O segundo dia do XII Simpósio Leite Integral, evento que ocorre nos dias 05 e 06 de outubro no UP Expo em Curitiba – Paraná, discutiu “o ‘S’ da questão” do ESG no Leite. Flávia Fontes, CEO do Grupo Leite Integral e Mariana Magalhães Campos, pesquisadora da Embrapa Gado de Leite discorreram sobre o aspecto social dentro da agenda ESG.
Flávia explica que que toda a comunidade que envolve as fazendas e indústrias do setor do leite está incluída dentro do ESG, representando o social (“S”) da sigla. Desse modo, devemos trabalhar com a saúde única, ou seja, priorizando a saúde e o bem-estar tanto animal quanto humano.
- “Quando se cuida melhor dos animais na fazenda, as pessoas que trabalham com esses animais se sentem melhores também”, destaca.
Mariana trouxe em sua fala a importância de garantirmos o bem-estar das vacas dentro das fazendas, uma vez que vacas menos reativas emitem menos gás metano.
O temperamento dos animais é uma característica fenotípica, ou seja, pode ser herdado geneticamente e depende do ambiente em que o animal se encontra. Buscar o melhoramento genético deve ser uma ação da fazenda para melhorar a reatividade das vacas, mas também deve-se buscar um ambiente adequado, com menos fatores estressores possível.
“De modo geral, os bovinos com maiores níveis de reatividade enfrentam problemas de bem-estar e são mais susceptíveis ao estresse, condição que pode acarretar prejuízos para a saúde e produtividade dos animais”, enfatizou Mariana.
Em estudo desenvolvido pela Embrapa Gado de Leite acerca do temperamento das vacas e suas emissões de metano foi avaliado o comportamento dos animais e realizados ensaios de respirometria, onde foram medidas todas as trocas gasosas, bem como medido o metano entérico das vacas.
Foi demonstrado que aquelas vacas mais reativas durante o manejo da ordenha, que são vacas que defecam, urinam e pisoteiam mais e acabam por consequência retirando mais vezes as teteiras, apresentam uma produtividade menor.
Isso se dá por conta do gasto da energia que poderia ser destinada à produção do leite, mas que é mobilizada pelo estresse do ambiente.
- “Essas vacas têm gasto de energia por conta do estresse causado e acabam produzindo até 25% menos leite, pois gastam energia nos comportamentos reativos e deixam a produção de leite em segundo plano”, explica Mariana.
Além disso, observou-se que vacas mais calmas, que possuem um nível mais elevado de bem-estar animal, destinam cerca de 57% a mais de sua energia metabolizável para a produção do leite.
Dessa forma, vacas menos reativas conseguem ser mais produtivas, diminuindo a emissão de metano por litro de leite produzido.
Sobre o Evento
Em sua 12ª edição, o Simpósio Leite Integral segue inovando em seus temas, trazendo para o setor leiteiro os assuntos que nortearão o futuro da atividade. Nessa edição, serão apresentadas as oportunidades relacionadas à agenda ESG, que é o conceito mais moderno e abrangente de sustentabilidade.
Saiba todos os detalhes do Simpósio Leite Integral clicando aqui.