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Tratamentos térmicos sobre os nutrientes, a microbiologia e a qualidade física do alimento

Escrito por: Antonio Apércio Klein

O custo alimentício tem uma importância significativa na produção animal, pois o alimento representa cerca de 70% do custo do animal vivo ou dos produtos derivados. Portanto, maximizar o uso do alimento, melhorando o índice de eficiência produtiva através da melhoria da conversão alimentar e reduzindo o impacto negativo dos microrganismos, é indispensável para a viabilidade econômica e ambiental. Uma das formas de melhorar essa eficiência é através do tratamento térmico do alimento.

Introdução

Este texto tem como objetivo indicar alguns parâmetros de referência de operação para os diferentes processos, com ênfase na peletização e expansão e para fórmulas classificadas como alto conteúdo de amido (frangos de corte e suínos em crescimento e engorda), procurando melhorar os resultados com o uso desses processos.
Trata-se de um tema muito controverso que suscita dúvidas e incertezas em relação a alguns fatores e parâmetros, tanto nas empresas quanto nos diversos trabalhos científicos disponíveis. Além disso, há também vários aspectos que devem ser estudados com maior profundidade. No entanto, neste trabalho procuraremos oferecer algumas orientações práticas e operacionais

Principais variáveis trabalhadas nos tratamentos térmicos:

Estas variáveis podem ser trabalhadas com diferentes intensidades correlacionadas que dependerão basicamente do tipo de alimento tratado, dos objetivos definidos e da estrutura dos processos.

Principais tratamentos térmicos utilizados na fabricação de alimentos balanceados:

Condicionamento térmico: Tratamento térmico sem alteração no formato físico. Consiste em aquecer o alimento, geralmente por calor indireto; e tem como objetivo básico higienizar o alimento, ou seja, reduzir ou eliminar microrganismos. Usado mais para reprodutoras de aves e postura comercial com o objetivo de manter a vantagem da granulometria.
Peletização: É o processo mais utilizado na indústria de alimentos balanceados, especialmente para animais de exploração econômica (suínos, aves, bovinos, etc.). Neste processo, o alimento em forma de farinha é transformado em grânulos (pellets). É o processo mais conhecido e cuja viabilidade econômica e operacional gera menos dúvidas.
Expansão: este processo utiliza a variável pressão com maior intensidade e geralmente é utilizado como processo de intensificação do condicionamento em linhas de peletização. É utilizado ainda para tratar termicamente (expandir) produtos individuais ou em conjunto como milho, soja, trigo, bolos, etc.
Extrusão: é o processo mais complexo e trabalha com maior intensidade as variáveis. Em função do seu custo, em geral, não é economicamente viável, a não ser para alimentos para animais de estimação e peixes.

Principais objetivos dos Tratamentos Térmicos

Alterar fisicamente o alimento: transformar o alimento na forma de farinha em grânulos de formatos variados. Facilita a ingestão, tornando ao alimento mais atraente, reduzindo o desperdício. Especificações de referência para a qualidade física (ver mais adiante).
Alterar quimicamente/bromatologicamente os nutrientes para que a formação dos grânulos seja possível de forma estável e também para melhorar a digestibilidade. Buscam-se três ações: Gelatinização do amido: (Peletização 20 a 35%, Expansão 40 a 70%). Apesar de ser menos intensa na peletização, é determinante para a resistência dos pellets. Plastificação das partículas orgânicas. Fundamental para estabelecer ligações fortes entre as partículas. Permeabilidade das paredes celulares. Facilita a penetração e ação dos sucos digestivos.
Reduzir/eliminar microrganismos: Especificações de referência: Bactérias e fungos totais: Animais de produção: < 10.000 ufc/gr e reprodutoras 1.000 ufc/gr
Enterobactérias: Animais de produção: <1.000 ufc/gr e reprodutoras 100 ufc/gr de alimento. Livre da Salmonella
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