A Embrapa aprovou o projeto que viabiliza o “Observatório do Leite Orgânico”. O objetivo do Observatório é realizar o mapeamento e a caracterização dos sistemas de produção de leite orgânico no país, catalisando informações sobre esse modelo de produção, que ganha cada vez mais adeptos no setor produtivo.
A expectativa é realizar uma ampla caracterização e monitoramento territorial das fazendas orgânicas de leite, com dados sobre o tamanho do rebanho, produtividade, ambiente e avaliação da eficiência dos sistemas. A plataforma também conterá dados sobre fornecedores de insumos como grãos e sementes orgânica e medicamentos. A pesquisadora da Embrapa Gado de Leite, Fernanda Samarini Machado, diz que essencial para o crescimento do setor ter poder contar com uma plataforma digital, aglutinando informações: “A produção de leite orgânica é diferenciada, principalmente por não adotar insumos químicos e da dificuldade em adquirir bioinsumos”. O Observatório fará uma intermediação entre os elos da cadeia produtiva, com informações sobre canais de distribuição e circuitos de comercialização.
Raio X – A ideia de se criar o Observatório surgiu em 2019, a partir de diálogos com representantes dos diversos elos da cadeia. Em 2020, foi realizado um estudo prospectivo sobre a pecuária
– Produção/dia: média de 930 litros (variando de 60 L/dia a 5.000 L/dia);
– Produção média/vaca: 14 L/dia;
– Tamanho médio dos rebanhos: 78 vacas (variando de cinco a 310 vacas), sendo 57 vacas em lactação.
– Sistema de produção: Pasto = 46%; Semiconfinamento = 53%.
– O pastejo rotacionado: 89% das fazendas.
Para 72% dos produtores entrevistados, a atividade leiteira orgânica representa a principal fonte de renda, enquanto 34% dos produtores realiza outra atividade orgânica além da produção de leite (olericultura, produção de café e milho). Os problemas sanitários apontados foram: mastite e endo e ectoparasitoses. Foram destacados também o pouco conhecimento em manejo orgânico e a falta de consultoria técnica especializada, além da necessidade de se reduzir a burocracia do processo de certificação, com maior clareza das normas e menor custo. Entre os principais desafios identificados na pesquisa, destacam-se a dificuldade de comercialização da produção, além da escassez e alto preço dos insumos orgânicos, como milho e soja.
Fonte: Rubens Neiva | Embrapa