Universidade realiza pesquisa utilizando os caroços de frutas como maracujá, jenipapo e goiaba
O reaproveitamento de caroços de frutas amazônicas como ingredientes para a fabricação de rações alimentares para tambaquis em criadouros no Amazonas é o foco da pesquisa que está sendo realizada na Universidade Nilton Lins, para o desenvolvimento de peixes mais baratos, sustentáveis e que possam trazer benefícios à saúde dos consumidores finais.
De acordo com o professor do programa de mestrado e doutorado em Aquicultura da instituição e coordenador do projeto, Rodrigo Gimbo, a proposta é utilizar os caroços de maracujá, jenipapo e goiaba que são descartados pela agroindústria após a produção de sucos e polpas, para fabricar rações que possam substituir os produtos tradicionais utilizados, atualmente feitos com grãos importados e que, portanto, tem custo mais elevado para os pequenos e médios criadores do estado.
Além da economia no bolso dos aquicultores amazonenses, a pesquisa – que está sendo realizada em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e com a Universidade Estadual Paulista (Unesp) – indica que os tambaquis alimentados com o novo produto têm menos gorduras saturadas e carcaças melhores na comparação com àqueles que recebem a ração de grãos tradicionais.
“Estamos reproduzindo o ambiente que já acontece na natureza, onde os tambaquis se alimentam de frutas, caroços e outros resíduos que favorecem o aproveitamento habitual de carboidratos e lipídios, e também, atuam na fabricação de ácidos graxos, responsáveis pelo aumento dos níveis de HDL (colesterol bom) no organismo”, destacou Gimbo.
A pesquisa com os caroços de frutas faz parte da série de projetos que estão em andamento na Universidade Nilton Lins voltados para aliar sustentabilidade, empreendedorismo e diversidade com a inovação e a integração entre a academia com a sociedade e suas demandas.
Com trabalhos de destaque nacional e internacional, inclusive publicados pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO/ONU), todas as pesquisas contam com a participação ativa de professores e alunos dos diversos cursos da instituição.
Fonte: A Crítica