Este impacto, além de causar fatalidades humanas e animais, afeta a economia dos países que somam um excedente de 20% em perdas na produção animal mundialmente (ZANELLA, 2016), além de dificultar a comercialização dos produtos e favorecer a imposição de barreiras sanitárias.
Aplicadas na indústria de alimentos, em dezembro de 2020 entraram em vigor a RDC 331/2019 e IN 60/2019, que têm como objetivo aumentar a segurança alimentar para garantir a saúde dos consumidores, levando em consideração os padrões microbiológicos da cadeia produtiva.
Como já é conhecida, a RDC 331/2019 abrange toda cadeia produtiva dos alimentos tratando dos padrões microbiológicos dos alimentos e a aplicação dos mesmos, desde a produção até a comercialização, ou qualquer outra etapa que faça parte da cadeia de alimentos. Já a IN 60/2019, que complementa a RDC 331/2019, apresenta a lista com os novos padrões microbiológicos para
Dentre as alterações, destacam-se o aumento do número de análises de alguns produtos a fim de gerar mais dados para tomada de decisões mais assertivas. Outras alterações estão relacionadas às análises de sorotipos de bactérias que foram incluídos e às concentrações do limite microbiológico. Estas mudanças têm tornado os processos de produção mais rigorosos e evidentemente são uma preocupação para os produtores que são obrigados a se adequar às novas normativas que surgem a cada ano e ao mesmo tempo precisam analisar o custo/benefício de suas produções.
Embora, existam muitos pontos associados à limpeza, sanitização do ambiente e funcionários, qualidade da água utilizada no processo de abate e controle de pragas, as etapas consideradas mais críticas para contaminação da carcaça são as etapas iniciais do processo de abate, como a esfola e evisceração (BRANDÃO et al., 2012), onde a pele e as vísceras podem entrar em contato com a carne, carregando microrganismos patogênicos. |
Desta forma, todas as medidas que possam minimizar a carga microbiana sem gerar resíduos na carcaça, desde o sistema de criação até o abate, são de extrema importância para qualidade do produto final e segurança alimentar.
Por serem naturais, os aditivos à base de leveduras da ICC Brazil, promovem a segurança alimentar e ainda possuem excelente custo/benefício, favorecendo a rentabilidade ao produtor e um produto de ótima qualidade ao consumidor final.
O RumenYeast® é uma levedura Saccharomyces cerevisiae pura submetida ao processo de autólise onde ocorre o extravasamento de seu conteúdo celular interno, disponibilizando os sólidos solúveis por fermentação do meio.
Somado a estes benefícios acrescenta-se o efeito de aglutinação das bactérias patogênicas pelo MOS (mananoligossacarídeos), proporcionando uma melhor integridade das vilosidades, ou seja, a permeabilidade intestinal é reduzida favorecendo uma barreira protetora contra bactérias e micotoxinas para a corrente sanguínea.
Um estudo realizado no Núcleo de Produção Animal (NUPRAN) na UNICENTRO, Guarapuava – Paraná, pela equipe do Prof. Dr. Mikael Neumann e da Prof. Dra. Heloísa Bertagnon (dados não publicados), avaliou o efeito de RumenYeast® na redução de coliformes totais e Escherichia coli nas fezes e da carcaça bovina no momento do abate após a evisceração.
A suplementação de RumenYeast® nas dietas promoveu redução da excreção fecal de coliformes totais e Escherichia coli, o que favoreceu a menor contaminação destes agentes na carcaça após a evisceração. (Tabelas 1 e 2).
Os nutrientes contidos nos aditivos a base de levedura são utilizados para a multiplicação de microrganismos ruminais, aumentando a fermentação da dieta, outros são absorvidos (fagocitados) estimulando uma resposta imunológica mais eficiente através dos leucócitos (glóbulos brancos) para combater os agentes infecciosos (WILLIANS et al., 1996).
Além de melhorar a resposta do sistema imune dos animais, podem favorecer o crescimento de bactérias benéficas e controlar a população patogênica, como foi mostrado em outro estudo realizado com cordeiros na Universidade Autónoma de Baja California, México, pela equipe do Prof. Dr. Alejandro Plascencia Jorquera (dados não publicados).
Os cordeiros foram divididos em quatro tratamentos:
- controle;
- RumenYeast® (3g/cabeça/dia);
- Levedura viva (Saccharomyces cerevisiae viva – 3 g/cabeça/dia);
- Levedura Viva + RumenYeast® (1,5 g/cabeça/dia de levedura viva + 1,5 g/cabeça/dia de RumenYeast®).
A associação de RumenYeast® com a levedura viva reduziu a contagem de Clostridium aminophilum e E. Coli O 157: H7 ruminal. A redução de algumas bactérias ruminais produtoras de amônia, como Clostridium aminophilum e Clostridium sticklanii, pode ter um efeito importante na melhora da retenção de nitrogênio, como foi observado nos resultados complementares a este estudo, onde houve a redução de N-NH3 ruminal com a suplementação de RumenYeast®, bem como com a associação de RumenYeast® com a levedura viva. A contagem de E. Coli O 157: H7 nas fezes foi reduzida com a inclusão de RumenYeast® na dieta, bem como o mesmo efeito foi observado para associação de RumenYeast® com a levedura viva (Tabela 3).
A redução estatística do número de UFC de E. coli O157:H7 nas fezes dos cordeiros comprovada pela suplementação de RumenYeast® na dieta é de extrema importância para o controle desta bactéria e da contaminação que pode provocar na carcaça animal. RumenYeast® é um aditivo natural que ajuda no controle de patógenos mesmo em baixas inclusões.
A melhora na saúde dos animais proporciona uma melhor produtividade, menos gastos com antibióticos para tratamento dos animais doentes, menor resistência bacteriana por tratamentos incompletos e também, menor transmissão de doenças entre os animais.
Assim, a adoção da suplementação RumenYeast® além de oferecer uma combinação ideal para o rúmen, favorece um melhor controle sanitário e redução dos índices de contaminação refletindo em menores riscos de doenças transmitidas aos consumidores.
BRANDÃO, J. L., GUIRRO, E. C. B. P., PINTO, P. S. A., NERO, L. A., PINTO, J. P. A. N. & BERSOT, L. S. Monitoramento de micro-organismos indicadores de higiene em linha de abate de bovinos de um matadouro-frigorífico habilitado à exportação no oeste do Paraná. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v.33(2), p. 755-762. 2012.
DELAZERI, D.; BUZI, K. A.; NEUMANN, M.; ROSSI, P.; ZART, T.; SEIDEL, A. C. Z.; GARBOSA, G.; HINTZ, L. P.; BERTAGNON, H. G. Suplementação com levedura Saccharomyces cerevisae reduz contaminação microbiológica da carcaça em novilhos terminados em confinamento, 2020. Dados não publicados.
GIL, J. A. S. I. Manual de Inspeção Sanitária de carnes. 2. ed. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2000. 485p.
JORQUERA, A. P. Efeito do RumenYeast® e levedura viva sobre a digestibilidade total da dieta e produção N-NH3, AGV e contagem de bactérias em cordeiros, 2018. Dados não publicados.
WILLIAMS, D. L.; MUELLER, A; BROWDER, W. Glucan-based macrophage stimulators. Clinical Immunotherapeutics, v.5(5), p.392-399. 1996.
ZANELLA, J. R. C. Zoonoses emergentes e reemergentes e sua importância para saúde e produção animal. Pesquisa Agropecuária Brasileira. V.51, n.5, p.510-519. 2016. https://doi.org/10.1590/S0100-204X2016000500011
Autores: Liliana Borges e Melina Bonato
P&D, ICC Brazil