Fósforo: um componente essencial e seus diferentes sistemas de avaliação
Fósforo (P) é o segundo mineral mais abundante no corpo, depois do cálcio (Ca), e é um elemento essencial na dieta de aves e suínos. Desempenha funções metabólicas importantes, como desenvolvimento e manutenção do tecido esquelético, manutenção da pressão osmótica e equilíbrio acidobásico, utilização e transferência de energia, síntese de proteínas, transporte de ácidos graxos e diferenciação celular (DNA).
O fósforo de origem mineral provém da rocha fosfática que é tratada de diferentes formas para originar os produtos disponíveis no mercado. Os fosfatos inorgânicos são a fonte mais importante de P na alimentação animal, embora seus níveis de incorporação nas dietas tenham sido reduzidos drasticamente ao longo do tempo com a suplementação de fitase na ração, especialmente desde a última crise do fosfato em 2007/2008. O conhecimento do conteúdo de fitato dos ingredientes e alimentos tornou-se uma parte essencial do entendimento de quanta fitase precisava ser usada para substituir uma determinada quantidade de P das fontes minerais, mantendo o desempenho de crescimento e a boa qualidade da mineralização óssea.
Como o P é um nutriente caro na formulação de rações e que apresenta um potencial poluente alto devido à sua capacidade de causar eutrofização, conhecer melhor sobre a utilização do P resultará numa redução dos custos de alimentação e do potencial de poluição da atividade. |
Com uma metodologia próxima à utilizada para a determinação das perdas de aminoácidos basais com uma dieta livre de P a digestibilidade do trato total padronizada (STTD) de P pode ser calculada corrigindo a ATTD de P para perdas de P endógeno basal. Atualmente, STTD é o principal sistema adotado para se referir ao valor nutricional de P (NRC 2012, CVB 2018).
O excesso de Ca prejudica a absorção de P, aumenta o pH gastrointestinal e pode ter implicações na saúde intestinal, como enterite necrótica, afetando o desempenho do animal e a mineralização óssea. É, portanto, crucial analisar P e Ca na alimentação. |
NIR como ferramenta para caracterizar fitato
Avanços recentes na tecnologia de calibração NIR agora nos permitem prever parâmetros adicionais, como lisina reativa e total para farelo de soja, índice de solubilidade de proteína para milho e sorgo e P fítico. O conteúdo de P fítico varia entre os ingredientes e também dentro dos ingredientes. A Figura 1 demonstra a variação do de P fítico dentro e entre alguns dos principais ingredientes usados na formulação de rações.
A variação no teor de P fítico das matérias-primas inevitavelmente causa variação no teor de P fítico da ração (figura 2).
Programa de Matriz Máxima é um conceito desenvolvido pela AB Vista onde um melhor entendimento das matrizes enzimáticas e das características dos ingredientes empregados permite ao cliente utilizar melhor aditivos como enzimas e estimbióticos na formulação de ração, reduzindo o custo de formulação e mantendo os desempenhos zootécnicos. Esta abordagem não considera apenas a liberação de minerais pela fitase, mas também a liberação de outros nutrientes (aminoácidos, energia metabolizável etc.) que surgem devido à combinação de destruição de fitato, produção de inositol, hidrólise de fibra e estimulação de fermentação no trato gastro intestinal, todas interagindo entre si.
Existem 2 pontos-chave principais antes de considerar esta estratégia nutricional:
Essa estratégia significa que a inclusão de uma fonte inorgânica de fosfato será reduzida e até mesmo removida da formulação por completo, principalmente nas fases de crescimento e terminação em aves e, particularmente, na nutrição de suínos. Isso só é viável se você tiver uma compreensão detalhada do substrato e usar fitase de última geração, como Quantum Blue. |
A economia de fósforo para este estudo foi de 0,23% de P disponível para uma dieta contendo 0,25% de P fítico. Isto significa uma redução de 31,7 kg de fosfato/ton de ração o que representa uma economia de aproximadamente R$75 /ton de ração considerando um preço do fosfato é R$2500 /ton, podendo chegar a R$160 /ton de ração se considerando o fosfato à R$5000/ton como em 2008.
Além da economia relacionada à liberação de P a partir do P ligado ao fitato, a economia causada pela aplicação do PMM em aminoácidos e energia também tem uma influência significativa no custo de produção. A AB Vista conduziu uma extensa pesquisa para entender melhor a matriz recomendada de aminoácidos, minerais e energia que podem ser poupados usando doses mais altas de fitase Quantum Blue em combinação com Signis ou Econase XT. Para uma ração padrão contendo uma média de 0,25% de PP, o uso de 1.500 FTU/kg em comparação com 500 FTU/kg pode aumentar a economia de custo de alimentação em R$30/tonelada quando considerada a economia total de nutrientes da enzima. Este conceito também contribuirá para a redução do impacto ambiental causado pela otimização do uso do P e redução da inclusão de fosfato inorgânico, que é um recurso não renovável, mas também a redução de outras fontes de proteína e energia, proporcionando ao produtor uma ferramenta para alcançar aos seus objetivos de equilibrar o custo de produção e manter o desempenho animal. |