Sindirações divulga o balanço do setor de nutrição animal em 2022, com crescimento final estimado de 1,3% e produção total de 81,8 milhões de toneladas no ano
A produção nacional de rações em 2022 é de aproximadamente 82 milhões de toneladas, segundo os resultados divulgados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). O balanço do setor de alimentação animal deste ano foi divulgado ontem (08/12) e estima-se que o crescimento foi de 1,3%.
Os segmentos com perspectiva de melhor desempenho do setor de nutrição são:
- Suínos, com crescimento de 4%;
- Gado de Corte, aumento de 3% e
- Cães e Gatos, com avanço de mais de 6,0%.
Poedeiras e Leite seguem com desempenho negativo quando comparadas ao exercício anterior, e poderão retroceder até 4% e 3%, respectivamente.
Para Ariovaldo Zani, CEO do Sindirações, “o ambiente inflacionário que afligiu toda cadeia produtiva global de proteína animal comprometeu os resultados dos produtores brasileiros de carnes, ovos e leite, sejam eles verticalizados ou independentes, impactando os índices da nutrição animal. Ainda assim, é louvável o desempenho do setor diante da escassez de insumos e da inflação cambial, as quais continuam turbinando os custos de produção e os preços de produtos e serviços que corroeram o poder de compra dos consumidores”, diz.
Para 2023, a projeção de desempenho dentro da nutrição animal está além dos fatores de risco ou sucesso inerentes do mercado, aponta Ariovaldo:
“Apesar da aflitiva instabilidade geopolítica e fragilidade socioeconômica contemporânea, a projeção que posso fazer é sobre o invejável desempenho do Brasil como protagonista global na produção e exportação de gêneros agropecuários, em boa parte pela inovação e pelo robusto potencial energético renovável, necessário ao combate dos indesejáveis efeitos das alterações climáticas”, complementa.
Para acessar o boletim completo, com as análises de cada espécie no setor de nutrição, clique aqui!
Análise Setorial, por Ariovaldo Zani
“Uma coisa é certa: o fato de não podermos dar nada por certo; sendo assim, não é certo que não podemos dar nada por certo”
A projeção de crescimento do PIB brasileiro não deve superar 1% em 2023 (incremento de 0,7%, segundo Boletim Focus de novembro), apesar da contribuição do agronegócio (atividade responsável por 25% do PIB que avançou 2,8% em 2022), setor reconhecido como modelo de sucesso para gestão, inovação tecnológica e incremento da produtividade.
Não obstante, é louvável ressaltar a invejável resiliência do empreendedor brasileiro frente ao minguado avanço de produtividade da mão de obra, da contração da oferta pela escassez de insumos e da inflação cambial, as quais continuam turbinando os custos de produção e os preços livres de produtos e serviços que corroem o poder de compra dos consumidores.
Os indicadores continuam apontando para a alta no custo do capital, valorização do dólar e incremento nas transações comerciais, combinação circunstancial, que no curto prazo, deve manter o cenário tão conturbado quanto o verificado até agora.
Essa possibilidade segue contextualizada à conjuntura econômica internacional atrelada à previsão de apagão na Eurozona, à contração até mais branda nos Estados Unidos, e à China, abalada pela forte desaceleração do seu mercado imobiliário e fraqueza nas transações internacionais.
A compreensão exata da futura política econômica a ser praticada, no entanto, somente poderá ser desvendada depois de vários meses da posse do novo Governo eleito, pois o desdobramento dependerá do antigo modelo econômico calcado no voluntarismo exagerado ou alternativamente modulado por política sólida e previsível.
Por enquanto, o cenário revela queda dos ativos em bolsa de valores e alta do dólar, muito embora, não se descarte a possibilidade do ingresso de mais dólares para compra de ativos baratos e alguma valorização da moeda local, dependendo do sentido e direção dos movimentos durante a fase de transição no Executivo Federal.
Além disso, a hipotética ausência e decisiva guinada em direção às necessárias reformas administrativa e tributária, poderá alimentar as limitações ainda sustentadas na
- Inflação e pressão fiscal;
- Baixa competitividade e infraestrutura deficiente;
- Inércia da produtividade e elevação do custo;
- Ineficiência pública e regulação inadequada;
- Insegurança jurídica, somadas à
- Extemporânea diplomacia comercial internacional.
Diante das conjecturas e à despeito dos inevitáveis conflitos institucionais, continuaremos reivindicando atenção dos governantes no tocante à implementação das políticas públicas, necessárias à sustentabilidade e prosperidade da cadeia produtiva, com prioridade para:
A Regulamentação do Autocontrole (Fiscalização baseada no risco); da Reforma Tributária (isonomia, produtividade e competitividade); da Diplomacia Comercial (acordos gerais de preferência, fortalecimento da exportação de manufaturados); e do Equilíbrio do Investimento e Planejamento Agropecuário (balanceamento justo da destinação dos recursos e incentivos).
A sinergia entre as principais lideranças do agronegócio será fundamental para estimular os novos agentes públicos na elaboração de programas, ações e atividades desenvolvidas direta ou indiretamente pelo Estado, constituídas preferencialmente por instrumentos de planejamento, execução, monitoramento e avaliação, com a contribuição popular e do segmento envolvido, de maneira que o exercício da cidadania e os direitos econômicos sejam preservados, conforme assegura a Constituição Federal.
Apesar da aflitiva instabilidade geopolítica e fragilidade sócio econômica contemporânea, nos conforta inferir que o invejável desempenho de um Brasil protagonista global na produção e exportação de gêneros agropecuários, continuará garantido, em boa parte pela inovação e pelo robusto potencial energético renovável, necessário ao combate dos indesejáveis efeitos das alterações climáticas.
Assessoria de Imprensa