Tecnologias e estratégias que visam a melhoria da eficiência de digestão da fibra em ruminantes
Fibra é um dos principais nutrientes na dieta de ruminantes, e é oriunda principalmente de forragens, tais como, pastagem, silagem, feno, ou subprodutos da indústria agrícola.
Entretanto, a capacidade de degradação da fibra tem grande variação entre os nutrientes da dieta, e um dos principais fatores que influencia isso é a organização e composição dessa fração. Para melhor entender esse aspecto da capacidade de degradação da fibra é primordial entender o que é a fibra na planta.
Enquanto parte da celulose e hemicelulose é capaz de ser degradada no rúmen formando os previamente mencionados ácidos graxos voláteis, lignina funciona como uma barreira influenciando negativamente na degradação dos demais. |
Pesquisas ao longo de décadas vem mostrando que aumentar degradação da fibra está fortemente relacionada com:
Desta forma, tecnologias e estratégias vêm sendo estudadas e desenvolvidas com o intuito de aumentar sua degradação.
Essas tecnologias e estratégias são divididas em: processamento mecânico, melhoramento genético, tratamento químico, e tratamento enzimático. |
PROCESSAMENTO MECÂNICO
[cadastrar] O processamento mecânico tem um efeito positivo na degradação da fibra, efetivo da fibra.
O tamanho de partícula é importante para estimular a mastigação e salivação, então deve haver na redução do tamanho de partícula com moderação. Por outro lado, partículas longas podem reduzir o consumo devido a redução da taxa de passagem e aumento da sensação de saciedade atribuída ao enchimento.
UTILIZAÇÃO DE HÍBRIDOS
O segundo tipo de estratégia para aumentar a digestão da fibra vem da utilização de híbridos com uma concentração reduzida de lignina comparada com a planta convencional. Um exemplo muito difundido desta tecnologia são os híbridos BMR. Do inglês, BMR significa Brown-Midrib, que se traduz para nervura marrom.
TRATAMENTOS QUÍMICOS
O intuito destes tratamentos é quebrar a ligação entre hemicelulose e lignina, e rompendo a cristalização da celulose, aumentando assim a disponibilidade de ambos os carboidratos fibroso: hemicelulose e celulose.
Entretanto, tratamentos químicos como esses devem ser utilizados com cautela, pois podem causar intoxicações, além de ser corrosivo para o maquinário agrícola.
Tratamento químicos são muito eficientes em aumentar a digestão da fibra, principalmente de ingredientes com baixa digestão, como resíduos da agroindústria, favorecendo a utilização desses resíduos para substituir ingredientes tradicionais e reduzir o custo de produção.
TRATAMENTO ENZIMÁTICO
O efeito pré-ingestivo consiste em haver uma melhora na composição do ingrediente antes do fornecimento ao animal, como redução da celulose e hemicelulose que são hidrolisadas (vulgarmente dizendo, quebrados) em tipos de carboidratos que são mais acessíveis para microrganismos.
Neste segundo plano, o efeito ruminal toma seu posto, onde os carboidratos oriundos das hidrolises da celulose e hemicelulose são fermentados mais rapidamente e eficientemente pelas bactérias ruminais, resultando em uma maior degradação ruminal e aumento na capacidade de ingestão do animal, devido a um aumento da taxa de passagem.
O terceiro e último efeito, que é o pós-ruminal, é relacionado a redução da viscosidade no intestino que interfere negativamente na absorção de outros nutrientes. Como alguns tipos de hemicelulose, tem o aspecto viscoso, hemicelulose que chega intacta ao intestino delgado pode interferir negativamente no aproveitamento da dieta, pois forma uma barreira.
A utilização de enzimas que degradam hemicelulose antes de fornecer ao animal pode evitar esse tipo de condição.
Entretanto, o resultado não foi consistente quando usado para tratar silagem de milho em condições com uma menor concentração de lignina, em trabalho desenvolvido nos Estados Unidos, em parceria entre grupos de pesquisa da Universidade Estadual de Maringá e Universidade da Florida (sob orientação do professor Dr. Antonio Faciola).
Desta forma, é importante mencionar que existem inúmeras tecnologias para melhorar a digestibilidade da fibra em ruminantes e que novas tecnologias vêm sendo testadas e colocadas no mercado nos últimos anos. Cabe ao profissional envolvido ponderar qual mais se adequa as condições e avaliar os custos-benefícios de sua aplicação. |
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