Monitoramento do solo possibilita diagnóstico preciso, decisões estratégicas e manejo sustentável
O solo é o principal recurso natural para produção de alimentos, fibras e bioenergia, além de desempenhar papel importante nos ecossistemas e na regulação do clima global. Monitorá-lo é essencial para entender os efeitos do uso da terra e do manejo.
Nesta quinta-feira, 05 de dezembro, a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) comemora o Dia Mundial do Solo para lembrar a importância desse recurso natural para a vida no Planeta. Neste ano, o tema trata da relevância dos dados e informações para conhecer o solo e apoiar as melhores decisões para o manejo sustentável. Além do mais, o solo bem cuidado é a forma para alcançar vários dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), como os relacionados à redução da fome (ODS 2) e pobreza extrema (ODS 1, 3) e melhoria da proteção do meio ambiente (ODS 6 , 11, 12, 14, 15) e do clima global (ODS 13).
De acordo com o pesquisador Alberto Bernardi, da Embrapa Pecuária Sudeste, a caracterização do solo é fundamental para a tomada de decisões sobre o manejo sustentável dos sistemas de produção, garantindo segurança alimentar à população e, ainda, entender os efeitos das mudanças climáticas, evitar a degradação das terras e preservar os serviços ambientais.
O acompanhamento pode ser realizado utilizando-se métodos convencionais, baseados na coleta de amostras e medições laboratoriais, ou tecnologias de precisão, como sensoriamento remoto, com imagens de veículos aéreos e satélites, ou sensoriamento proximal. Geralmente, os métodos utilizados pelos laboratórios tradicionais, com produtos químicos, são mais demorados, têm impacto ambiental e podem ter valor elevado.
Já a caracterização das superfícies e do solo por sensoriamento remoto por veículos aéreos (pilotados presencial ou remotamente) ou satélites tem avançado bastante.
- “É uma abordagem eficiente, que não requer acesso direto ao campo. Avançou muito na questão da resolução espacial e temporal. Mas ainda há problemas de interferência de nuvens e da cobertura do solo”, destaca.
Novas técnicas têm sido amplamente estudadas, como o sensoriamento proximal do solo, com o uso de sensores de campo.
“Os sensores fornecem resultados quantitativos e podem ser mais eficazes em relação a tempo e custo do que as análises laboratoriais convencionais. Eles estão se tornando menores, mais rápidos, mais precisos, mais eficientes em termos de energia, sem fio e mais inteligentes”, observa Bernardi.
A análise baseada em imagens e sensores apresenta vantagens sobre os métodos convencionais, como menor custo, maior eficiência, resultados mais rápidos e coleta de grandes conjuntos de dados. Para o pesquisador, a melhor tecnologia para o monitoramento do solo depende do objetivo. A combinação de sensores remotos e proximais, e ainda dos métodos laboratoriais, pode ser interessante, aumentando a precisão do monitoramento e do diagnóstico.
“Temos visto que as tecnologias emergentes, muitas delas resultado da atuação da pesquisa, promovem inovação orientada por dados, que melhoram a tomada de decisões estratégicas. As tecnologias digitais como internet das coisas (IoT) combinando sensores, robôs e VANTs com software de inteligência artificial (IA), blockchaim, realidade virtual e aumentada estão impulsionando o rápido avanço dos sistemas de informação de gestão na agricultura. E têm grande potencial para uso no monitoramento e manejo dos solos”, explica Bernardi
O avanço em relação a essas tecnologias de monitoramento contribui para melhorar a eficiência, a precisão da coleta e a análise de dados do solo. É uma oportunidade para que técnicos e agricultores identifiquem facilmente áreas que podem exigir atenção, como pontos críticos de infestação de pragas ou deficiências de nutrientes, tenham um diagnóstico mais preciso e rápido para tomar decisões mais acertadas.
Fonte: Embrapa