e da energia, síntese de proteína, metabolismo de ácidos nucléicos, integridade do tecido epitelial, reparo e divisão celular, manutenção e regeneração de epitélios, diferenciação e ativação de leucócitos e transporte e utilização de vitamina A. Além disso, tem um papel importante no sistema imune e de certos hormônios reprodutivos.

Respostas comuns a suplementação de zinco são maior produção de leite, melhor eficiência alimentar, redução da manqueira, a melhor integridade de epitélio dificulta a entrada de patógenos para dentro do organismo, junto com melhor resposta imune reduz o impacto das perdas em quadros de enfermidades, diminui CCS e mastite, e melhora reprodução.
MANGANÊS (MN) é essencial para a função cerebral normal e em sistemas enzimáticos, atua na formação de colágeno, no crescimento ósseo, na formação de uréia, na síntese de ácidos graxos e de colesterol e na digestão de proteína. Além disso, tem um papel importante na reprodução e pode aumentar a produção e a eficiência alimentar.
COBRE (CU) tem a função de ativador e constituinte de enzimas como Superóxido Dismutase e Lisil Oxidase. Um componente chave do sistema imune.
Ele está envolvido no desenvolvimento do tecido conjuntivo (fibras de colágeno e elastina) e no processo de queratinização, assim influencia na qualidade de casco e na redução de manqueira, também é importante para o bom funcionamento do sistema reprodutivo.
COBALTO (CO) é constituinte da vitamina B12, necessária para a conversão de propionato em glicose e para o metabolismo do ácido fólico. Melhor suplementação de cobalto ajuda na digestão de fibras, melhora o apetite e a produção de leite.
SELÊNIO (SE) é essencial para síntese das selenoproteínas, em vacas leiteiras pode melhorar o estresse oxidativo e a capacidade imunológica no período de transição. A suplementação de selênio pode diminuir a CCS e mastite, reduzir retenção de placenta e metrite, melhorando a fertilidade e os índices reprodutivos.
CROMO (CR) amplifica a sinalização da insulina para manter os receptores ativos e facilitar a entrada de glicose para dentro da célula. Animais consumindo cromo metionina responderam com maior consumo e menor mobilização de gordura pré e pós-parto, maior produção de leite, maior ganho de peso e melhor reprodução.

A maneira mais comum de suplementação dos microminerais têm sido na forma de sais inorgânicos, preferencialmente os sulfatos. No entanto, sais orgânicos de microminerais, como minerais complexados com aminoácidos, minimizam o risco de antagonismo e aumentam a eficiência de absorção.
Porém, é importante destacar que existem enormes diferenças químicas entre as moléculas dos chamados minerais orgânicos disponíveis no mercado, por isso é importante buscar por produtos com respostas consistentes, comprovadas pela ciência.
As respostas comuns observadas à suplementação de minerais de performance Zinpro (Complexados mineral aminoácido), em vacas leiteiras incluem diminuição da contagem de células somáticas (CCS) (Kellogg et al., 2004; Rabiee et al., 2010), melhor desempenho reprodutivo (Nocek et al., 2006; DeFrain et al., 2009; Rabiee et al., 2010), diminuição da claudicação e melhora da saúde de casco (Nocek et al., 2000; Siciliano-Jones et al., 2008; Overton e Yasui, 2014), maior produção de leite (Rabiee et al., 2010; Osorio et al., 2016).
Também foi observado que a suplementação com zinco, manganês e cobre complexados a aminoácidos e cobalto glucoheptonato produzem alterações moderadas na glicose e ácidos graxos (Nayeri et al., 2014), efeitos benéficos sobre a função hepática, o estresse oxidativo e a inflamação (Osorio et al., 2016; Batistel et al., 2016; Batistel et al., 2017; Horts et al., 2019), podendo melhorar a saúde e reduzir o gasto de glicose, sobrando mais para produção de leite.

Vinte estudos com vacas leiteiras monstraram diminuição de 7,4% na CCS quando houve suplementação com Zn, Mn, Cu e Co. Essa resposta dobrou para uma redução de 15% quando a suplementação começou durante o período seco e continuou ao longo da lactação, demonstrando a necessidade de um programa de microminerais de qualidade superior durante o período seco.
A ativação do sistema imunológico, indicada por alta CCS, reduz a produção de leite e o desempenho reprodutivo, porque os nutrientes que seriam usados para suprir esses requerimentos produtivos são desviados para o sistema imunológico.

A suplementação de vacas secas e em lactação melhorou o desempenho reprodutivo em animais que seriam prejudicados por um distúrbio de saúde na transição, tais como metrite, cetose, hipocalcemia, deslocamento de abomaso ou retenção de placenta. Zinco, manganês e cobre são nutrientes essenciais para a reparação do tecido epitelial, capacidade antioxidante e início do estro.

Pesquisas demonstraram que a inclusão da proporção certa de microminerais em um premix fornecido para novilhas por 150 dias reduziu a dermatite digital em 65% em 16 instalações de novilhas, com uma taxa média inicial de prevalência de 34%. A redução da ocorrência de lesões M2 em novilhas durante a fase de criação diminui o risco de futuros surtos e melhora o desempenho reprodutivo e produtivo durante a primeira lactação.
Figura 3. Efeito de fornecer Availa-Plus como parte de um premix de microminerais sobre a redução de dermatite digital

Um programa de vacinação bem-sucedido é um dos pilares da prevenção de doenças e da manutenção da saúde do rebanho. Uma condição inadequada de microminerais pode prejudicar a resposta à vacinação (títulos de anticorpos). Novilhas primíparas alimentadas com suplementação de zinco, manganês, cobre e cobalto demonstraram maiores títulos de anticorpos após a administração de uma vacina contra E.coli.

Vacas sadias são mais lucrativas. Ao manter a CCS sob controle, reduzir a manqueira e melhorar a reprodução, a produção de leite e a eficiência alimentar melhoram. De fato, um resumo de 20 estudos demonstrou um aumento de quase 1 kg/vaca/dia na produção de leite corrigido para energia.

Animais em estresse térmico consomem menos alimentos. Entretanto, demonstrou-se que o fornecimento de complexo zinco aminoácido para bovinos sob condições de estresse térmico reduz o declínio na ingestão de matéria seca. Estresse metabólico, redistribuição do fluxo sanguíneo, ingestão de matéria seca prejudicada e inadequada suplementação de zinco podem alterar a morfologia e a integridade intestinal, o que reduz a absorção de nutrientes e inicia uma inflamação.

A inclusão de zinco também ajuda a manter a integridade intestinal e pode reduzir a inflamação, como sugerido pela presença de vilosidades intestinais mais longas e delgadas.
Da mesma forma, em vacas lactantes, o estresse calórico prejudica o epitélio da glândula mamária. O complexo zinco aminoácido, melhorou a saúde da glândula mamária, reduzindo o extravasamento de lactose para o plasma.
Acreditamos em uma abordagem proativa à saúde e ao bem-estar animal. A inclusão de microminerais complexados da Zinpro em dietas de vacas leiteiras fornece melhor nutrição como um todo para o seu rebanho. Essa melhor nutrição pode ajudar a reduzir a necessidade de antibióticos e a preparar melhor o sistema imunológico do animal para eventos estressantes e desafiadores.

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