A suinocultura do MS (Mato Grosso do Sul) tem experimentado um crescimento notável nos últimos anos e está a caminho de se consolidar como uma das principais regiões produtoras de suínos do Brasil. Durante a SUINFAIR 2024, realizada em Ponte Nova (MG), Milton Bigatão, que é presidente da ASUMAS (Associação Sul-Matogrossense de Suinocultura), destacou os avanços do setor no estado e os planos ambiciosos para o futuro, como o aumento de matrizes suínas.
Bigatão explicou que a suinocultura no MS começou na década de 1990, com iniciativas pioneiras na região de Dourados. Desde então, o setor tem se expandido significativamente, especialmente após a instalação da Aurora na região norte do estado.
“Hoje, somos o quinto maior produtor de suínos do Brasil, e nosso estado tem muito a crescer”, destacou Bigatão em entrevista à suínoBrasil. “Temos produtores empreendedores, um relevo favorável, grãos de qualidade a preços acessíveis e, principalmente, um governo que nos apoia”, completou.
Um dos pilares desse crescimento é o programa “Leitão Vida”, um incentivo do governo estadual que promove a sustentabilidade na produção suinícola. “O governo devolve o ICMS para nós, que investimos em melhorias ambientais em nossas granjas”, explicou Bigatão. “Além disso, contamos com o FCO, que oferece juros mais baixos para financiamento da produção”, completou. Atualmente, o MS possui cerca de 118 mil matrizes suínas, com um planejamento estratégico para alcançar 150 mil matrizes nos próximos dois anos. Esse crescimento é sustentado por investimentos significativos, como o recente anúncio da Aurora Coop, que planeja investir mais de R$ 300 milhões na região.
Outro fator importante para o futuro da suinocultura no estado é a Rota Bioceânica, um projeto que promete aproximar o MS dos mercados asiáticos a partir de 2026. “Isso abrirá muitos mercados que atualmente estão fora do nosso alcance devido à distância dos portos”, explicou o presidente da ASUMAS.
Além disso, a certificação pela OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal) como livre de febre aftosa sem vacinação, vem atraindo grandes empresas interessadas em negociar com mercados exigentes, como Japão e Canadá, segundo Bigatão. Em parceria com a Embrapa, universidades e o governo estadual, a ASUMAS desenvolve projetos de pesquisa adaptados às condições locais, como o tratamento de dejetos suínos para geração de biogás e fértirrigação. “Hoje, nas nossas granjas, nada se perde. É uma sustentabilidade completa”, disse
Bigatão.
Além de sua participação na SUINFAIR 2024, a ASUMAS organiza eventos importantes no estado, como um encontro de lideranças que reúne órgãos governamentais, universidades e lideranças do setor, além do Fórum de Suinocultura, que em 2024 atraiu mais de mil participantes. “Esses eventos são fundamentais para discutirmos os rumos da nossa suinocultura e fortalecer a nossa organização”, concluiu Bigatão.
Confira a íntegra da entrevista de Milton Bigatão à agriNews TV Brasil
Fonte: Redação agriNews Brasil