Os efeitos dos ácidos orgânicos na nutrição de frangos de corte

A proibição da utilização de antibióticos na produção de animais de fazenda levou ao surgimento de abordagens alternativas, incluindo o uso de vários ácidos orgânicos, prebióticos, probióticos, enzimas, óleos essenciais, bacteriófagos, eubióticos e aditivos fitogênicos para rações.

O termo “ácidos orgânicos”, popularmente conhecido como “acidificantes”, refere-se a um amplo espectro de compostos químicos frequentemente encontrados na natureza como componentes típicos de plantas, tecidos animais e micróbios e são usados ​​em processos e funções fisiológicas essenciais do corpo.

Semelhante aos antibióticos, os ácidos orgânicos possuem propriedades antibacterianas que beneficiam significativamente a saúde e o desenvolvimento intestinal. Sua propriedade de dissociação permite que os ácidos orgânicos penetrem nas paredes das células bacterianas de modo a interromper as funções fisiológicas de vários microrganismos patogênicos.

As bactérias patogênicas comumente encontradas que afetam negativamente a saúde gastrointestinal dos frangos incluem Salmonella , Escherichia coli ( E . coli ), Campylobacter e Clostridium perfringens. A proliferação dessas bactérias pode ser regulada de forma eficaz pela incorporação de um ácido orgânico em sua ingestão alimentar ou água potável.

Vários estudos indicaram que os ácidos orgânicos da dieta promovem o consumo de ração e o desempenho do crescimento ao inibir o desenvolvimento e a multiplicação de micróbios patogênicos, ao mesmo tempo que fortalecem os microrganismos benéficos no sistema gastrointestinal.

• Fornecer a frangos de corte uma mistura de 0,06% de ácido propiônico e acético em sua água potável diminuiu a presença de Salmonella e E. coli no intestino em comparação com a de frangos de corte no grupo de controle.
• A incorporação de 1 g/kg de ácidos orgânicos revestidos com mistura na ração de frangos de corte levou a uma diminuição notável na população bacteriana cecal.
• Os ácidos orgânicos na dieta de frangos de corte melhoram o perfil microbiano benéfico, especificamente aumentando Lactobacillus, conforme observado em vários outros estudos

• Salgado-Tránsito et al. relataram que, em comparação com os frangos de corte controle, os frangos de corte alimentados com 6,25, 12,5, 25 ou 50g de ácido cítrico por kg de ração dos dias 1 a 28 tiveram melhor conversão alimentar e peso vivo.
• Comparados com os outros grupos, frangos de corte alimentados com 30g de ácido acético kg^-1 de ração apresentaram o maior ganho de peso diário, baixo consumo de ração e uma melhor conversão alimentar.

Um dos principais pontos de sucesso do uso é sobre os indicadores relacionados à histomorfologia do intestino, como altura das vilosidades, espessura da muscular, profundidade das criptas, área da superfície das vilosidades.

• Rehman et al. relataram que a suplementação dietética com ácido acético em 10, 20 e 30 g/kg de ração na dieta de frangos de corte melhorou significativamente (p<0,05) a altura das vilosidades duodenais, a profundidade das criptas e a área de superfície das vilosidades de frangos de corte de 49 dias de idade.
• Adicionar butirato de sódio na dosagem de 4 g/kg à ração de frangos de corte resultou em um aumento significativo no comprimento das vilosidades, profundidade das criptas, espessura do epitélio e espessura muscular no duodeno, jejuno e íleo de aves de corte iniciais e finais. O butirato de sódio promove a proliferação de enterócitos na mucosa intestinal e o alongamento das vilosidades.

Para obter sucesso na utilização dos ácidos orgânicos na dieta de frangos de corte, é preciso observar alguns pontos

A eficácia dos ácidos orgânicos pode variar muito com base em fatores como o ácido específico, sua concentração, a idade e a saúde das aves e a composição da dieta.

A utilização de ácido orgânico como aditivo alimentar e substituto de antibióticos na nutrição de frangos de corte tem um entrave já que alguns ácidos tem o potencial de tornar a ração menos palatável, especialmente em concentrações relativamente altas, o que pode resultar em recusa da ração. Assim, os áccidos orgânicos demonstram eficácia como um substituto viável para antibióticos promotores de crescimento na nutrição de frangos de corte, com bons resultados de forma geral, mas seu uso deve ser responsável e bem pensado.