Entenda as vantagens do uso de prebióticos na suinocultura
O trato gastrointestinal (TGI) dos mamíferos é composta por aproximadamente 1014 microrganismos que incluem uma diversidade de espécies microbianas. A microbiota no TGI está associada a uma ampla gama de funções dentro do hospedeiro, incluindo:
- fermentação de macronutrientes complexos
- produção de nutrientes e vitaminas
- fermentação de celulose
- proteção contra patógenos
- manutenção do equilíbrio do sistema imunológico metabolismo fisiológico (Han et al., 2018; Li et al., 2020; Yin et al., 2018, 2020).
Sendo assim, a modulação da microbiota intestinal tornou-se uma técnica proeminente para melhorar a saúde do hospedeiro, proteger contra infecções e doenças e produzir vitaminas e energia, desempenhando um papel crucial nas redes regulatórias fisiológicas. |
Nas últimas décadas, diferentes estratégias nutricionais, prebióticos, probióticos, agentes antimicrobianos e transplante de microbiota fecal têm mostrado potencial significativo para moldar a microbiota intestinal em humanos e animais (Azad et al., 2018a, 2018b; Claesson et al., 2012; Ji et al., 2018; Tachon et al., 2013). Nesse artigo, trataremos dos prebioticos como ferramenta para modulação intestinal.
Mas, antes, vamos a definição, você sabe definir o que são prebioticos e como o termo surgiu?
No entanto, apenas alguns compostos de carboidratos foram considerados prebióticos, incluindo fruto-oligossacarídeos (FOS), inulina, galacto-oligossacarídeos (GOS) e lactulose, que desempenham um papel no enriquecimento de Lactobacillus spp nativos. e/ou Bifidobacterium spp.
Mecanicamente, os prebióticos não são digeridos no TGI superior e acredita-se que sejam fermentados por bactérias assim que alcançam o cólon. O ambiente no cólon é adequado para fermentação e crescimento comensal devido ao seu lento trânsito, disponibilidade de nutrientes e pH.
Além disso, o crescimento de organismos patogênicos pode ser inibido pela produção de AGCC. Outro ponto de destaque é que a produção de AGCC pode reduzir o pH luminal e, portanto, inibir a degradação de peptídeos e a formação de compostos tóxicos resultante, como amônia, aminas e compostos fenólicos, e suprimir a atividade de enzimas bacterianas indesejáveis (Cummings e Macfarlane, 1991; Jarrett e Ashworth, 2018; Slavin, 2013).
Cepas produtoras de butirato das famílias Firmicutes Lanchnospiraceae e Ruminococcaceae mostraram diferentes perfis de crescimento na presença de FOS, GOS e xilo-oligossacarídeos (XOS) (Rawi et al., 2020; Scott et al., 2020). Além disso, foi demonstrado que os prebióticos diminuem o número de Bacteroides, Clostrídios proteolíticos e Escherichia coli (Parnell e Reimer, 2012; Zhang et al., 2015).
Prebióticos, como os oligossacarídeos, também mostraram potencial de aumentar a integridade da mucosa intestinal, aumentando a altura das vilosidades e a liberação de mucina e composição do biofilme da mucosa (Wan et al., 2018a; Yasmin et al., 2015).
Um estudo recente com diferentes concentrações de suplementação de inulina (baixas concentrações: 0,5, 1, 1,5 e 2 g/d e altas concentrações: 0,75, 1,5, 2,25 e 3 g/d para as semanas 1, 2, 3 e 4, respectivamente) em leitões recém-nascidos revelou que a suplementação de inulina aumentou o desempenho de crescimento durante o período de amamentação. Ademais a produção de ácidos graxos de cadeia curta também aumentou após a adição de inulina durante o desmame (Li et al., 2018).
Em estudo realizado com leitões lactentes, a administração oral de 10 mL de GOS em solução (1 g/kg de peso corporal) regulou positivamente a expressão de mRNA de IGF-1, IGF-1R, EGF, GLP-1 e GLP-2. Além disso, a administração de GOS na dieta aumentou o comprimento do intestino delgado (Tian et al., 2018). A digestão e absorção de substâncias nutritivas relacionadas ao melhor desempenho e crescimento estão associadas ao aumento da altura das vilosidades e da razão entre a altura das vilosidades.
A suplementação dietética de COS a 150 mg/kg em leitões desmamados melhorou o desempenho de crescimento, a digestibilidade de proteína bruta, gordura e cálcio, proliferação de células de cripta e morfologia intestinal (Suthongsa et al., 2017; Thongsong et al. , 2018).
O uso de prebioticos também possui efeitos benéficos quando administrados para as matrizes. A suplementação de prebióticos maternos também pode afetar o desenvolvimento gastrointestinal da prole, transferindo metabólitos eficazes através da placenta. Duan et al. (2016) suplementaram MOS dietético desde o final da gestação (d 86 de gestação) até o desmame. As porcas prenhes foram alimentadas com MOS (400 mg/kg), e suas crias (de 7 a 28 dias de idade) receberam MOS (800 mg / kg). A suplementação de prebióticos maternos aumentou o ganho de peso médio diário durante a lactação. Em outro estudo, a suplementação dietética materna de FOS de cadeia curta (scFOS) aumentou a produção de AGCC, particularmente acetato, propionato, valerato e caproato, em leitões lactentes (Le Bourgot et al., 2017).
Como pode ser observado, são diversos os efeitos positivos da adição de prebióticos na alimentação de suínos.