Promotores de crescimento na nutrição animal: regulamentação e implicações
O aumento da população mundial vem trazendo simultaneamente o aumento da demanda por proteínas, principalmente, de origem animal. A busca por outras fontes proteicas vêm crescendo, mas ainda se restringe a uma população pouco representativa.
Contudo, é a commodity com maior custo de produção (OECD, 2021). A alimentação animal representa 70% do total desse custo, principalmente, em não ruminantes, como suínos (Gonzalez Ronquillo; Angeles Hernandez, 2017).
Neste cenário, têm-se os promotores de crescimento sendo utilizados como aditivos alimentares nas rações, ou aplicados através de injeções ou, implantes, como forma de promover um melhor desempenho animal com menor utilização de insumos.
Uma grande variedade de substâncias é empregada e denominada como promotores de crescimento na produção animal (Jeong et al., 2011).
Outra classe de promotores bastante conhecida são os agonistas β-adrenérgicos (BAA), compostos derivados de feniletilaminas os quais são quimicamente análogos às catecolaminas naturais como epinefrinas e norepinefrinas, com efeito anabolizante. Sendo amplamente utilizados como promotores de crescimento em muitos países (Johnson et al., 2013).
Na década de 90, os promotores de crescimento muito utilizados na produção animal eram os implantes anabólicos (ambos estrogênicos e androgênicos), somatotropina bovina (BST), agentes repartidores de energia (BAA) e probióticos. Os promotores possuem objetivos comuns, como a melhora do desempenho zootécnico, contudo, os mecanismos de ação podem diferir bastante (Mader, 1997).
De acordo com Wierup (2001), a maioria dos promotores tem como ação acelerar a retenção de nitrogênio. Favorecendo assim uma maior deposição de tecido muscular (carne) que é mais valorizado e mais rentável aos
produtores.
São conhecidos no meio técnico e acadêmico como APCs – antibióticos promotores de crescimento – ou AGPs em inglês (antibiotic growth promoter).
50’s: Seus efeitos como promotores de crescimento (doses subterapêuticas) vêm sendo avaliado desde a década de 50.
Muitos estudos avaliam as tecnologias empregadas na nutrição animal, e a segurança dos alimentos vem sendo um dos principais tópicos levados em consideração ao se permitir o uso de determinada substância.
Alguns promotores de crescimento não antibióticos também foram proibidos, por apresentarem riscos à saúde animal e humana como o
- Cimaterol e
- Clembuterol
Como alternativas ao seu uso, os suinocultores começaram a utilizar um produto similar, a ractopamina (Bohrer et al., 2013). Seu efeito na saúde humana, bem-estar animal, na qualidade da carne e na carcaça vem sendo
A ractopamina foi apontada como a 13ª tecnologia de maior impacto na cadeia suinícola, em uma pesquisa de opinião com especialistas americanos sobre as maiores descobertas para a nutrição de suínos no último século (Cromwell, 2009).
Apesar disso, a ractopamina tem sido também colocada em xeque onde seu uso é bastante controverso, sendo banida em alguns países, e permitida em outros.
Países que PROIBIRAM sua utilização:
- Japão
- China
- Taiwan
- Rússia
- União Europeia
- Chile
Países que PERMITEM seu uso de forma controlada:
- Estados Unidos
- Austrália
- Canadá
- México
- Brasil (Valese et al., 2016)
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