Com 15% de alta em 2022 na bolsa de Chicago, a oleaginosa se aproxima do pico histórico alcançado em 2021, de US$ 16,42 o bushel. E a tensão poderá crescer nos próximos meses.
A persistente seca que atinge o Sul do País, a Argentina e o Paraguai, causada pelo fenômeno climático La Niña, causará quebra de safra nos três países, que são exportadores importantes.
O Brasil lidera os embarques globais. Como consequência, os importadores de soja, principalmente a China, estão intensificando as compras dos EUA, país que é o segundo maior exportador do mundo.
Cotações
Em Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, estado brasileiro mais afetado pela seca, indústrias já ofertavam R$ 202,00 pela saca de 60 quilos de soja essa semana, segundo o consultor Vlamir Brandalizze.
Nos últimos dias, uma nova rodada de revisões de estimativas apontou que a quebra no Brasil vai ficando cada vez maior. No plantio do ciclo 2021/22, a estimativa era de 140 milhões de toneladas. Depois, com o início dos problemas com a seca, a estimativa caiu para um intervalo entre 130 milhões e 135 milhões de toneladas. Agora, caiu para cerca de 125 milhões de toneladas entre as principais consultorias.
Segundo Barone, na Argentina a quebra da safra pode chegar até a 6 milhões de toneladas e, no Paraguai, deve ficar entre 4 milhões e 5 milhões.
Além dos reais problemas físicos e dos preços em Chicago, o produtor brasileiro não afetado pela seca, o de Mato Grosso, por exemplo, tem a seu favor o câmbio. “O dólar a R$ 5,30 torna a saca brasileira bastante rentável”, completou Barone.
No Paraná, a estimativa inicial da StoneX era de uma colheita de 22 milhões de toneladas, e hoje está em 15 milhões de toneladas. No Rio Grande do Sul passou de 22 milhões para 12.5 milhões de toneladas.
Fonte: Valor