As expectativas para a safra de milho do Brasil e dos Estados Unidos eram de expansão da área e aumento de produtividade frente à safra anterior.
Entretanto, após a semeadura da safra de verão (primeira safra) no Brasil, o clima pesou e a produção sofreu revisões para baixo.
Quebra da safra de verão (2021/22)
No Rio Grande do Sul, em decorrência da estiagem, a produção será 55,1% menor em relação à estimativa inicial. A produtividade caiu 53,2% e a área 4% (Emater/RS).
No Paraná, a situação é semelhante. Segundo o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral), dos 75% de área colhida, apenas 50% encontram-se em boas condições. A quebra na produção de milho primeira safra no estado está estimada em 11,4%.
Preços
Porém, com a quebra na primeira safra de milho no Brasil e as revisões para baixo na produção, os preços retomaram a firmeza no mercado interno.
Com a invasão da Ucrânia pela Rússia, país que responde por parcela significativa da oferta mundial do cereal, o mercado ficou volátil.
Desde o dia da invasão a cotação do milho subiu 6,5%, sendo a saca negociada, na região de Campinas-SP, em R$107,00 por saca de 60 quilos (17/3). Veja na figura 1 a evolução das cotações no mercado físico em Campinas-SP.
Figura 1. Preços do milho em grão no mercado físico na região de Campinas-SP, em R$ por saca de 60 quilos.
Fonte: Scot Consultoria
Outro ponto de atenção para a precificação do milho no mercado nacional fica para a safra norte-americana 2022/23. A semeadura começará em abril/maio e as primeiras expectativas apontam para uma produção 0,8% maior que na safra passada. Apesar disso, a área deverá ser menor.
Estoques finais
Segundo o USDA, no relatório de março, houve queda nas expectativas de estoque final de milho norte-americano devido à maior demanda pelo cereal.
Quanto aos estoques brasileiros, segundo a Conab, é esperado um aumento de 32,1% em relação à temporada anterior (figura 2).
Figura 2. Estoques finais de milho em grão no Brasil, em milhões de toneladas.
Fonte: Scot consultoria
Diante das incertezas quanto ao preço do milho no mercado futuro e a disponibilidade de insumos, o maior volume de estoque esperado nesta temporada pode reduzir a pressão sobre os preços no Brasil no restante do ano.
O clima é outro fator que deve ser monitorado.
A semeadura nos EUA está sendo feita sob condições climáticas desfavoráveis.
No Brasil, o andamento da semeadura do milho de segunda safra vai bem, mas irregularidades nas chuvas ainda preocupam os produtores.
Fonte: Scot consultoria