Assim como no Brasil políticas como o Plano ABC e Plano ABC+ buscam ampliar a área com tecnologias de baixa emissão de carbono, países como Nova Zelândia e Austrália possuem políticas visando acabar com as emissões líquidas de carbono na agricultura e pecuária até 2030 e 2050, respectivamente.
Eckard mostrou ainda que o uso de árvores em sistemas silvipastoris com ovinocultura tem trazido benefícios relevantes, como a redução em 10% da morte de cordeiros devido ao conforto térmico gerado pela proteção tanto do calor quanto do vento em períodos frios.
Demanda do mercado
De acordo com Paul Burgess, da Cranfield University, no Reino Unido, algumas redes de supermercados inglesas já estão comprando apenas carnes vindas de fazendas que utilizam técnicas sustentáveis na pecuária. Esse movimento vem incentivando o aumento da adoção de sistemas silvipastoris. Já são adotados há anos em países europeus, esses sistemas agora estão sendo conduzidos com maior diversificação das espécies arbóreas.
A maior complexidade dos sistemas integrados, no entanto, é um desafio para os produtores europeus, que têm dificuldade de mão-de-obra no campo, disse o palestrante.
Os países da América Latina, por sua vez, têm nos sistemas ILPF a oportunidade de garantir o suprimento desse mercado cada vez mais exigente em produção sustentável de alimentos. Luis Valderrama, da Universidad de Colombia, diz que para esse potencial ser alcançado é preciso investimento dos governos, sobretudo apoiando pequenos agricultores. Para ele, a descarbonização da produção agropecuária pode trazer bom retorno aos produtores, com aumento da rentabilidade com a venda de madeira, de créditos de carbono e com recebimento de prêmio pago pela produção sustentável.
Dificuldades
Na África e na Ásia os sistemas ILPF como são usados no Brasil ainda são raridade. Nesses continentes, as formas mais comuns de sistemas integrados são as agroflorestas e algumas poucas áreas com sistemas silvipastoris. O indiano e professor na University of Florida, P. K. Ramachandran Nair, explica que há dificuldade em obter estatísticas sobre a área de adoção de ILPF nesses países e que a estrutura fundiária, baseada em pequenas propriedades e com baixo nível tecnológico, dificulta a adoção.
Já nos Estados Unidos, Alan J. Franzluebbers, do USDA- North Carolina State University, mostrou que o setor agropecuário ainda vive um momento de alta especialização e concentração das terras, que resulta no mínimo uso de sistemas ILPF. Porém, ele afirma que o interesse pelos sistemas mais diversos começa a surgir na medida em que se
O painel Sistemas de ILPF no Mundo foi moderado pelo pesquisador da Embrapa Solos e presidente do conselho gestor da Rede ILPF, Renato Rodrigues.observam os resultados econômicos. Questões ambientais, afirma, serão importantes para mudar as tendências.
Congresso
Fonte: Gabriel Faria | Embrapa Agrossilvipastoril