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Relações de proteína: energia para juvenis de jundiá (Rhamdia quelen)

Relações de proteína: energia para juvenis de jundiá (Rhamdia quelen): desempenho, excreção de amônia e custo

 

INTRODUÇÃO

Embora o jundiá (Rhamdia quelen) venha despertando o interesse de piscicultores em regiões subtropicais como o sul do Brasil, Argentina e Uruguai, a criação da espécie carece de tecnologias que permitam avanços nos sistemas e volumes de produção. Entre os gargalos tecnológicos, destaca-se a inexistência de rações específicas para o jundiá, fazendo com que produtores utilizem de forma improvisada rações comerciais para outras espécies com hábito alimentar semelhante.
Sabe-se que a alimentação representa mais que 50% dos custos operacionais de uma piscicultura, os quais, entre outros fatores, devem aos elevados níveis de proteína necessários em rações para peixes. O fornecimento adequado desse nutriente, de forma a atender as exigências nutricionais da espécie (fase de desenvolvimento e sistema de criação), deve considerar os valores digestíveis de energia e de aminoácidos das matérias primas (Esquema 1).

Além disso, é importante assegurar um equilíbrio entre os teores de proteína e energia (P:E) nas rações, visto que o consumo é regulado pela energia total disponível na ração, a qual influencia o crescimento e a deposição de gordura, além de interferir nos custos de produção e na emissão de poluentes (Esquema 2).

Foto 1 – Fabricação das rações experimentais

O estudo teve como objetivo analisar o desempenho de juvenis de jundiás quando alimentados com rações contendo ingredientes comumente utilizados na indústria, as quais foram formuladas com base em nutrientes digestíveis.
Foram testadas diferentes relações proteína digestível (PD):energia digestível (ED), visando a determinação da melhor relação e, consequentemente, a concentração proteica mais adequada para a fase inicial de engorda da espécie.
Cinco rações com concentrações crescentes de proteína digestível (24, 29, 34, 39 e 44%) e de energia digestível (12,0; 13,5; 14,0; 14,5 e 15 MJ/kg) foram formuladas com valores digestíveis (proteína, energia, matéria seca e aminoácidos essenciais) de modo a corresponder às relações PD:ED de 20, 22, 25, 27 e 29 g/MJ, respectivamente (Tabela 1 – Foto 1).

Foto 2 e 3 – Sistema experimental

Foi adotado um delineamento inteiramente casualizado, onde cada ração foi distribuída aleatoriamente a três grupos de 25 peixes, com peso médio inicial de 31,5 ± 4,9 g. Cada grupo foi estocado em um tanque de 70 L, totalizando quinze tanques ligados em sistema fechado de recirculação equipado com biofiltro e filtro mecânico (Fotos 2 e 3).
A alimentação foi ofertada diariamente (9 e 16 h) até a saciedade aparente, por 75 dias. Quinzenalmente eram realizadas biometrias totais para pesagem individual dos peixes (Foto 4).
Com base nas amostras e nos dados coletados foram calculadas várias respostas (Caixa 1), tais como:
ganho em peso diário
taxa de crescimento específico
conversão alimentar
consumo alimentar diário
índices hepato e viscerossomáticos
composição corporal
Essa última também é empregada para determinar a taxa de retenção proteica. Além disso, foram monitoradas as concentrações de nitrogênio amoniacal total e foram determinados alguns índices econômicos.

Foto 4 – Biometria

Ganho em peso diário (GPD = (peso final – peso inicial) / dias de experimento);
Taxa de crescimento específico (TCE = (ln (peso final) – ln (peso inicial)) × 100 / dias de experimento);
Conversão alimentar (CA = alimento consumido seco / (peso final – peso inicial));
Consumo alimentar diário (CAD = [consumo MS/ (peso final + peso inicial)/ 2]/ dias de experimento x 100);
Taxa de retenção proteica (TRP = 100 x (proteína corporal final x peso final – proteína corporal inicial x peso inicial) / consumo em proteína na matéria seca);
Índice viscerossomático (%) (IVS = (peso das vísceras/ peso total do animal) x 100);
Índice hepatossomático (%) (IHS = (peso do fígado/ peso total do animal) x100);
Custo médio da alimentação (R$/ kg peixe) (CMA = alimento consumido × preço da ração/ ganho em peso);
Índice de eficiência econômica (%) (IEE = 100 x menor CMA entre as rações/ CMA ração avaliada) e;
Índice de custo (%) (IC = 100 x CMA ração avaliada / menor CMA entre as rações).

Para detectar diferenças entre as respostas dos peixes a cada relação de proteína digestível: energia digestível (PD:ED) testada utilizou-se a análise de variância unilateral. As regressões polinomiais foram empregadas para determinar os níveis ideais para cada resposta. Todas as análises estatísticas foram realizadas no RStudio.

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