Programa Boas Práticas Hídricas monitora e orienta sobre o consumo de água em mais de 1,4 mil propriedades leiteiras; houve redução de 18% na quantidade de água utilizada na produção por litro de leite
O programa Boas Práticas Hídricas, desenvolvido em parceria entre a Nestlé e a Embrapa, motivou a economia de 56,841 milhões de litros de água na produção de leite. Esse foi o volume que as mais de 1,4 mil propriedades leiteiras que participam da iniciativa deixaram de consumir em 2021, comparando-se ao ano de 2020. A estimativa foi calculada por meio de indicadores de eficiência hídrica medidos em uma amostra das unidades participantes.
Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste
As fazendas avaliadas estão localizadas no Paraná, Goiás, São Paulo e Minas Gerais. O monitoramento foi realizado mensalmente por meio de hidrômetros instalados em vários pontos de consumo. Com ajuda dos técnicos, os dados coletados nos hidrômetros foram lançados em planilhas ou diretamente no aplicativo Leiteria, desenvolvido pela Nestlé para auxiliar na gestão das propriedades leiteiras.
O monitoramento também demonstrou que houve redução na quantidade de água utilizada na produção por litro de leite, um indicador de eficiência muito importante. Em 2021, nas fazendas monitoradas na amostra, foram ordenhadas 2.742.384 vacas, sendo produzidos pouco mais de 53 milhões de litros de leite.
Desde 2018, a Nestlé mantém o programa Boas Práticas Hídricas, com apoio às fazendas leiteiras e instalação de hidrômetros para ajudar a mensurar o uso de água na produção. Em 2019, 20 fazendas eram monitoradas com o equipamento; esse número passou para 60 em 2020 e para mais de 1,4 mil em 2021. Para o pesquisador, quantificar o uso de água é a primeira etapa para entender onde e como esse recurso é utilizado na propriedade.
O resultado da avaliação do programa demonstrou que apenas o monitoramento do consumo já foi suficiente para proporcionar ganhos de eficiência hídrica nessas propriedades. No entanto, a ideia do programa é ir além e fazer com que os produtores internalizem as boas práticas hídricas no dia a dia.
As fazendas vão servir de vitrine de manejo da água e resíduos com ganhos ambientais, econômicos e sociais.
Metas para um futuro regenerativo
Dessa forma, são três pilares rumo à meta climática global de reduzir pela metade as emissões líquidas de gases de efeito estufa até 2030 e atingir emissões líquidas zero até 2050: agricultura regenerativa que gera impacto positivo por meio das principais cadeias fornecedoras, com foco em conservação, reabilitação e aumento de produtividade; circularidade que reduz e elimina o desperdício na cadeia de embalagens; e bioeconomia que valoriza os biomas brasileiros e suas comunidades por meio de negócios sustentáveis.
Foram definidas como metas para o Brasil até o ano de 2025: obter 30% das principais matérias-primas por meio de práticas regenerativas; coletar e reciclar o equivalente a todo o plástico colocado no mercado brasileiro; e conservar 300 mil hectares na Amazônia, gerando renda e promovendo educação para 4 mil pessoas.
Nessa propriedade verificou-se o que seria a condição ideal: aumento da quantidade de leite e redução do consumo do recurso natural. Houve uma redução de 21% no consumo de água por vacas em lactação: de 326 litros de água por animal ao dia em 2020 para 255 litros em 2021. Também houve queda no consumo do uso de água por litro de leite: de 14 litros de água por litro de leite ao dia em 2020 para 12 litros em 2021.
Para o pesquisador, esse caso demonstra que é possível manejar a água de forma mais eficiente sem comprometer os índices produtivos da atividade. Isso representa vantagens econômicas e ambientais para o produtor.
A redução do número de lavagens, além de proporcionar a economia de água, também promove economia de energia e otimiza a mão de obra.
Outras ações previstas para a fazenda de Araxá são a instalação de hidrômetros individualizados para medir consumos dos bebedouros e da lavagem dos pisos e as alterações na rotina de aplicação dos dejetos na lavoura de milho como fertilizante, para dar maior segurança ambiental à propriedade.
Os bebedouros também devem ser sempre checados para identificar e corrigir os vazamentos como os ocasionados por quebra de boias. Na hora da limpeza, quando possível, reutilizar a água para outros usos, como a lavagem dos pisos.
A propriedade de Araxá não possui sistema de captação e armazenamento da água da chuva. O uso da cisterna significa menor consumo da água do poço e, consequentemente, menor consumo de energia elétrica para movimentar a água.
A cisterna, de acordo com Palhares, não significa economia de água, mas substituição da fonte subterrânea pela da chuva, o que é ambientalmente recomendável. O plano ainda conta com ações para reduzir o consumo na residência do produtor.
O resultado do impacto dessas ações será avaliado em 2023. De acordo com o pesquisador, espera-se:
Fonte: Embrapa Pecuária Sudeste