Tecnologias melhoram a eficiência da produção pecuária e contribuem para redução de emissão líquida de carbono
O Brasil, como o maior produtor de bovinos do mundo, atingindo a expressiva marca de 224,6 milhões desta espécie, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em 2022, está disposto a lidar com a pegada ambiental de sua produção pecuária. As iniciativas com foco em propriedades pecuárias de baixo carbono ganharam força nos últimos anos.
JBS
A JBS, uma das maiores empresas mundiais de alimentos, está instalando biodigestores para produzir biogás, uma energia renovável e limpa, dando uma nova finalidade ao metano emitido em suas operações industriais.
A etapa inicial desta ação contempla as nove maiores unidades da Friboi ereduzirá em 65% as emissões escopo 1 do negócio, que são emissões liberadas para a atmosfera como resultado direto das operações da própria empresa, representando um corte de 24,6% nas emissões escopo 1 de todas as atividades da JBS no Brasil. Com investimento de R$ 54 milhões, trata-se do maior projeto do tipo na indústria de proteína no país, reduzindo o impacto ambiental do seu processo produtivo.
Tecnologias
Para Alexandre Berndt, pesquisador e chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste, as tecnologias, em geral, que melhoram a eficiência da produção, contribuem também com a menor emissão líquida, porque os recursos são melhor utilizados, os insumos, o potencial genético do animal, a oportunidade da terra, resultando numa maior eficiência, e, por consequência, reduzindo a emissão por quilo de carne.
- “A adesão dessas tecnologias no Brasil tem sido mais estimulada pela busca da rentabilidade na atividade”.
Projetos
O trabalho da Embrapa tem várias frentes e amplos esforços que visam a melhoria da eficiência de modo a contribuir no balanço de carbono. Com esse foco, a empresa possui projetos como o Carne Carbono Neutro, do Carne Baixo Carbono, Soja Baixo Carbono e o Leite Baixo Carbono.
“A Embrapa possui Parcerias Público Privadas que estão discutindo métricas, desenvolvendo ferramentas de cálculo e ajudando as indústrias e os produtores a adotarem essas tecnologias de eficiência para que reduzam a sua pegada de carbono”, afirmou o chefe-geral da Embrapa Pecuária Sudeste.
Pesquisas de produção
A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária possui resultados de produção com baixa emissão de carbono.
“Quando o sistema de produção é intensificado, não necessariamente a emissão é reduzida. O que ocorre é a baixa emissão líquida de carbono. A emissão bruta pode até aumentar, então pode ser que você dobre a sua emissão, mas multiplique por 4 a sua produção. Com isso, as emissões são diluídas por mais produto”.
“Os dados desta pesquisa, especialmente nos sistemas de integração, lavoura, pecuária e floresta, indicam que é possível ter o potencial de compensar, completamente, as emissões do rebanho que está nesse sistema; o que seria uma emissão zero a zero. Emite 10, mas remove 10. Esse carbono removido da atmosfera, imobilizado ali, pode compensar totalmente as emissões de metano e de óxido nitroso”, disse Alexandre Berndt.
Selo
Está vigente uma Consulta Pública do Ministério da Agricultura para um selo de cadeias descarbonizadas. Inicialmente, são 13 cadeias, onde a carne e o leite estão incluídos. O MAPA vai emitir um certificado para sistemas de produção que atenderem a uma série de requisitos. Não é uma certificação, mas sim uma identificação.
Fonte: SNA