Uso de resina ácida para melhoria do desempenho e integridade intestinal

A proibição de antibióticos promotores de crescimento em um número crescente de países, deu origem a uma procura intensiva de novos produtos dedicados a melhorar o desempenho e a saúde dos animais de produção zootécnica. 

As categorias de produtos mais comuns são os estimbióticos, ácidos orgânicos, probióticos, oligossacarídeos (prebióticos) e muitos produtos derivados de plantas. 

Estas resinas são principalmente originárias de derivados de árvores coníferas no processo Kraft, onde os acilgliceróis são hidrolisados sob condições alcalinas em ácidos graxos livres e glicerol, depois acidificados e eventualmente destilados para produzir o produto final TOFA (Logan, 1979).

A matéria-prima para o TOFA que será abordada nesta revisão, originou-se de árvores coníferas do norte da Europa, principalmente pinheiro silvestre (Pinus sylvestris) e abeto norueguês (Picea abies) cultivados na Finlândia. Além de ácidos graxos saturados e insaturados de cadeia longa (~90%), o produto também contém ácidos resínicos livres (9,0%). 

Os ácidos resínicos são diterpenóides tricíclicos, dos quais os mais abundantes no produto TOFA usado aqui foram o ácido abiético, o ácido desidroabiético e o ácido palústrico. O nome comercial do produto é chamado de Progres^®, sendo esta uma tecnologia exclusiva da empresa AB Vista.

O objetivo do uso deste aditivo em dietas animais é de aumentar o ganho de peso corporal e a eficiência de conversão alimentar em frangos de corte (Vienola et al., 2015). Foi demonstrado que o TOFA inibe o crescimento in vitro de algumas bactérias, especialmente Clostridium perfringens. 

Uso da resina ácida para a melhoria do desempenho e da integridade intestinal dos animais

Também é relatado que ácidos resínicos presentes no Progres^® modula o sistema imunológico de frangos de corte, suprimindo a infiltração inflamatória duodenal de células T e a expressão de metaloproteinases da matriz que degradam o colágeno (Aguirre et al., 2019).

Durante os últimos anos, o papel dos diferentes compostos TOFA foi intensamente estudados. Os resultados sugerem que os ácidos resínicos podem ser o grupo mais importante de compostos que medeiam os efeitos positivos do TOFA no desempenho animal. 

Em uma investigação realizada por Vineola et al. (2018), os autores descrevem o produto Progres^®, na dose de 750 mg/kg de alimento completo, foi avaliado em dois testes de 35 dias com frangos de corte, cada um usando dieta à base de trigo e farelo de soja, sendo os animais distribuídos em 12 boxes/tratamento (23 aves/box). 

Ainda de acordo com os autores, a digesta ileal dos frangos de corte foi analisada para Eubactérias totais, Lactobacillus spp., Enterococcus spp., Escherichia coli e Clostridium perfringens nos dias 14 e 35. Animais alimentados com Progres^® apresentaram aumento significativo na densidade total de Eubactérias e Lactobacilos ao dia 14 (P<0,05). 

Houve uma correlação positiva significativa entre esses grupos bacterianos e o peso corporal dos frangos no dia 14 (P < 0,01). Ainda, foi observada uma redução numérica em C. Perfringens nos animais alimentados com Progres^®. 

Em outros estudos in vitro, realizados pelo mesmo grupo de investigadores (Vineola et al., 2018), demonstraram que o uso de TOFA igualmente gerou uma inibição do crescimento de C. perfringens, sendo esta bactéria fortemente inibida por 10 mg/l de TOFA (P < 0,001), enquanto os Lactobacilos comuns foram resistentes a > 250 mg/l. Os resultados in vitro estavam, portanto, de acordo com as observações in vivo.

Buscando compreender melhor a origem destas ações contra bactérias patogênicas no trato intestinal dos animais, em especialmente aquelas que geram grande destruição do epitélio intestinal (tais como as bactérias causadoras de enterites), ou especialmente aquelas que possuem um ciclo intracelular obrigatório ou facultativo, Apajalahti et al. (2020) avaliaram a distribuição, metabolismo e recuperação de resina ácida no intestino e tecidos de frangos de corte. 

De forma geral, quanto maior a proteção desta barreira, maior será a ação deste aditivo contra o incremento desta permeabilidade celular. Lipinski et al. (2021) demonstrou este efeito em Perus alimentados com 0,50 a 0,75kg/t de Progres^® (no alimento das fases Inicial 1 e 2, final) e 1,0 a 1,5 kg/t de Progres^® (nas fases de Crescimento 1 e 2). 

De acordo com os autores, a inclusão de Progres^® nas dietas de Perus aumentou o peso corporal das aves em 1,6% (0,5–1,0 kg/t AR) e 2,1% (0,75–1,5 kg/t AR – P ≤ 0,05). A suplementação dietética com este aditivo igualmente melhorou significativamente os valores da taxa de conversão alimentar (P < 0,05) e do Índice Europeu de Eficiência (P < 0,05).

Porém o achado mais interessante, que contribui para a explicação do modo de ação descrito anteriormente, foi que a adição de Progres^® às dietas de perus reduziu a incidência de dermatite plantar às 9 e 15 semanas de idade (P < 0,05) e melhorou a qualidade da cama (P < 0,05), possivelmente devido a uma melhoria intrínseca do epitélio intestinal das aves, maximizando o desempenho e bem-estar das aves.

Uso da resina ácida para a melhoria do desempenho e da integridade intestinal dos animais

Se necessitarem de mais detalhes, por favor, entre em contato com um representante de AB Vista, estaremos sempre a disposição.