INTRODUÇÃO
A produção animal atual, intensiva e de alta produtividade é oportunidade para manifestações de estresse frequentes e aumento na susceptibilidade de doenças. Na reprodução, por exemplo, a alta prolificidade resulta em maior demanda de nutrientes e espaço para garantir o desenvolvimento fetal.
Entender a relação entre estresse e inflamação, seus impactos na reprodução e no crescimento dos suínos, e adotar meios para minimizar os efeitos negativos, de maneira a oportunizar o máximo desempenho dos animais, em condições de conforto e bem-estar animal, são necessários.
RELAÇÃO ENTRE REPRODUÇÃO, INFLAMAÇÃO E ESTRESSE
A fisiologia reprodutiva normal, incluindo todos os processos da inseminação ao parto, envolve uma série de processos regulados por mediadores inflamatórios, como citoquinas, fatores de crescimento e medidores lipídicos que regulam, por sua vez, respostas imunes e vasculares (JABBOUR et al., 2009; GEISERT et al., 2014).
OS DESAFIOS NA SUINOCULTURA
Avaliações de porcas descartadas por baixo desempenho ou falha reprodutiva (KNAUER et al., 2007; DE JONG et al., 2014) observaram que o aparelho reprodutor, em geral, não apresentava problema. No entanto, outras lesões, especialmente nos cascos, estavam presentes na maioria dos animais descartados (KNAUER et al., 2007).
Com isso, fica claro que falhas reprodutivas estão associadas a outras causas primárias e a inflamação é fator determinante para suas ocorrências.
Somado a isso, o processo reprodutivo, especialmente no periparto, resulta em intenso estresse oxidativo (BERCHIERI-RONCHI et al., 2011), o que também pode levar à infertilidade (RUDER et al., 2009).
Inflamação intensa, aguda ou crônica, resulta em reprogramação do metabolismo, resultando em menor consumo de alimentos, interrupção dos processos anabólicos e aumento das atividades catabólicas, o que leva ao consumo das reservas corporais e a perda de produtividade (TAYEK, 1996; SPURLOCK, 1997; MARCO-RAMELL et al., 2016).
Além do aumento da demanda de fontes de energia, o estresse oxidativo e os processos inflamatórios elevam a necessidade de aminoácidos e nutrientes antioxidantes, como vitaminas A e E, e os microminerais zinco, manganês, cobre, selênio e cromo (BERCHIERI-RONCHI et al., 2011; BATISTEL et al., 2016; MENEZO et al., 2016; JAROSZ et al., 2017).
Assim, situações adversas podem resultar em uma condição de deficiência relativa, na qual a disponibilidade dos nutrientes disponíveis é inferior à demanda nos processos fisiológicos alterados.
Os mediadores inflamatórios circulantes comprometem a produção e secreção dos hormônios gonadotróficos, podem levar à morte células do ovário e comprometer a produção do estrogênio (RIVEST & RIVIER, 1995; TOMASZEWSKA-ZAREMBA & HERMAN, 2009; KIM et al., 2013; GEISERT et al., 2014).
SOLUÇÕES PARA OS DESAFIOS
Reduzir a ocorrência do estresse e da inflamação é fundamental para garantir a máxima produtividade dos animais, de acordo com seu potencial genético.
Para tanto, é necessária a adoção de pelo menos três medidas:
IDENTIFICAR os problemas associados ao estresse e à inflamação, seu tamanho e suas causas; p.ex.: lesões nos cascos – prevalência, severidade e possíveis causas;
CONTROLAR e CORRIGIR os problemas e suas causas; p.ex.: melhorar a qualidade do piso, consertar piso ripado danificado e corrigir espaçamento entre vigas; e
PREVENIR a ocorrência dos problemas, com ações que mitiguem os riscos; p.ex.: manutenção periódica das instalações e aporte nutricional adequado.
Estas três medidas devem considerar os fatores relacionados com bem-estar animal, de maneira a diminuir ao máximo a ocorrência do estresse, infecção, irritação, injúria e consequente inflamação, incluindo:
fontes nutricionais, especialmente minerais, efetivamente absorvíveis e metabolicamente ativos, como complexo mineral aminoácido.
CONCLUSÕES
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Artigos disponíveis com o autor: tkramer@zinpro.com