Os avanços da nutrição in ovo na produção de frangos de corte
Visando manter essa elevada produção é necessário a redução de custos e a melhoria da produtividade dentro da cadeia avícola. Nesse contexto, o incubatório apresenta papel fundamental pois, a partir dos ovos férteis são produzidos os pintos de um dia.
A tecnologia da nutrição in ovo pode ser considerada uma área de estudo
recente na indústria avícola.
A ideia de inocular substâncias nutritivas ou não nutritivas para os embriões iniciou-se a partir da prática da vacinação in ovo, que hoje é amplamente utilizada em todo mundo. Para ter-se uma noção, cerca de 95% dos incubatórios norte americanos e mais de 55% dos incubatórios brasileiros utilizam a tecnologia da vacinação in ovo.
No ano de 2003, foi desenvolvida uma solução nutritiva contendo carboidrato e ácidos orgânicos protegida por uma patente (Uni & Ferket, 2003) registrada nos Estado Unidos (registro n. 6.592.878).
A cavidade amniótica tem sido apontada como melhor local para se inocular as soluções nutritivas, uma vez que o embrião do frango de corte ingere o líquido amniótico quando inicia o processo de eclosão por volta de 15-16 dias de desenvolvimento embrionário.
O local e a idade do embrião no momento da inoculação são determinantes no sucesso da tecnologia e dependem do tipo de substância inoculada e também da finalidade da inoculação.
Alguns estudos testaram a inoculação no começo do desenvolvimento embrionário, entretanto do ponto de vista técnico não é viável a ruptura da casca, injeção e posterior vedação do orifício de inoculação para dar continuidade no processo de incubação pois haveria muita perda de água que causaria a mortalidade do embrião.
Assim, a nutrição da matriz deve suportar completamente o desenvolvimento do embrião e a nutrição in ovo poderá contribuir melhorando as condições de nascimento do pinto.
Os diversos estudos desenvolvidos desde os anos 2000 relacionados a inoculação in ovo testaram diferentes quantidades de soluções a serem administradas, isso porque depende do tipo de solução e de sua composição química.
Observados esses aspectos técnicos, podemos passar para a aplicação
e nos questionamentos de por que fazer o uso da nutrição in ovo.
A dieta da matriz do frango de corte e a quantidade de nutrientes que a galinha deposita no ovo são suficientes para garantir um correto desenvolvimento embrionário.
A nutrição in ovo para embriões de frangos de corte trabalha com o uso individual ou combinado das substâncias. Dentre as principais substâncias inoculadas in ovo relatadas na literatura mais recente pode-se citar:
De modo geral as pesquisas tem evoluído para a inoculação da substância que vai auxiliar o embrião juntamente com a vacina aplicada na transferência dos ovos. Nesse aspecto, outro ponto extremamente relevante e que deve passar a ser testado é a interação da substância a ser inoculada juntamente com a vacina.
A substância inoculada não pode anular o efeito protetivo que a vacina deve gerar no embrião, assim essa área é uma das que merece atenção e estudo.
CARBOIDRATOS |
A deficiência de energia pode resultar em uma eclosão deficiente e até mesmo em morte embrionária (Uni et al., 2005), portanto, a injeção de carboidratos in ovo foi proposta como um meio possível de
fornecer energia para auxiliar o embrião durante a fase final da incubação.
Os estudos com carboidratos foram os pioneiros da nutrição in ovo e merecem destaque pois mostram:
Entretanto, esses primeiros trabalhos relataram diminuição nos índices de eclosão dos pintos, talvez devido a dificuldades encontradas nas técnicas de inoculação que era feita com agulha de maneira manual e experimental.
Os estudos mais recentes com uso de carboidratos como glicose in ovo mostraram não haver diferenças para as taxas de eclosão ou ainda melhores taxas de eclosão para ovos inoculados com carboidratos com maior peso ao nascimento e melhoria no desempenho dos frangos de corte (Shafey et al., 2012; Zhang et al., 2016). Esses resultados parecem estar relacionados a melhoria na técnica de injeção in ovo que não promoveram mais a morte dos embriões por erros na inoculação.
Na fase final do desenvolvimento embrionário e no momento em que se inicia o processo de eclosão a demanda energética para contração muscular é alta e a disponibilidade de oxigênio é limitada.
Com o intuito de evitar a ativação da via de gliconeogênese na fase final embrionária, diversos estudos avaliaram a inoculação de carboidratos como:
Em embriões de frango de corte e observaram aumento de até 41% no peso ao nascimento entre aves que receberam carboidratos in ovo contra aves que não receberam (Zhai et al., 2011; Retes et al., 2018).
Além de resultados positivos sobre eclosão e peso inicial dos neonatos, as pesquisas tem sugerido que a presença dos carboidratos no lúmen intestinal dos pintos favorece:
A partir de uma revisão sobre o uso de carboidratos in ovo pode-se observar melhoria no estado energético do embrião, com aumento das reservas de glicogênio hepático e muscular o que é útil par a aumentar o desenvolvimento do embrião, do trato gastrintestinal e, consequentemente, melhorar os resultados de incubação e o desempenho dos pintos durante os estágios iniciais pós-nascimento.
AMINOÁCIDOS |
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